BMW X2: primeiras impressões ao dirigir o SUV cupê de 304 cv

Rodamos em Portugal com a nova geração do BMW X2, que chega ao Brasil com motor 2.0 turbo a gasolina e câmbio de 7 marchas

Sergio Quintanilha

27 fev 2024 - 20h01

(atualizado em 28/2/2024 às 09h31)

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BMW X2 M35i xDrive
Foto: Sergio Quintanilha / Guia do Carro

Simplesmente esqueça o BMW X2 da primeira geração, vendido no Brasil até 2020. O novo BMW X2 é a segunda geração, que virou do avesso o SUV premium posicionado entre o BMW X1 e o BMW X3 (ambos fabricados no Brasil).

O novíssimo BMW X2 vem importado da Alemanha. Não é que o antigo não tinha algumas soluções de design legais, mas nem se compara ao que a BMW fez com o novo X2. O carro tem um design moderno, elegante, marcante e levemente esportivo, além de se diferenciar pela silhueta cupê.

Melhor ainda saber que as belas formas são acompanhadas de ótimo conteúdo. Rodamos com o BMW X2 a combustão num roteiro de 88 km de Cascais até Ribeira d’Ilhas, em Portugal. Metade desse percurso foi ao volante, o que nos permitiu ter as primeiras impressões ao dirigir.

Embora tenha duas versões a diesel (sDrive18d e sDrive20d), uma elétrica (xDrive30) e duas a gasolina (sDrive20 e M35i xDrive), só experimentamos um modelo a combustão, exatamente o topo da gama, com acabamento da linha M e tração integral. Leia aqui as primeiras impressões do BMW iX2 elétrico.

O novíssimo X2 M35i xDrive que dirigimos em Portugal tinha menos potência do que o carro que virá para o Brasil (se for confirmada esta versão). Na Europa, são 304 cv de potência; no Brasil devem ser 317 cv e 400 Nm de torque. O câmbio é automático de dupla embreagem com 7 marchas e trocas manuais pela borboleta no volante.

O X2 M35i é cheio de detalhes que realçam sua esportividade. O volante de direção, por exemplo, de ótima empunhadura, tem uma marcação em vermelho como se marcasse 12 horas num relógio imaginário, o que também é uma referência ao motorista do quão direta é a direção.

Na verdade, no modo Drive nem é tanto e a direção é bem leve. As aletas para trocas de marchas têm os sinais menos (-) e mais (+) vazados e pintados de vermelho nas bordas. Os bancos são esportivos, ligeiramente duros (mas confortáveis) e o acabamento é primoroso. Durante o uso, notamos que alguns detalhes do X2 poderiam ser melhores.

Um deles é o botão de troca do modo de condução, que obriga o motorista a olhar para o console central, desviando a vista da estrada, e depois confirmando o modo na tela central. A resposta tátil nos pareceu um pouco lenta para um automóvel dessa categoria.

Embora seja mais elevado do que os sedãs, afinal é um SUV, o BMW X2 tem ótimo comportamento direcional. Não há rolagem da carroceria e o fato de ter tração nas quatro rodas evita que ele saia de frente em curvas mais acentuadas. Há muita eletrônica trabalhando para uma condução emocional e segura.

A vida a bordo é excelente, pois há bom espaço para 5 pessoas. Todas as texturas de bancos, portas e painéis são agradáveis e ricas. O capricho construtivo é perceptível em cada detalhe. Quanto à usabilidade, há dois fatores que incomodam.

O primeiro é a falta de estepe, o que pode ser um verdadeiro transtorno no Brasil, especialmente porque o carro deve vir com rodas de 21”, com pneus de perfil baixo. Qualquer buraco pode ser fatal e atrasar bastante uma viagem.

O segundo é a alta emissão de CO2 e o consumo elevado. Segundo a BMW, o X2 M35i xDrive emite até 181 g/km de CO2. Em 100 km estamos falando de 18 kg de CO2 jogados na atmosfera de um planeta que aquece cada vez mais rápido.

Só temos o consumo do carro com o motor de 304 cv – ele faz de12,5 a 13,0 km/l. No Brasil, com mais potência (317 cv) e 27% de etanol misturado na gasolina, os números devem ser piores. São os preços que se pagam por ter um carro que, apesar de estar no século 21, traz uma motorização que combina mais com o século 20.

Para compensar, claro, a BMW do Brasil vai oferecer o iX2, totalmente elétrico, que tem emissão zero de carbono. Para maior sucesso comercial do X2, seria interessante se a BMW importasse também o X2 sDrive20, que tem o motor 1.5 turbo da Mini e um sistema Mild Hybrid de 48V. Não tem tração elétrica, mas reduz as emissões e o consumo de gasolina.

De qualquer forma, a nova geração do BMW X2 já entrará em campo ganhando, pois o design do carro é quase perfeito. Ao contrário do Fiat Fastback, por exemplo, que também é um SUV cupê mas tem alguns ângulos ruins, o novo X2 é perfeito de qualquer ânguilo que se olha. Tudo é coerente e proporcional.

Com a parte frontal marcante, capô musculoso, grade icônica com bom tamanho, luzes diurnas de led verticais, bem marcantes, lindas rodas de contorno cromado e fundo preto, ombros largos na traseira, teto levemente afilado, aerofólio integrado na tampa do porta-malas, duas ponteiras duplas de escapamento e a silhueta cupê, o BMW X2 M35i xDrive pode ser campeão até nas passarelas.

Se tudo isso viesse num pacote técnico emocionante e com uma performance primorosa seria pérfeito, não? Pois vem. Tirante os detalhes de consumo e emissão, o novo BMW X2 é ótimo na cidade e na estrada. Veja abaixo os principais dados técnicos do carro que dirigimos em Portugal.