Avaliação: Audi Q3 2.0 nacional, o SUV premium perfeitinho
Rodamos uma semana com o novo Audi Q3 2.0 Performance Black, que é produzido no Paraná e não deve nada ao modelo alemão
Quão bom é o novo Audi Q3 nacional? Será tão bom quanto o Q3 importado da Alemanha? Sim, não resta dúvidas. A Audi voltou a produzir na fábrica que divide com a Volkswagen no Paraná, em São José dos Pinhais. Rodamos uma semana com o novo Audi Q3 nacional na versão 2.0 TFSI Performance Black Quattro e relatamos aqui nossa experiência.
A Audi fez muito bem em optar pelo motor 2.0 turbo a gasolina de 231 cv de potência e 340 Nm de torque. Se tivesse mantido a opção pelo 1.4 TFSI de 150 cv tomaria um banho da concorrência. O Audi Q3 não é mais um SUV premium com a mesma “humildade” que tinha anos atrás. Ele cresceu. Ficou mais imponente. Mais forte. Mais poderoso. E precisava de um motor que estivesse à altura de sua beleza.
Agora é possível ostentar com um Audi Q3. O carro não faz feio em altas velocidades e atinge 240 km/h. O câmbio automático Tiptronic de 8 marchas é bastante adequado para médios e altos regimes. A aceleração de 0 a 100 km/h é boa, em 7 segundos. Número bom, mas a sensação não é tão boa. O turbo lag é visível e reduz o ímpeto de quem deseja ostentar também nas arrancadas.
Mesmo assim, o Audi Q3 nacional é um SUV premium perfeitinho. A vantagem é que ele é mais do que um carro. Para além dos diferentes modos de condução, que muitos carros têm, o Audi Q3 2.0 tem também a tração integral Quattro, um dos orgulhos da tecnologia da Audi (construída ainda no século XX em corridas do Mundial de Rali).
Os modos de condução realmente modificam o comportamento do carro. O preço de rodar no modo mais esportivo é a elevação do consumo, que não é brilhante. Faz 8 km/l de gasolina na cidade e 10,3 na estrada. É o preço a pagar por ter um motor bastante potente. O sistema Drive Select permite escolher entre os modos Comfort, Dynamic, Efficiency, Auto e Individual e Off-road.
Nem precisa tanto. Mas é bom saber que existem tantas opções. Afinal, quem desembolsa R$ 315.900 num automóvel tem direito a todos os mimos possíveis. Não é barato, mas se olharmos para os lados veremos que um Chevrolet Bolt EV custa R$ 329.000.
O Audi Q3 2.0 não precisa de motor elétrico para provocar sensações. Ajustado no modo Sport, com as suspensões mais rígidas e a direção mais direta, o carro proporciona prazer pela rapidez do câmbio, que pode ser operado manualmente pela alavanca ou pelas aletas “shifter”. O Q3 é bem baixo (tem apenas 14 cm de vão livre) e é muito mais um crossover estradeiro do que um SUV. Os pneus 235/50 R19 são bem largos, mas o perfil não é muito baixo, o que garante um rodar sem solavancos.
O torque máximo surge rápido, a 1.700 giros do motor. Mas o melhor é que a potência máxima também não está em regimes muito elevados: 5.000 rpm. O resultado disso é também o conforto acústico. Dá para acelerar forte e conversar na cabine sem gritar. Com 116 cavalos/litro, a potência específica é boa.
O bem-estar a bordo é uma característica. Desde que o Q3 ganhou a multimídia mais moderna da Audi, o carro deu um salto de qualidade na cabine. Tudo é muito bem colocado, mas o botão do volume muito para o lado direito é um detalhe que incomodou. Ok, é uma cortesia para o passageiro, mas ainda achamos que deveria estar posicionado à esquerda do console.
A conectividade é quase mágica. Uma vez conectado o smartphone, nas próximas vezes a conexão é automática. O painel de instrumentos digital tem 10,25” e mantém o design clássico – que é disparado o melhor. A tela tátil central tem 8,8”. O volante de direção de base achatada é bonito, mas em algumas manobras mais fechadas incomoda um pouco. Às vezes um volante redondo é mais eficiente.
O padrão dos bancos, do sistema de áudio e do acabamento são altos. Nota-se perfeitamente que a fábrica de São José dos Pinhais é capaz de entregar um Audi Q3 tão bom quanto aquele que vinha importado da Europa. Perfeitinho. Assim é o Audi Q3. Um SUV premium que cresceu e tem potencial para desafiar o BMW X1 pela liderança da categoria.
Nossas notas
Motor - 8,5
Câmbio -10
Ssuspensão- 9
Direção e Freios - 10
Segurança - 9
Ergonomia - 8,5
Multimídia - 10
Porta-malas - 9
Acabamento - 9
Design - 9
MÉDIA - 9,2
VEREDICTO - Ótimo
Os números
Motor: 2.0 turbo
Potência: 231 cv a 5.000 rpm
Torque: 340 Nm a 1.700 rpm
Câmbio: 8 marchas AT
Tração: 4x4 sob demanda
Comprimento: 4,484 m
Largura: 1,849 m
Altura: 1,616 m
Entre-eixos: 2,680 m
Vão livre: 140 mm
Peso: 1.776 kg
Pneus: 235/50 R19
Porta-malas: 530 litros
Tanque: 60 litros
0-100 km/h: 7s0
Velocidade máxima: 240 km/h
Consumo cidade: 8,0 km/l
Consumo estrada: 10,3 km/l
Emissão de CO2: n/d