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Auto Análise: qual é o "milagre" da Fiat com os semicondutores

Entenda por que a Fiat dá um banho de vendas no Brasil, enquanto marcas gigantes como Volkswagen e Chevrolet perdem mercado

5 mai 2022 - 12h08
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Fiat Pulse: SUV mais vendido no Brasil em abril.
Fiat Pulse: SUV mais vendido no Brasil em abril.
Foto: Stellantis / Divulgação

Desde os primeiros meses da pandemia a Fiat passou a liderar o mercado de carros no Brasil. Com a crise dos semicondutores, que têm escassez global, a Fiat ampliou sua hegemonia no país, enquanto a Chevrolet ficou cinco meses sem produzir seu carro campeão de vendas e a Volkswagen deu férias coletivas na produção pela quinta vez. Mas, afinal, qual é o “milagre” que faz a marca italiana bombar nas vendas?

Na verdade, não existe “milagre”. Existe uma estratégia global que está sendo cumprida à risca. "Globalmente a Stellantis está sentindo o problema da falta de semicondutores como toda a indústria, mas existe uma estratégia de assegurar um mínimo de produção para o Brasil”, disse uma fonte da Fiat à coluna Auto Análise na manhã desta quinta-feira (5). Na verdade, esta é a tática: abastecer o Brasil com semicondutores, sacrificando a Europa. A estratégia é liderar o mercado brasileiro e latino-americano.

No primeiro trimestre deste ano, por exemplo, a Stellantis teve uma redução de 12% na oferta global de veículos, em relação ao mesmo período de 2021, devido à falta de semicondutores usados nos chips eletrônicos. “Temos uma decisão interna de como distribuir o sacrifício entre as regiões”, disse a fonte. Assim, enquanto globalmente a oferta de carros foi de -12%, no Brasil a queda foi menor (-8%) e nos Estados Unidos foi maior (+6%).

O mercado europeu tem sido o mais prejudicado para que as vendas da Stellantis não caiam tanto no Brasil, especialmente das marcas Fiat e Jeep. Na Europa, as vendas da Fiat no ano passado chegaram a 55.240 unidades no primeiro semestre, mas caíram para 36.686 em julho e fecharam o ano em 25.447. Este ano, a Fiat vendeu 28.386 unidades em janeiro e 31.786 em fevereiro.

Da mesma forma, as vendas da Jeep na Europa caíram de 14.292 em junho para 8.388 em dezembro. Este ano, a Jeep emplacou 8.815 unidades em janeiro e 9.609 em fevereiro. Portanto, a Fiat e a Jeep reduziram a produção na Europa para que as duas marcas “bombem em vendas no Brasil”.

Carro italiano da Fiat (Panda Trussardi): oferta menor.
Carro italiano da Fiat (Panda Trussardi): oferta menor.
Foto: Stellantis / Divulgação

O movimento oposto foi realizado no ano passado pela General Motors, que decidiu paralisar a produção do Chevrolet Onix por quase cinco meses. O carro, que era imbatível no mercado, perdeu a liderança e isso pode ter sido a causa da saída do presidente Carlos Zarlenga. Agora a GM está novamente focada no mercado brasileiro, não apenas com o Onix, mas também no desenvolvimento da nova Chevrolet Montana.

Outra montadora que sofre bastante com a falta de semicondutores é a Volkswagen. A marca alemã concentrou suas vendas no T Cross, o que fez outros modelos sumirem do mercado, enquanto a Fiat e a Jeep fazem um rodízio de semicondutores entre seus carros. Dessa forma, todos os carros da Fiat e da Jeep estão com a demanda razoavelmente atendidas. Em determinado momento, o Argo sobe e, depois, cai; o mesmo vale para o Pulse, para o Mobi, para as picapes Strada e Toro. Na Jeep, esse rodízio é feito entre o Renegade, o Compass e o Commander.

As marcas francesas da Stellantis (Peugeot e Citroën) também estão participando desse rodízio na disponibilidade de semicondutores. Dessa forma, em abril, a Stellantis obteve 35,4% de participação de mercado no Brasil, com a seguinte divisão: Fiat 25,1%, Jeep 7,9%, Peugeot 1,7%, Citroën 0,6% e Ram 0,1%).

No acumulado do ano (janeiro a abril), a Stellantis tem 33,8%, divididos da seguinte forma: Fiat 22,1%, Jeep 8,0%, Peugeot 2,4%, Citroën 1,2% e Ram 0,1%). Assim, a cada três carros vendidos no Brasil, um é da Stellantis,  que se tornou uma montadora imbatível no país devido à sua estratégia global, que é a de liderar o mercado brasileiro. A estrela do grupo é a Fiat, que fabricou um em cada quatro carros vendidos em abril.

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