Abeifa é contra a antecipação do imposto para carros eletrificados
Abeifa se pronuncia após fala de Alckmin sobre a possível antecipação imediata dos 35% de imposto de importação para carros eletrificados
A Abeifa reforçou o posicionamento contra a antecipação do imposto de importação para veículos eletrificados. A Associação Brasileira das Empresas Importadoras e Fabricantes de Veículos Automotores divulgou uma nota na última segunda-feira, 9, na qual comenta a respeito do apelo da Anfavea feito ao governo para antecipar a aplicação total da alíquota de 35% para veículos híbridos e elétricos importados. O prazo final é previsto para julho de 2026.
A nota foi divulgada após o pronunciamento do vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, no dia 2 de setembro, em Goiana (PE), de que “o governo está considerando o pedido da Anfavea de antecipação imediata do imposto de importação de eletrificados ao patamar de 35%, percentual previsto para julho de 2026” e também da manifestação da indústria local, em coletiva em 5 de setembro.
A entidade, que representa importadoras e fabricantes de veículos, rechaçou quaisquer manobras ou pressão da iniciativa privada junto ao Governo Federal por mudanças nas regras. Dentre os motivos apontados pela Abeifa, estão o planejamento de médio e de longo prazos dos importadores, que já aceitaram o escalonamento do imposto.
Em nota à imprensa, do dia 2 de junho último, a Abeifa já havia solicitado a previsibilidade nas políticas industriais do setor automotivo brasileiro, sobretudo em respeito aos clientes/consumidores que têm o direito ao acesso e a escolha por tecnologias de ponta. De acordo com a Abeifa, a antecipação do imposto de importação e políticas protecionistas não trazem benefícios ao Brasil.
A entidade ainda ressaltou que, nos anos 1990, "não fosse a abertura do mercado interno para veículos importados, o País não teria o parque industrial de hoje com algumas dezenas de fabricantes. Medidas protecionistas ou barreiras alfandegárias artificiais são ineficazes. A médio e longo prazos, são prejudiciais a toda a cadeia automotiva. Mas em especial ao Brasil”.
Em agosto, as dez marcas filiadas à Abeifa – Associação Brasileira das Empresas Importadoras e Fabricantes de Veículos Automotores, com licenciamento de 9.291 unidades, registraram um crescimento de 5,5% quando comparados às vendas de julho, quando foram comercializadas 8.808 unidades.
Comparado a agosto do ano passado, a alta é de 162,7%: 9.291 unidades contra 3.537 veículos. No acumulado de janeiro a agosto, importados mais as unidades aqui produzidas, a Abeifa soma 63.849 unidades, 210,9% a mais em relação aos primeiros oito meses de 2023, quando foram emplacadas 20.540 unidades.
Destaque especial novamente para os dados de emplacamento de veículos eletrificados no período de janeiro a agosto. Foram 57.542 veículos eletrificados importados e emplacados pelas associadas à Abeifa, o que representa 52,6% do mercado total de 109.317 unidades emplacadas. Confira abaixo o Top 5 marcas:
- 1 - BYD (6.708 unidades)
- 2 - Volvo (849 unidades)
- 3 - Porsche (595 unidades)
- 4 - Kia (541 unidades)
- 5 - Land Rover (340 unidades)
Com 9.291 unidades licenciadas em agosto (importados + produção nacional), a participação das associadas à Abeifa foi de 4,2% do mercado total de automóveis e comerciais leves (223.196 unidades). As 63.849 unidades emplacadas nos primeiros oito meses do ano representam marketshare de 4,2% do total de 1.527.447 unidades do mercado interno brasileiro.