Avaliação: Chevrolet Spin melhorou, mas motor 1.8 é polêmico
Dirigimos na estrada e na cidade o novo Chevrolet Spin 2025 na versão topo de linha Premier, de 7 lugares
O Chevrolet Spin foi avaliado pelo Guia do Carro num bom percurso com trechos de cidade e estrada, incluindo pista dupla e pista simples sinuosa com subidas e muitas curvas. Nossa impressão geral foi a de melhora sensível do carro, mas o motor 1.8 aspirado flex é um tema polêmico.
Uma vez que a GM optou por deixar o Spin com a plataforma Gamma II e não com a GEM (Onix, Tracker e Montana), a decisão de manter o motor foi correta do ponto de vista industrial. Mas isso dificulta a chegada de novos consumidores para o Spin, mesmo que ele tenha tido ótimas modificações e tenha se tornado um SUV crossover (antes era classificado como monovolume).
Com 111/106 cv de potência (etanol/gasolina) e 173/165 Nm de torque (e/g), o desempenho fica prejudicado, especialmente se o carro estiver muito pesado (tem capacidade para 495 kg de carga). O câmbio automático de 6 marchas é muito bom e ajuda, mas não faz milagres.
Em compensaão, o novo Spin 2025 ficou 11% mais econômico. Na cidade, passou de 6,9 km/l para 7,4 km/l com etanol e foi de 9,8 para 10,5 com gasolina. Na estrada, passou de 8,6 km/l para 9,3 km/l com etanol e foi de 12,3 para 13,4 com gasolina. É tudo que o público do Spin deseja.
Qual é o público do Chevrolet Spin? Principalmente taxistas e frotistas, como prefeituras. As vendas diretas respondem por 74% dos emplacamentos. Dos 20.314 Spin que a GM registrou no ano passado, 15.105 foram oriundos das vendas diretas.
Com exceção do motor, o Chevrolet Spin melhorou muito. O design ficou mais atraente e com o capô elevado (característica do SUV), a altura do solo subiu de 136 para 173 mm, a carroceria teve 42% de modificação e o carro ficou ligeiramente mais comprido e mais alto.
A posição de dirigir ficou bem elevada, o que não nos agradou, pois o volante de direção não permite ajuste de profundidade. Entretanto, o público do Chevrolet Spoin (e dos SUVs em geral) quer uma posição de dirigir elevada, então a GM fez o que o povo pediu.
Os bancos ganharam novos materiais e o painel ficou muito mais moderno. O quadro de instrumentos digital e o display central ficaram integrados (em duas peças), com ótima visualização do painel digital e conectividade versátil na tela de 11” da multimídia MyLink.
O carro ganhou Wi-Fi a bordo, frenagem de emergência e 6 airbags em todas as versões, com o detalhe que os airbags de cortina protegem até a terceira fileira de bancos. Há muito espaço interno e os bancos da terceira fileira acomodam até mesmo uma pessoa de 1,82 m, como foi o nosso caso.
O banco da segunda fileira pode ir para frente ou para trás, podendo ser ajustado de acordo com o tamanho de quem ocupa a terceira fileira nas versões de 7 lugares. Nessa configuração, são 162 litros de volume para guardar mochilas; com 5 lugares, o volume do porta-malas é de 553 litros (VDA).
A rodagem do Spin é agradável, com suspensão ajustada para o conforto. Como o carro ficou mais elevado, há rolagem da carroceria em curvas fechadas ou em velocidades mais elevadas. Mas, de forma geral, o comportamento dinâmico é bom e seguro.
A versão avaliada, Premier, é bem completa e seguramente vai agradar os clientes tradicionais. Na briga contra o Citroën Aircross C3 pelas famílias que compram o carro no varejo, o motor 1.8 cobra o peso da idade.
Não que o Aircross seja mais econômico do que o Spin; não é. Mas com 200 Nm de torque a 1.700 rpm, o SUV da Citroën oferece melhores retomadas de velocidade do que o crossover da Chevrolet, que oferece o torque máximo só a partir de 2.600 giros do motor.
Estamos falando de um motor de 62 cavalos/litro (Spin) contra 130 cv/litro (Aircross). Essa desvantagem na potência específica faz o Chevrolet Spin ser 1,2 segundo mais lento do que o Citroën Aircross na aceleração de 0 a 100 km/h. Mas isso não faz a menor diferença para o consumidor do Spin.
A confiabilidade do motor da GM, bem como a confiança maior que muitos consumidores têm nos motores aspirados de 4 cilindros (em comparação aos turbinados de 3 cilindros) mostram que o Chevrolet Spin tem tudo para agradar – e muito – seu público fiel, seja ele taxista, frotista ou chefe de família.
Conclusão
- Nota: 7.5
- Conceito: bom
- Veredicto: boa compra para quem precisa de espaço a bordo
Preços
Spin LT MT – R$ 119.990
Spin LT AT – R$ 126.990
Spin LTZ AT 7 lugares – R$ 137.990
Spin Premier AT 7 lugares - 144.990
Principais dados técnicos
Motor: 4 cilindros 1.8 aspirado flex
Potência: 111 cv (e) ou 106 cv (g) a 5.200 rpm
Torque: 173 Nm a 2.600 rpm (e) ou 165 Nm a 2.800 rpm (g)
Câmbio: 6 marchas automático
Suspensão: independente (d) e eixo de torção (t)
Direção: elétrica
Freios: disco ventilado (d) e tambor (t)
Pneus: 205/60 R16
Peso: 1.292 kg (Premier e LTZ), 1.251 kg (LT AT) e 1.225 kg (LT MT)
Dimensões: 4,42 m / 1,77 m / 1,95 m (c/l/a)
Entre-eixos: 2,62 m
Porta-malas: 553 litros (5 lugares VDA) ou 162 litros (7 lugares VDA)
Tanque: 53 litros
KML cidade: 7,4 (e) ou 10,5 (g)
KML estrada: 9,3 (e) ou 13,4 (g)
Alcance: 493 km (e) ou 710 km (g)
Aceleração 0-100 km/h: 11s0 (e) ou 11s8 (g)
Velocidade máxima: 170 km/h
Emissão de CO2: 125 g/km (modelo 2024)