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Abeifa: "pleito de mais impostos é retrocesso"

Associação de importadoras se posiciona contrária a qualquer mudança de regras e quer apoio à previsibilidade de políticas industriais

11 jul 2024 - 16h56
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Resumo
Abeifa pede que governo respeite as regras definidas e acordadas pelo plano Rota 2030 e que não antecipe a cobrança iminente de impostos de importação, que foi prevista para acontecer até 2026

Diante do recente pleito de aumento imediato do imposto de importação para veículos híbridos e elétricos para 35% estudado pelo governo e solicitado pela Anfavea, a associação das marcas fabricantes de carros no Brasil, a Abeifa (associação de importadoras) se posicionou nesta quinta-feira (11) de forma contrária a quaisquer mudanças de regras.

A entidade apoia a previsibilidade nas políticas industriais do setor automotivo brasileiro, sobretudo em respeito aos clientes/consumidores - que têm o direito ao acesso e a escolha por tecnologias de ponta.

A entidade reforça o argumento de que políticas protecionistas não trazem benefícios ao Brasil, ressaltando que nos anos 1990, se não fosse a abertura do mercado para veículos importados, não teríamos o parque industrial de hoje, que tem algumas dezenas de fabricantes.

"Nos encontramos na iminência de ter um grave retrocesso do setor automotivo brasileiro", alerta Marcelo de Godoy, presidente da Abeifa desde abril e CEO da Volvo.

"Medidas protecionistas ou barreiras alfandegárias artificiais são ineficazes. A médio e longo prazos, são prejudiciais a toda a cadeia automotiva e em especial ao Brasil. Importações, além de regular o mercado interno por meio da competitividade de tecnologias e de preços, desafiam as montadoras locais a melhorar seus produtos e a aumentar exportações", reforça o executivo.

Hoje, as doze marcas associadas à Abeifa são: BRP, BYD, CFMoto, JAC, Jaguar Land Rover, Kia, Polaris, Porsche, Suzuki, UK Motors (que une as importações de Aston Martin e McLaren) e Volvo. 

Não ao imposto seletivo

A Abeifa também se manifesta contrária à inclusão dos veículos elétricos no imposto seletivo da reforma tributária - que está em fase de tramitação - e à exclusão desses modelos na isenção do IPVA, que hoje privilegia somente veículos híbridos abastecidos com hidrogênio ou etanol no estado de São Paulo.

"Os veículos elétricos são mundialmente reconhecidos como uma das principais soluções para a redução das emissões de gases de efeito estufa e poluentes atmosféricos, contribuindo significativamente para a melhoria da qualidade do ar e o combate às mudanças climáticas", argumenta Godoy.

"Ignorar essa categoria no incentivo fiscal demonstra falta de alinhamento com as tendências globais e com os compromissos ambientais. Além disso, excluir carros elétricos da isenção do IPVA desestimula a adoção de uma tecnologia limpa e eficiente e dificulta o avanço dos EVs. Essa decisão contraria interesses de clientes que buscam alternativas limpas e de fabricantes que investem em inovação e sustentabilidade".

Números do semestre

As dez marcas filiadas à Abeifa registraram licenciamento de 7.979 unidades em junho, das quais 7.830 foram importadas e 149 veículos vieram de produção nacional - alta de 3,2% ante maio, quando foram comercializadas 7.728 unidades.

Comparado a junho de 2023, o aumento é de 231,4%: 7.979 unidades contra 2.408 veículos.

Na importação, as 7.830 unidades vendidas significaram aumento de 3,3% ante as 7.582 unidades de maio e alta de 247,1% ante junho de 2023; enquanto na produção nacional – com 149 unidades – a alta de vendas foi de 2,1% ante maio e queda de 2% ante junho do ano passado.

No acumulado de janeiro a junho, somando os importados e as unidades aqui produzidas, a Abeifa soma 45.766 unidades, 223,9% a mais em relação aos primeiros seis meses de 2023, quando foram emplacadas 14.131 unidades.

O acumulado só de importados anotou crescimento de 235,3%: 44.921 unidades ante 13.397 unidades do ano passado.

Destaque especial para os dados de emplacamentos de veículos eletrificados de janeiro a junho: os 41.417 veículos eletrificados importados e emplacados pelas associadas à Abeifa representam 52,2% do mercado total de 79.303 unidades emplacadas.   

Em junho último, a participação das associadas à Abeifa foi de 3,94% do mercado total de carros e comerciais leves (que registrou 202.474 unidades). Já as 45.766 unidades emplacadas nos primeiros seis meses do ano representam share de 4,25% do total de 1.077.062 unidades do mercado interno nacional.

Marcelo de Godoy, CEO da Volvo e presidente da Abeifa (Associação das marcas importadoras de automóveis)
Marcelo de Godoy, CEO da Volvo e presidente da Abeifa (Associação das marcas importadoras de automóveis)
Foto: Divulgação
André Deliberato André Deliberato, jornalista e engenheiro, atua na área automotiva desde 2008, com passagens pela assessoria de imprensa da Volkswagen e pelas redações da revista Car and Driver, do portal UOL, e Webmotors. Já fez mais de 500 testes e cobriu pouco mais de 20 Salões do Automóveis ao redor do mundo.
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