BYD já importou 60 mil carros para o Brasil somente em 2024
Para escapar dos impostos de importação mais altos a partir de julho, a BYD já trouxe cerca de 20 navios cheios de carros para o Brasil
O retorno do imposto de importação para carros elétricos e híbridos no início do ano parece não ter afetado os planos de crescimento da BYD no Brasil. No entanto, a logística da montadora chinesa precisou de alguns ajustes, o que incluiu a importação de 60 mil carros para o país somente no primeiro semestre do ano.
A solução por trazer um volume tão grande de carros passa pelo aumento gradual dos impostos de importação para carros eletrificados, que teve início em janeiro com uma sobretaxa de 10% (elétricos), 12% (híbridos plug-in) ou 15% (híbridos). A partir do mês que vem, a alíquota subirá para respectivos 18%, 20% e 25%.
A informação foi confirmada pelo diretor de vendas e marketing da BYD, Henrique Antunes, durante o evento de lançamento do sedã King, na última terça-feira, 18. Ao site Auto Indústria, o executivo ainda detalhou que a marca pretende vender um volume de quase 100 mil carros no país em 2024. Até maio, a BYD já havia vendido mais de 27 mil unidades, segundo os dados da Fenabrave.
Com o próximo aumento de impostos já para o próximo mês, a montadora chinesa se antecipou e trouxe um grande volume de carros antes do previsto para poder manter os preços competitivos. O destaque desta empreitada fica para o navio cargueiro da marca chinesa, o Explorer No.1 BYD, que chegou ao país no mês passado com mais de 5 mil carros elétricos e híbridos de uma só vez.
Além de modelos como o Dolphin e Dolphin Mini, o navio também trouxe os primeiros lotes do sedã King – na época ainda não lançado no país – e do SUV Song Pro, que ainda será lançado nos próximos meses com preços abaixo do Song Plus. Ainda este ano, está prevista a chegada da picape média Shark, que o Guia do Carro já dirigiu no México.
Já a partir de 2025, quando os impostos de importação voltarão a subir, a BYD já deve contar com a produção local em Camaçari (BA). Ainda em fase de obras, a unidade fabril terá capacidade para cerca de 150 mil unidades por ano, com a possibilidade de ampliação para 300 mil. Ela também abastecerá outros mercados da América do Sul.
A montadora espera iniciar a montagem local ainda este ano, ainda em regime CKD. Já a produção de fato deve ter início somente no ano que vem. Inicialmente, devem ser produzidos os modelos Dolphin, Dolphin Mini e Song Plus. A picape Shark também tem grandes chances de ser produzida no país.