BYD King: ele de fato anda mais e bebe menos que o Corolla?
Aceleramos o sedã híbrido plug-in da marca chinesa que chega nas próximas semanas para peitar o clássico modelo da Toyota, líder do segmento
Aceleremos de forma breve o BYD King, sedã médio híbrido plug-in que chega ao Brasil nas próximas semanas para peitar o reinado do Toyota Corolla, o modelo mais emplacado dessa categoria desde 2016
A equipe do Terra foi conhecer de perto nesta semana o BYD King, sedã híbrido plug-in que chega nos próximos meses para (tentar) desbancar o Toyota Corolla, o mais emplacado entre os sedãs médios.
A experiência que tivemos com o recém-chegado foi acanhada: apenas três voltas em uma pequena pista improvisada no estacionamento de um shopping em São Paulo. Certamente mais para frente, quando a BYD nos emprestar uma unidade para teste, poderemos trazer impressões mais profundas.
Por ora, conseguiremos responder apenas a pergunta do título: o King de fato anda mais e bebe menos que o Corolla?
Nesse sentido, a resposta é bem fácil: sim, para os dois questionamentos. A marca chinesa fez questão de levar ao local uma unidade do Corolla Altis híbrido justamente para que fosse possível fazer a comparação.
BYD King anda mais e bebe menos
O Corolla Hybrid tem motor 1.8 aspirado unido a um elétrico, recarregado de forma automática (e não pela tomada, como no caso do King) por uma bateria de 1,3 kWh. São 122 cv e 0 a 100 km/h em 12 segundos.
Em termos de consumo, de acordo com o Inmetro, o Corolla consegue fazer 11,8 km/l na cidade e 10,5 km/l na estrada com etanol; e 17,9 km/l e 15,4 km/l, respectivamente, com gasolina. Com esses números e seu tanque de 43 litros, sua autonomia máxima é na cidade e com gasolina: 770 quilômetros.
O King, por sua vez, tem motor 1.5 aliado a um elétrico, que pode ter duas potências e dois tamanhos de bateria: 209 cv com 8,3 kWh (50 km de rodagem puramente elétrica) ou 235 cv e 18,3 kWh, com pouco mais de 100 quilômetros de autonomia bancada pela bateria.
De acordo com a marca chinesa, o King faz a arrancada de 0 a 100 km/h em 7,3 segundos no GS, o mais forte; e em 7,9 segundos no GL, justamente o que testamos.
E, sim, o torque de 32,2 kgfm do King foi sensivelmente mais sentido do que os pouco mais de 15 kgfm do Corolla - e aqui vale lembrar que citamos apenas o torque do motor a combustão divulgado pela Toyota, já que a marca não revela qual é o número combinado entre os dois motores.
Em números de consumo, outra vez supremacia do carro chinês, que bebe só gasolina: o painel apontava média de 23 km/l, o que representa autonomia maior que 1.200 quilômetros com o tanque de 48 litros.
Números na prática
Na unidade que testamos, a bateria estava em 54%, o tanque apontava mais de 80% de gasolina e o indicador de alcance registrava ótimos 1.119 quilômetros. Vale ponderar que o número de autonomia apontado pelo computador de bordo dos carros da BYD costuma ser bem fiel.
Então, sim, o King anda (muito) mais e bebe menos que o Corolla. Mas calma. Nem tudo é perfeito e maravilhoso... O King não tem alguns equipamentos presentes no Corolla Altis, como o sistema ADAS (de auxílios para uma condução semi-autônoma), provavelmente o que ajuda o King a custar menos.
"Ah, mas não faço questão de ter o ADAS", vocês poderiam dizer.
Hoje em dia, muita gente tem equipamentos como frenagem de emergência, sensor de ponto cego e assistente de permanência em faixa e de fato nem usa ou sabe que tem... até um desses recursos prevenirem ou até salvarem sua vida em caso de acidente.
Ou seja, para custar menos, o King parece ter aberto mão de tecnologias que a Toyota enxerga como indispensáveis para o Corolla.
Mas estamos entrando em uma zona de comparação mais complicada de se ter propriedade, justamente porque rodamos pouco com o carro. Pela rapidez com que rolou as impressões, também não foi possível fazer uma análise sobre níveis de acabamento e tecnologia e de medição de espaço interno e porta-malas, algo que só faremos mais para frente.
Mas em resumo, a BYD mostra um sedã que pode ser mais esperto e econômico que o principal carro da categoria de sedãs médios, além de mais espaçoso, e que provavelmente se iguala em acabamento e nível de tecnologia de conveniência... Mas que deve ficar para trás quanto a recursos de segurança.