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Anfavea diz que juros altos provocam paralisação das fábricas

Associação das montadoras diz que os juros altos vão manter as notícias de paralisação das fábricas “ou notícias piores”

8 mai 2023 - 11h57
(atualizado às 14h34)
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Márcio de Lima Leite, presidente da Anfavea: crítica aos juros altos do BC
Márcio de Lima Leite, presidente da Anfavea: crítica aos juros altos do BC
Foto: Anfavea / Guia do Carro

O presidente da Anfavea, Márcio de Lima Leite, disse nesta segunda, 8, que as elevadas taxas de juros determinadas pelo Banco Central são responsáveis pela paralisação das fábricas de automóveis: “Esta é uma equação que não tem mistério: juros altos, mercado baixo”. 

Lima Leite fez a afirmação durante a apresentação do balanço do primeiro quadrimestre de 2023. No período, houve um total de 13 paralisações de fábricas, sendo 9 somente em abril, “para adequar a produção à demanda”. Apesar do pequeno crescimento da produção no período, a Anfavea lembrou que em abril do ano passado havia uma enorme crise de falta de semicondutores.

Com recorde de paralisações de fábricas no ano, abril registrou queda de 19% na produção de autoveículos. O total de 178,9 mil unidades produzidas foi 19,4% inferior ao de março e 3,9% menor que o de abril do ano passado, quando a crise dos semicondutores estava em seu momento mais crítico.

“Em abril de 2022 houve uma crise de produção, o mercado ficou limitado pela oferta, havia filas para compras de carros”, disse Márcio de Lima Leite. Para voltar a crescer, a Anfavea quer juros mais baixos, fazendo coro ao governo federal. “O crescimento não vai acontecer com esses juros elevados”, disse.

“Com esses juros elevados o mercado continuará com retração, vamos continuar com notícias de paralisação das fábricas ou com notícias piores”, afirmou Lima Leite. Ele não disse quais seriam as “notícias piores”. O presidente da Anfavea disse que apoia a autonomia do Banco Central e que entende que a questão é complexa, mas para a indústria automobilística os juros altos atrapalham.

“A taxa de juros é incompatível com o crescimento da indústria e a geração de empregos”, disse Márcio de Lima Leite, fazendo coro ao próprio presidente Lula, que tem criticado a política de juros altos do Banco Central do Brasil. O presidente da Anfavea disse que no Brasil “a taxa de juros é uma das mais altas do mundo”.

Números do primeiro quadrimestre

A Anfavea divulgou um déficit de 47 mil veículos na produção estimada e de 11 mil veículos na venda estimada, mas não considera que isso seja motivo para refazer suas projeções para o ano. No ano passado, com a crise dos semicondutores, foram produzidos 682 mil veículos de janeiro a abril; este ano subiu para 715 mil.

As vendas subiram de 553 mil para 633 mil, porém o segmento de veículos leves teve 50% de vendas diretas em abril. As vendas para locadoras no quadrimestre subiram de 122 mil para 150 mil. Mas, segundo Márcio de Lima Leite, é preciso “ver o real crescimento do mercado no varejo”.

Nas concessionárias, onde ocorre o varejo, as vendas não vão bem. “Se não tivéssemos tido as paralisações nas fábricas, os estoques seriam maiores”, disse o executivo.

Exportações dependem do México

Quanto às exportações, houve uma redução no quadrimestre de 153 mil unidades no ano passado para 145 mil este ano. Lima Leite destacou a queda de vendas nos mercados internos de outros países em abril: -48% no Chile, -20% na Colômbia, -18% no México e -13% na Argentina.

Em abril, a indústria brasileira exportou apenas 34 mil veículos e agora está muito dependente do México, por isso a queda interna do mercado mexicano no mês passado preocupa. A participação do México nas exportações de veículos brasileiros subiu de 16% para 37%.

A Argentina vem perdendo relevância e ficou em 30%. Colômbia com 9% e Chile com 7% decepcionam, pois eram mercados promissores para os carros brasileiros. “O Chile era visto como grande promessa de crescimento para nosso setor e temos visto queda nesses mercados”, disse Lima Leite.

Guia do Carro
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