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Abeifa critica pedido de novo aumento de imposto para elétricos

Associação que reúne Volvo, BYD e Kia diz “o Brasil não é os Estados Unidos e não deve comprar briga com a China”

26 jun 2024 - 18h48
(atualizado às 18h57)
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Volvo EX30, importado da China, já é um dos carros elétricos mais vendidos do Brasil
Volvo EX30, importado da China, já é um dos carros elétricos mais vendidos do Brasil
Foto: Wolf / Guia do Carro

O presidente da Abeifa, Marcelo Godoy, criticou nesta quarta-feira, 26, o pedido da Anfavea para que haja um novo aumento no imposto de importação de carros elétricos e híbridos. A partir 1º de junho, os veículos eletrificados passam a pagar de 18% a 25%, mas a Anfavea quer 35% já.

A Abeifa agrega montadoras que são fabricantes e importadoras no Brasil, mas é conhecida principalmente pela defesa dos veículos importados. Godoy é também presidente da Volvo Cars Brasil, que está importando carros da China pela primeira vez, o Volvo EX30 elétrico.

“Nós, como Abeifa, somos veemente contra essa antecipação, não por ser carro elétrico ou por ser chinês, mas porque querem mudar algo que foi acordado com o governo”, disse Marcelo Godoy. Segundo ele, o volume de importados eletrificados cresceu neste semestre porque as empresas investiram em altos estoques.

No início da noite a Abeifa divulou uma nota oficial, que reproduzimos no final desta reportagem.

“Os pátios estão cheios”, disse Godoy, que está tendo uma dificuldade extra para vender o Volvo EX30 porque a marca sueca está buscando outro tipo de cliente, que faz uma compra mais lenta, com muita pesquisa. Mesmo assim, ele disse que pelo menos 8% dos test drives resultam em venda do Volvo EX30.

Uma novidade na Abeifa é justamente a entrada da chinesa BYD, um dos alvos da Anfavea. “O Brasil não é os Estados Unidos e não deve brigar com a China”, disse Godoy. “Aliás, comercialmente, o Brasil depende da China, da Europa e também dos Estados Unidos. Não se deve mudar as regras do jogo, pois isso reverbera além da indústria automobilística. Isso assusta os investidores.”

Segundo Godoy, que pretende “revitalizar” a Abeifa, a partir do ano que vem o ritmo de importação dos carros elétricos e híbridos vai cair, justamente por causa do calendário dos impostos. Por isso, ele duvida que haja uma mudança no calendário. “Alckmin não gosta de mudanças abruptas”, comentou, sobre o encontro do vice-presidente com Márcio de Lima Leite, presidente da Anfavea.

“No final do dia estão apenas evitando que o público brasileiro tenha acesso a novas tecnologias”, comentou o presidente da Abeifa. “Mas, se o consumidor quiser, ele vai dar um jeito de comprar.” Godoy acrescentou que algumas empresas “têm medo de serem cobradas por tecnologias que os consumidsores conhecem nos importados”.

ABEIFA - COMUNICADO À IMPRENSA

Diante do pleito de aumento imediato do imposto de importação para veículos híbridos e elétricos para 35%, a ABEIFA - Associação Brasileira das Empresas Importadoras e Fabricantes de Veículos Automotores vem a público manifestar contrariedade, na medida em que a incidência de novas alíquotas de 18% (carros elétricos), de 24% (híbridos plug-in) e 25% (híbridos) passará a vigorar a partir do próximo dia 1º de julho, e solicita previsibilidade nas políticas industriais do setor automotivo brasileiro, sobretudo em respeito aos clientes/consumidores que têm direito ao acesso e a escolha por tecnologias de ponta.

A entidade reforça o argumento de que políticas protecionistas não trazem benefícios ao Brasil, ressaltando que nos anos 1990, não fossem a abertura do mercado interno para veículos importados, o País não teria o parque industrial de hoje com algumas dezenas de fabricantes.

Medidas protecionistas ou barreiras alfandegárias artificiais são ineficazes. A médio e longo prazos, são prejudiciais a toda a cadeia automotiva. Mas em especial ao Brasil.

São Paulo, 26 de junho de 2024

A Diretoria

ABEIFA - Associação Brasileira das Empresas Importadoras

e Fabricantes de Veículos Automotores

Guia do Carro
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