Avaliação: Ford Ranger Limited V6 tem conforto de automóvel

Com um comportamento dinâmico excepcional e muita potência, Ford Ranger eleva a qualidade das picapes com carroceria sobre chassi

Por: Sergio Quintanilha e Cris Prado

11 abr 2024 - 05h30

(atualizado às 11h39)

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Ford Ranger Limited 3.0 V6 Diesel 4WD AT
Foto: Cris Prado / Guia do Carro

Não foi à toa que o Ford Ranger ganhou o Prêmio Trend Car 2024 como Melhor Pick-up. A nova geração da caminhonete produzida na Argentina elevou como nunca o padrão das picapes com carroceria sobre chassi. Tiramos a prova numa avaliação de 10 dias, incluindo uma viagem de 1.200 km.

A versão avaliada foi a Limited, topo de linha na configuração 3.0 V6 Diesel 4WD AT. Essa picape custa R$ 319.990, mas a mesma mecânica, comportamento dinâmico e desempenho podem ser encontrados por R$ 279.990 (versão XLS) ou por R$ 289.990 (XLT). O que muda são os equipamentos eletrônicos e a sofisticação.

São três versões V6 de 250 cv de potência e 600 Nm de torque com transmissão automática de 10 marchas. A Nova Ranger Limited se destaca por oferecer 6 modos de condução e multimedia Sync 4 com tela de 12”.

Não foi só o motor V6 que deu vida nova ao Ford Ranger. O trabalho da Engenharia da Ford na suspensão fez jus à remodeção total da carroceria. A maioria das picapes dessa categoria parece um caminhão, pois a carroceria é fixada sobre um chassi. Robustez, muitas picapes têm; mas rodar como um carro é muito mais difícil.

No passado o Volkswagen Amarok se notabilizou por oferecer maior conforto na rodagem. Depois, o Nissan Frontier foi além, pois dividiu com a finada picape Mercedes Classe X uma suspensão traseira mais evoluída. Agora, a nova geração do Ford Ranger supera as picapes que estão no mercado.

Na estrada, a sensação é quase a mesma de estar rodando em um automóvel; ou, na pior das hipóteses, em uma picape de carroceria monobloco, como o Ford Maverick. Também ajuda nessa sensação a ergonomia, que já era muito boa na geração anterior.

O motor V6 da Nova Ranger oferece sua potência máxima a 3.250 rpm e permite que a picape acelere de 0 a 100 km/h em 9,2 segundos. Graças à boa relação peso/potência de 9,4 kg/cv, ela desenvolve velocidade facilmente e chega a 187 km/h.

Em médias rotações, a partir de 1.750 giros do motor, é possivel obter boas retomadas de velocidade e usufruir do poderoso torque de 600 Nm. Toda essa força, aliada à transmissão automática de 10 marchas, faz com que a Ranger 3.0 V6 esteja sempre pronta para avançar rapidamente no trânsito ou na estrada.

A Ranger Limited pesa 2.357 kg, mas sua relação peso/torque é bastante favorável, com apenas 3,9 kg/Nm. Para além disso, carrega 1.023 kg, tem caçamba para 1.250 litros e capacidade de reboque de 3.100 kg.

Tudo é perfeito? Não, nem tudo. A alavanca do câmbio automático, por exemplo, é grande demais e não é muito intuitiva quando precisa ser acionada. E a emissão de CO2 é bem alta. Veja a seguir o relato de Cris Prado durante a utilização da picape numa viagem do Guarujá (SP) a Londrina (PR).

Relatório de Cris Prado na viagem de 1.200 km

Fiquei com a Ranger Limited por uma semana, inclusive fiz um bate-e-volta até Londrina. Viajamos em 4 pessoas e andamos 1.200 km com essa picape robusta e majestosa, chamando atenção por onde passava.

A Nova Ranger ficou impecável, com nova tecnologia, novo design e ainda mais fácil de dirigir. Você nem lembra que está em uma picape. Andei na faixa de 2.000 giros e ela manteve uma velocidade razoável entre 110 e 120 km/h, com um comportamento dinâmico extremamente confortável e média de consumo de 9 a 10 km/l.

Ela não pula na estrada e não rola nas curvas, tem conforto nos bancos para quem está na frente ou atrás, parece um carro extremamente confortável para uso em estradas.

Muitas mulheres se apaixonam por picapes, inclusive possuem picapes. Já foi o tempo em que picapes eram só para homens, pois a facilidade de dirigir hoje é muito maior (como a direção leve em manobras), mas há alguns detalhes que precisam ser mudados. Um deles é a manopla para tirar a lona da caçamba, que é dura e difícil de soltar. Outra dificuldade é a trava da caçamba.

Também não gostei da alavanca de câmbio da Nova Ranger, pois as trocas manuais ficam na lateral esquerda, e isso confunde quando você vai mexer na alavanca. Também não pode baixar demais a rotação do motor, pois no kick down ela tem um retardo e demora um pouco para ganhar velocidade. Mas vai de 0 a 100 abaixo de 10 segundos, o que é muito bom, mas a Amarok V6 é muito mais rápida (7,4 segundos).

A posição de dirigir é perfeita, o banco veste o corpo perfeitamente, o volante fica bem posicionado. A “perfumaria” e as entradas USB também me agradaram bastante, pois tem lugares para guardar coisas esparramados por toda a cabine, inclusive para quem está sentado atrás, dando conforto e liberdade.