Aumento de etanol na gasolina para 30%: como isso pode afetar seu veículo?
Mudança proposta pelo governo pode impactar veículos mais antigos e exclusivos a gasolina
O Instituto Mauá de Tecnologia (IMT), em parceria com o Ministério de Minas e Energia (MME), está conduzindo estudos sobre a viabilidade de aumentar para 30% a proporção de etanol na gasolina no Brasil.
A medida faz parte do programa Combustível do Futuro, que busca reduzir emissões de poluentes e incentivar o uso de combustíveis renováveis. No entanto, essa alteração pode trazer desafios para veículos mais antigos ou movidos exclusivamente a gasolina.
A frota brasileira tem uma idade média de 11 anos, sendo composta, em grande parte, por carros flex, que já operam com diferentes proporções de etanol e gasolina. Para esses modelos, o impacto da nova mistura será mínimo. Entretanto, veículos mais antigos e modelos movidos exclusivamente a gasolina podem enfrentar problemas mais sérios.
Segundo Alexandre Dias Generoso (ADG), do Canal High Torque, esses carros podem sofrer desgaste prematuro em componentes como boias, sistemas de injeção e bombas de combustível. Isso acontece porque o etanol possui propriedades que aceleram a corrosão de peças não preparadas para sua presença em maior quantidade.
Para evitar danos, alguns proprietários de veículos a gasolina podem recorrer a combustíveis premium, como a gasolina Podium, que possuem menor teor de etanol e aditivos protetores. No entanto, esses combustíveis já são significativamente mais caros, ultrapassando R$ 10 por litro em algumas regiões, tornando essa opção economicamente inviável para muitos motoristas.
Portanto, motoristas de carros exclusivamente a gasolina precisarão redobrar os cuidados com a manutenção, realizando inspeções regulares nos sistemas de combustível, ignição e injeção eletrônica. Além disso, a migração para um veículo flex pode ser uma alternativa interessante no longo prazo, evitando dores de cabeça com possíveis falhas mecânicas.