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Calmon: Combustível do Futuro tem falhas e otimismo exagerado

Países continentais como o Brasil precisam de visão abrangente, mas a permissão de 35% de etanol para carros mais novos parece um erro

18 out 2024 - 17h03
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Esta coluna foca em automóveis e apoia o aumento de percentual de etanol na gasolina de 27% para 30%
Esta coluna foca em automóveis e apoia o aumento de percentual de etanol na gasolina de 27% para 30%
Foto: Divulgação / Guia do Carro

Planejado ao longo de 20 anos, com várias idas e vindas para acomodar de automóveis a aviões, apresenta o grande mérito de reconhecer a transição energética planejada de forma inteligente e adaptável. Países de área continental como o Brasil e dezenas de outros com restrições econômicas, que dificultam avanço acelerado de veículos elétricos, precisam obviamente de uma visão abrangente e viável.

O otimista Programa Combustível de Futuro (PCF) sancionado em 8 de outubro último, prevê investimentos de R$ 260 bilhões (talvez mais) e datas de implantação factíveis, ao contrário da União Europeia e suas discutíveis metas distanciadas da realidade. Esta coluna foca-se em automóveis e apoia o aumento de percentual de etanol na gasolina de 27% para 30% considerado viável tecnicamente. Permissão para 35% mesmo para carros mais novos, no entanto, parece-me um erro.

Além de restrições técnicas conhecidas, seria injusto desconsiderar veículos de países vizinhos que hoje trafegam e abastecem no Brasil sem grandes problemas. Já motocicletas, geradores portáteis de eletricidade, motores de popa e até motosserras devem funcionar mal com 35%. Haveria dificuldades mesmo com automóveis recentes nacionais e importados. A Câmara dos Deputados falhou ao admitir a possibilidade na aprovação do PCF, pura perda de tempo.

Etanol é reconhecido como combustível limpo e capaz de compensar 80% das emissões de CO2 no ciclo da fonte à roda, se usado isoladamente. O que poucos sabem: a soma de anidro em mistura atual de 27% com a gasolina e mais os motoristas que abastecem só com o hidratado por preferência ou preço atraente, representa agora 42% de combustível limpo contra 58% de gasolina. Em outros poucos países, só há 10% de etanol. Para aumentar consumo aqui, o imposto teria de diminuir.

Neste cenário a Raízen acaba de lançar a segunda geração do aditivo para etanol Shell V-Power. Além de limpar vapores de óleo do cárter solidificados nas sedes de válvulas, evoluiu o filme de redução de atrito de 86% para 96%. Senna Brands, fundada pelo piloto de F1 há 34 anos e falecido 30 anos atrás em Ímola, participa da campanha de lançamento.

Importados caíram em setembro, todavia têm alta no ano

Apesar da queda de 10,8% nos emplacamentos de veículos importados em setembro, com relação ao mês de agosto, a Abeifa, associação dos importadores, informa alta significativa de 192,9% no acumulado de janeiro a setembro. Os números de 2024 foram puxados por antecipação de compras em razão do aumento do imposto do imposto sobre elétricos e híbridos. No entanto, a base comparativa com 2023 é extremamente baixa e os percentuais vistosos, assim explicáveis.

Hoje há apenas nove associadas e nenhuma fabricante. BYD respondeu sozinha por 52,2% de todas as vendas em setembro. A marca chinesa comercializou 51.310 unidades de elétricos e híbridos de janeiro ao mês passado. Um pouco distante dos 120.000 carros previsto para entregar em 2024 (corrigiu depois para 100.000). A conferir em dezembro...

Marcelo Godoy, presidente da Abeifa, ponderou sobre a falta de pontos de carregamento. É um dos problemas a resolver dos elétricos no País. Atualmente somam 10.000 pontos públicos e semipúblicos. O consultor da área automobilística Milad Kalume Neto calculou 14 carros para cada carregador. Segundo ele, mesmo ao desconsiderar regiões pouco habitadas do Brasil, a Espanha tem 22 vezes mais carregadores: 220.000.

Guia do Carro
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