Avaliação: Kia Stonic Hybrid é um carro justo para o dia a dia
Equipado com um sistema híbrido leve (MHEV) e focado na economia de combustível, Kia Stonic brilha em design, porte e tecnologia
O Kia Stonic Hybrid é um daqueles carros que você pode desejar sem medo. Trata-se de um crossover (mistura de hatch com utilitário) muito bem posicionado no segmento SUV compacto. O Stonic vem importado da Coreia, mas sai de lá com toda a tropicalização necessária para atender às necessidades e desejos do consumidor brasileiro. O resultado é um carro que agrada em cheio.
O Kia Stonic traduz bem o que é a nova Kia. A marca coreana se reinventou para enfrentar os novos tempos da eletrificação e o Stonic, mesmo sem abandonar o motor a combustão interna, traz uma tecnologia híbrida leve (MHEV) interessante para reduzir consumo e emissões. Ele trabalha com uma bateria de 48V que atua na eficiência do motor Kappa Smartstream de 3 cilindros a gasolina.
A bateria fica no porta-malas, junto com um conversor LDC, o que levou a Kia a abrir mão do estepe. O Stonic vem com um kit de reparo e tem a troca de pneu incluída na garantia. Especialmente nas regiões Sul e Sudeste do Brasil, onde existem milhares de borracharias, é muito fácil fazer o conserto do pneu depois de rodar com o uso do kit de reparo.
O porte compacto do Kia Stonic faz desse pequeno crossover um carro perfeito para uso na cidade. É facílimo de estacionar, tem a direção bastante leve, posição de dirigir elevada, com ajuste de altura e profundidade do volante, ótima visualização dos instrumentos e um acabamento interno interessante. Claro que é cheio de plástico, como quase todos os SUVs compactos, mas as texturas mudam e chegam a imitar fibra de carbono. Isso resulta num bom resultado tátil e visual.
O Kia Stonic utiliza um motor 1.0 turbo de 118 cv e um pequeno motor elétrico de 6 cv associados a um câmbio automático de 7 marchas. A potência combinada é de 120 cv, que está adequada para o porte do carro, e o torque é de 200 Nm. A aceleração de 0 a 100 km/h é boa, feita em 10,4 segundos, e a velocidade máxima é de 190 km/h. Ele não tem tração elétrica, como o Toyota Corolla Cross, por exemplo, pois usa um sistema muito mais simples, que, entretanto, compete em eficiência com o SUV japonês.
Todo o foco do Kia Stonic está na redução de emissões de CO2 (-15% em relação a um modelo convencional, ou 95 g/km) e na economia de combustível. Segundo o Inmetro, o Stonic Hybrid faz 13,7 km/l na cidade e 13,8 km/l na estrada. Em alguns trechos, devido ao funcionamento da “banguela automática”, é possível chegar a 20 km/l na estrada. O computador de bordo tem uma opção que mostra no painel o fluxo de energia, para controle do motorista.
O Stonic tem os modos Eco, Normal e Sport, que mudam a interação do motor elétrico com o motor a combustão. O modo Sport, evidentemente, tem o funcionamento dos dois motores com o máximo de potência. Ao contrário de alguns híbridos leves, o Kia Stonic não abre mão do motor de partida. A Kia utiliza o E-Machine no lugar do alternador. O motor a combustão tem o sistema CVVD (duração da válvula continuamente variável) A bomba de óleo é continuamente variável e a válvula wastegate do turbocompressor é associada ao motor elétrico.
O sistema permite ao Kia Stonic trabalhar com uma mistura de combustível pobre, ou seja, com mais ar, sem que isso “engasgue” o motor. A bateria do Kia Stonic tem quatro células internas e garantia de 5 anos, assim como todo o carro. A rede está treinada para o caso de eventual manutenção.
A eficiência do Kia Stonic Hybrid surge quando o carro entra no modo “velejar”, ou seja, quando está embalado – aí entra a popular “banguela eletrônica”. Nesse caso, o motorista pode tirar o pé do acelerador e ele continuará rodando na mesma velocidade. Não há regeneração de energia nesse caso. Ou seja: o motor elétrico não move o carro, mas permite o desligamento do motor a combustão.
