Presidente da Peugeot: sumiram 1,4 mi de carros no Brasil
Carlos Gomes afirma que o mercado "não tinha como adivinhar" as quedas nas vendas no mercado brasileiro
O mercado de carros no Brasil apresentou grande queda em 2014 e a expectativa é de que 2015 seja um ano ainda pior. O recuo de quase 7% no ano passado ficará pequeno diante da expectativa da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) para este ano, de queda de 20%.
O recuo, obviamente, atrapalhou a vida de algumas montadoras, entre elas a Peugeot-Citroën (PSA) – juntas, as duas marcas emplacaram cerca de 90 mil veículos no ano passado. Em entrevista exclusiva ao Terra durante o Salão de Buenos Aires, na Argentina, o presidente da PSA na América Latina, Carlos Gomes, afirmou que “não tinha como adivinhar” essa queda repentina nas vendas.
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“Acontece que nesse momento o mercado brasileiro está muito ruim, mas a gente não adivinhava porque lá atrás, quando começamos a desenvolver todo o projeto, a visão para o Brasil em 2015 era de 4 milhões de veículos, que seria o terceiro maior mercado mundial. Hoje, vai fazer 2,6 milhões, ou seja, são 1,4 milhão de carros que desapareceram”, afirmou. “ Para esse ano esperamos uma queda selvagem”, completou.
Mesmo com a instabilidade no mercado, a Peugeot anunciou três novos modelos para o País neste ano – 308, 408 e 2008 – além de fazer grande mudanças no 208. “Continuamos confiantes. Vamos desenvolvendo coisas e os produtos prontos têm de ser lançados, independentemente do momento do mercado”, disse.
“A gente não pode guardar os veículos. Sabemos que lançar produtos nessa situação é bem desagradável, principalmente porque hoje estamos em um mercado que o cliente não quer trocar de carro, está com dificuldades financeiras. São questões que temos que compreender”. “Nossa vontade é quebrar esse marasmo de vendas”, completou.
Carlos Gomes ainda afirmou que a empresa não tem previsão de nova fábrica no Brasil pelo próximos dez anos. ”Penso que temos mais que suficiente para responder hoje ao aumento de procura caso isso aconteça. Nossa fábrica de Porto Real pode ir até 200 mil unidades, hoje produzimos cerca de 85 mil veículos, então temos margem”.