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Boeing submete bateria do 787 a testes mais duros antes evitados

18 mar 2013 - 20h18
(atualizado às 20h18)
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Para por seus Dreamliner 787 de volta ao ar, a Boeing está testando o volátil sistema de baterias do avião sob um padrão rigoroso que a própria companhia ajudou a desenvolver, mas que nunca havia utilizado na aeronave. A decisão da Boeing traz um padrão arcano conhecido como RTCA ao centro do debate sobre se a Boeing e a Administração Federal de Aviação dos Estados Unidos (FAA, na sigla em inglês) foram rigorosas o bastante ao estabelecer os padrões para o sistema de baterias do 787 em outubro de 2007. O debate pode trazer implicações ao uso futuro de baterias de ion-lítio em aeronaves.

<p>Boeing realiza testes mais duros no 787 Dreamliner</p>
Boeing realiza testes mais duros no 787 Dreamliner
Foto: AP

Um comitê integrado pela Boeing publicou orientações de segurança em março de 2008 para o uso de baterias de ion-lítio em aeronaves, de modo a minimizar o risco de incêndio. Mas por terem vindo cinco meses após a FAA ter aprovado um conjunto de condições especiais para a segurança contra fogo do sistema de baterias do Dreamliner, a Boeing optou por não utilizar as novas orientações.

Na semana passada, a Boeing decidiu mudar para o padrão RTCA mais rigoroso para o sistema remodelado de baterias do 787. A decisão veio após reguladores cancelaram voos com Dreamliners em todo o mundo em janeiro após um incêndio na bateria numa aeronave da Japain Airlines no aeroporto de Logan, em Boston, e uma falha de bateria num voo da All Nippon Airways no Japão.

Alguns especialistas da indústria de baterias mostraram-se surpresos com o fato de que a Boeing não aplicou o padrão RTCA quando ele foi publicado em 2008. Embora os testes não fossem obrigatórios, eles teriam servido como uma verificação dos pressupostos de desenho da Boeing e possivelmente impediriam que a bateria superaquecesse em janeiro, disseram.

O ex-membro do Conselho de Segurança de Transporte Nacional (NTSB, na sigla em inglês) John Goglia disse ver o uso do padrão RTCA como "uma admissão de que eles não fizeram um bom trabalho no começo". "Será parte do relatório final NTSB", acrescentou. "Será pelo menos mencionado lá".

A NTSB questionou no mês passado as avaliações realizadas pela Boeing e pela FAA ao certificar o sistema de bateria em 2007. A agência de segurança planeja realizar uma audiência sobre o assunto no próximo mês e deve recomendar alterações a procedimentos da FAA após completar sua investigação sobre as falhas na bateria.

O porta-voz da Boeing Marc Birtel disse que a Boeing não usou o padrão RTCA previamente porque ele surgiu "após termos completado nossos planos de certificação e começado nossos esforços de teste". Sob condições especiais, o Dreamliner foi aprovado "num programa rigoroso de teste e um extensivo programa de certificação conduzido pela FAA", disse ele.

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