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ABVE: taxar carros elétricos é ir na contramão da tendência global

Associação Brasileira do Veículo Elétrico diz que a nova política de importação de veículos elétricos vai beneficiar só combustíveis fósseis

10 nov 2023 - 18h22
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GWM Ora 03 GT: planos de produção nacional podem ser revistos, se o mercado encolher
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Foto: Sergio Quintanilha / Guia do Carro

A nova política de Imposto de Importação para carros híbridos e elétricos, anunciada pelo governo nesta sexta-feira, 11, frustrou a Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE). A entidade reagoiu com fortes críticas ao governo.

Na visão da ABVE, a medida beneficia os veículos movidos a combustível fóssil e projeta insegurança sobre as empresas dispostas a investir na fabricação de veículos elétricos e híbridos no Brasil.

“As medidas anunciadas hoje são muito ruins para a eletromobilidade”, disse o presidente da ABVE, Ricardo Bastos. “Elas atendem principalmente ao lobby das associações que defendem os combustíveis fósseis, e não aos interesses dos consumidores e da sociedade brasileira, que apoiam um transporte moderno e não poluente.”

A ABVE estranhou também o fato de o Imposto de Importação ter sido anunciado antes da definição do programa Mobilidade Verde, que substituirá o Rota 2030, que ainda não foi foi enviada ao Congresso Nacional.

Ricardo Bastos, diretor da GWM e presidente da ABVE: Brasil vai na contramão da tendência global
Ricardo Bastos, diretor da GWM e presidente da ABVE: Brasil vai na contramão da tendência global
Foto: GWM / Guia do Carro

“O governo decidiu fechar o mercado às tecnologias de baixa emissão antes de as empresas saberem qual será a regra do jogo do futuro regime automotivo”, criticou Bastos.

O dirigente, que é também diretor da montadora chinesa GWM, disse que os preços dos veículos elétricos e híbridos no Brasil vão subir. Para além disso, “afetará as decisões de investimento das empresas que apostavam em regras estáveis para produzir veículos elétricos em território nacional”.

A ABVE considerou as cotas de importação “insignificantes”, diante dos planos de investimentos em eletromobilidade no Brasil já divulgados por diferentes empresas. “Elas penalizam as tecnologias de baixa emissão e vão na contramão da tendência global de eletrificação da indústria automotiva”, disse Bastos.

A associação acrescentou que é a favor da produção nacional, mas considera que o segmento encontrou uma barreira que pode desestimular seu crescimento.

Guia do Carro
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