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Proteja-se do pam
Email é algo bom demais para ser perfeito. Saiba
como lidar com o seu maior problema
Todo mundo já recebeu um spam na vida. Dentro ou fora da Internet,
estamos todos sujeitos a receber um spam.
Generalizando, um spam é toda a comunicação indesejada, não solicitada,
a que estamos expostos diariamente. Podem ser classificados como spam:
aqueles cartõezinhos de desentupidora colocados nos pára-brisas do carro,
folhetos de anúncios de edifícios entregues no sinal, cartas oferecendo
novas possibilidades de investimento ou cursos diversos ministrados por
profissionais de quem você nunca ouviu falar, catálogos de produtos inúteis
e as malas-diretas. Na Internet, spam são todos aqueles emails enviados
para uma gigantesca quantidade de pessoas fazendo propaganda de algum
produto e/ou serviço, correntes de sorte ou azar, pirâmides, piadas e
todo tipo de bobagem que você não faz a mínima idéia de por quê está recebendo.
A origem do spam
O termo "spam" se tornou comum com o uso do correio eletrônico
e, por fim, acabou sendo utilizado também para denominar esse mesmo tipo
de correspondência inútil de papel. Sua origem é bastante peculiar e um
pouco diferente de como é usado atualmente. Na verdade, Spam é a marca
de um presunto enlatado americano. Sua ligação com as mensagens indesejadas
vem de um famoso sketch da série humorística inglesa Monty Python, na
qual um bando de vikings desajeitados entra num bar e fica pedindo em
coro: "Spam, spam, spam, spam, spam..." de uma maneira tão chata e repetitiva
que o nome acabou sendo adotado pelos primeiros usuários da Internet como
terminologia para algo que poderia ser considerado uma "enchente" ou "avalanche"
de informações irrelevantes ou inapropriadas.
Nesses primeiros tempos, o spam poderia ser uma mensagem que
deflagrasse uma discussão infinita num newsgroup, ou uma mesma mensagem
enviada diversas vezes seguidas para um usuário ou para vários (conhecido
também por mailbomb). Provavelmente foi desse último conceito que "spam"
acabou se tornando sinônimo de mensagem indesejada.
Algumas dessas mensagens são bem inocentes, sem qualquer envolvimento
comercial, mas seus conteúdos são bem inúteis, como os clássicos: o abaixo-assinado
pela libertação do Timor Leste; a mensagem (que corre mundo há cinco anos)
dando conta da menina que vai morrer de câncer dentro de seis meses; a
carta-corrente da sorte que já correu pelos mais diversos lugares do mundo
(mas que sempre tem aqueles mesmos quatro testemunhos); o vírus GOOD TIMES;
o vírus BAD TIMES; o novo golpe do cartão de banco; e as mensagens da
Mirabilis dizendo que finalmente vai cobrar pelo uso do ICQ. Essas mensagens,
também chamadas de junk mail ("correio-entulho"), acabam enchendo mais
o saco, ops, o mailbox, do que qualquer coisa.
Violação de privacidade
O grande problema, na verdade, está nos spams comerciais. O baixo
custo do correio eletrônico fez com que algumas pessoas resolvessem adotar
o email como uma potente ferramenta de marketing direto, o que cada vez
mais gera mensagens e mais mensagens promovendo os mais diferentes tipos
de sites, serviços e produtos.
Como não poderia deixar de ser, surgiram espertinhos que ficam
coletando listas de endereços de email para revender (via spam) para possíveis
anunciantes. O esquema é mais ou menos o seguinte: o sujeito dispõe de
uma lista de 6 mil endereços e a oferece para um anunciante - normalmente,
pequenas empresas ou profissionais liberais - por um preço irrisório (30
ou 40 reais, no Brasil). O anunciante compra essa lista e recebe toda
a informação de como produzir um spam.
Atualmente, esses vendedores de emails já têm um esquema na Web,
onde explicam como produzir uma mensagem publicitária que não seja considerada
abusiva. O absurdo é tão grande que, recentemente, os mailboxes brasileiros
foram atacados por pelo menos dois spams que vinham disfarçados como mensagens
de email que alguém teria enviado erradamente para um amigo e que, no
final, continham alguma mensagem subliminar anunciando um site que vendia
determinado produto.
Outra característica dos spammers é esconder-se atrás de emails
falsos, o que dificulta qualquer tipo de retaliação. Foi numa dessas que
meu domínio foi parar na "lista negra" das organizações anti-spam. Um
sujeito, casado com uma prima minha, tinha um pequeno negócio de venda
de cosméticos. Ele recebeu uma dessas propagandas de lista de emails e
comprou o serviço de spam. Como ele assinava as mensagens com o sobrenome
dele (Schwan) e da mulher (Bo‘chat), o spammer criou um endereço fake
(schwan@boechat.com) e enviou milhares de emails por toda a Internet brasileira.
No dia seguinte, por esse endereço não existir no meu domínio (boechat.com),
eu recebi mais de 2 mil emails, entre reclamações, ameaças, retaliações
de anti-spammers, respostas automáticas e mensagens de erro de envio.
Dá para imaginar como fiquei feliz, né? Para os especialistas,
esse tipo de spam é um crime grave de invasão de privacidade. No Brasil,
ainda não há qualquer regulamentação oficial quanto a esse tipo de ação,
mas em alguns Estados dos EUA, spam comercial é considerado um crime passível
de processo na Justiça comum.
Seja do contra
Existem dezenas de movimentos contra o spam, divulgando "listas
negras" de provedores e domínios de onde provém a mensagem. No Brasil,
existe o movimento SpamBrasil, que
coleta denúncias sobre possíveis espameadores e os denuncia aos provedores
que os hospedam. Pena que ainda não exista por aqui um site como o SpamCop,
onde basta você copiar e colar o spam recebido para enviar automaticamente
uma mensagem de alerta para o provedor utilizado pelo espameador.
Jean Böechat
É reporter online da Macmania e da Magnet e adora frases de efeito.
"Je voudrais de la graisse parce que le saindoux est très chére." - Kid
Morengueira
*Colaborou Heinar Maracy
É editor da Macmania e, como todo jornalista com email, vítima
profissional de spam.
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