Caoa Chery ainda tem os melhores carros chineses do Brasil; entenda
Os carros chineses venceram a batalha mais difícil, que era o preconceito de parte do público, e isso foi obra da Caoa Chery
Os carros chineses são desejados hoje pelos brasileiros. Caoa Chery foi responsável pela boa aceitação das novas marcas chinesas por ter modelos com comportamento direcional similar aos carros das montadoras tradicionais, embora tenha mantido uma postura discreta. GWM contratou Márcio Alfonso para liderar seu Departamento de Engenharia, o que melhorará o comportamento dos seus carros.
Os carros chineses são desejados hoje por milhares de consumidores brasileiros. Muitos gostariam de ter na garagem um carro elétrico ou híbrido da BYD ou da GWM, que são as marcas mais badaladas do momento. Mas a Caoa Chery ainda tem os melhores carros chineses do Brasil, em termos de comportamento dinâmico ou direcional.
Posicionada entre as 10 marcas mais vendidas dos últimos meses, mas não tão badalada como as novatas BYD e GWM (Haval e Ora), a Caoa Chery perdeu espaço na mídia especializada porque não fez lançamentos inéditos em 2023, mas sim versões de modelos já existentes, como o Tiggo 5x Sport, um SUV competitivo pelo preço de R$ 119.990.
Mas, apesar de estar mais discreta, a Caoa Chery é a grande responsável pela boa aceitação dos carros da BYD e da GWM. Isso porque os modelos Tiggo e Arizzo, nos últimos três anos, tiveram grande aprimoramento técnico, melhorando a dirigibilidade, a ponto de deixá-los num padrão similar aos de carros das montadoras tradicionais.
Os modelos mais badalados da BYD e da GWM – o elétrico Dolphin e o híbrido Haval H6 – agradam bastante pelas novas tecnologias, mas ainda não apresentam um comportamento direcional tão bom como os carros da Caoa Chery, que foram “tropicalizados” pela Engenharia da Caoa em Anápolis, GO.
Graças a uma equipe de técnicos experientes, com passagens pela Ford e outras montadoras nacionais, a Caoa Chery conseguiu dar aos seus carros o padrão de dirigibilidade que os motoristas brasileiros gostam. Nesse aspecto, a família Tiggo é muito superior, por exemplo, ao Haval H6, que tem um comportamento direcional ruim, embora agrade por outros itens, como tecnologia, design, espaço e conforto.
No caso do BYD Dolphin e do BYD Seal, o problema é o peso da bateria. Embora o centro de gravidade seja baixo, os carros são tão pesados que acabam sendo prejudicados em curvas. Não é algo que desabone os carros, mas para quem sabe sentir o comportamento do automóvel, chama a atenção.
Por que, então, o Haval H6 ganhou 5 estrelas na avaliação do Guia do Carro? Justamente pelo conjunto da obra. Embora tenha ganhado apenas nota 6 em Dirigibilidade, as notas dos outros 9 itens foram sempre muito altas. No critério do Guia do Carro, o modelo ganha 5 estrelas se tiver média final entre 9,0 e 10.
Quando tiverem produção nacional, é muito provável que os modelos da BYD e da GWM também melhorem bastante no comportamento dinâmico (que não tem a ver com aceleração ou velocidade e sim com a dirigibilidade, por ajustes do sistemas de direção e/ou suspensão).
Outra marca chinesa que evoluiu bastante no comportamento dinâmico foi a JAC, também por já ter mais de uma década de experiência com as exigências do motorista brasileiro.
No caso da Caoa Chery, a diferença positiva do trabalho de engenharia talvez seja notado quando chegarem os primeiros carros da Omoda e da Jaecco, ambas importadas diretamente pela Chery, caso não sejam “tropicalizados” nos sistemas de direção e suspensão.
A GWM teve uma boa iniciativa ao contratar o engenheiro Márcio Alfonso (ex-CEO da Caoa Chery) para liderar o Departamento de Engenharia de seus carros. Por isso, não deve demorar muito para que o Haval H6 seja tão bom de dirigir como o Tiggo 8. Este é apenas um aspecto da disputa particular entre os carros chineses no Brasil.