Tudo isso resulta em menor consumo de combustível e é feito automaticamente. O motorista não precisa apertar botão algum. O carro “sente” a necessidade pela solicitação do acelerador. É possível “velejar” no Kia Stonic até mesmo em alguns trechos e subidas. Há alguns casos, entretanto, que o sistema decide pela regeneração da energia. Nos dois casos é zero emissão e zero consumo. O Stonic também tem o Start-Stop estendido no trânsito.
Visualmente, o Kia Stonic é um charme. A Kia oferece sete opções de duas cores. A ideia da empresa era conquistar clientes jovens, porém muitos clientes acima de 50 anos (com espírito jovem) também aderiram ao carro. Porém, só a cor branca não tem custo extra. O Kia Stonic custa R$ R$ 147.990 (é quase R$ 2 mil mais barato do que um Volkswagen T-Cross Comfortline). A pintura em dois tons não é nada barata, custa R$ 4.300.
O interior do Kia Stonic é bastante agradável. A multimídia de 8“ fica encaixada no alto do painel, o que facilita a visualização. A conexão do Android e do CarPlay é por cabo (por enquanto). O interior é sempre escuro porque é assim que a maioria dos brasileiros gosta (para evitar sujeira). Mas os bancos são confortáveis e com design moderno, em mistura de Altaica com tecido premium.
Como é comum nos carros da Kia no Brasil, o Stonic é muito bem equipado. Tem freios a discos nas quatro rodas, 6 airbags, assistente de partida em rampas e câmera de ré com guias dinâmicas, entre outros. Não há borboleta no volante, mas é possível fazer trocas manuais pela alavanca, puxando-a para o lado esquerdo (as marchas sobem para cima e reduzem para trás).
O porta-malas é pequeno, tem apenas 325 litros, o que reforça o caráter urbano do carro, bem como sua baixa altura do solo (150 mm). A suspensão é ligeiramente dura e tem algumas batidas secas em pisos ruins, mas não causa desconforto ao rodar. O Kia Stonic, na essência, é um hatch com características de utilitário esportivo – conceito que deverá ser seguido pelo novo Citroën C3 (mas sem o sistema híbrido).
Por certo há carros mais empolgantes do que o Kia Stonic. Mas este compacto coreano conquista por uma combinação de design, porte, tecnologia e praticidade. Sem dúvida, um bom carro para o dia a dia (e não tem rodízio, por ser híbrido). Por isso, todos que chegam são vendidos. A Kia esperava vender no mínimo 400 carros por mês, mas a crise de peças e logística, que afeta a indústria automobilística mundial, tem limitado a entrega de Stonic da Coreia.
ITEM | CONCEITO | NOTA |
MOTOR | Muito bom | 8 |
CÂMBIO | Ótimo | 9 |
SUSPENSÃO | Bom | 6,5 |
DIREÇÃO E FREIOS | Muito bom | 7,5 |
SEGURANÇA | Ótimo | 10 |
ERGONOMIA | Muito bom | 8 |
MULTIMÍDIA | Muito bom | 8 |
PORTA-MALAS | Bom | 5 |
ACABAMENTO | Muito bom | 8,5 |
DESIGN | Ótimo | 9 |
VEREDICTO | Muito bom | 8,0 |
Os números
Preço: R$ 147.990
Motor: 1.0 turbo flex
Potência: 118 cv a 6.000 rpm (g)
Motor elétrico: 6 cv
potência combinada: 120 cv
Torque: 200 Nm a 4.000 rpm
Câmbio: 7 marchas AT
Tração: 4x2
Comprimento: 4,140 m
Largura: 1,760 m
Altura: 1,520 m
Entre-eixos: 2,580 m
Vão livre: 150 mm
Peso: 1.256 kg
Pneus: 205/55 R17
Porta-malas: 325 litros
Tanque: 45 litros
Aceleração 0-100 km/h: 10s4
Velocidade máxima: 190 km/h
Consumo cidade: 13,7 km/l (g)
Consumo estrada: 13,8 km/l (g)
Bateria: 48V (MHEV)
Emissão de CO2: 95 g/km
Onde comprar: Econorte Kia