Chevrolet S10 2025: altos e baixos em viagem-teste de 2.300 km
Neste review do Chevrolet S10, rodamos 2.300 km de São Caetano do Sul (SP) a Foz do Iguaçu (PR), com a picape High Country sempre carregada
Nova S10. É assim que a GM se refere ao Chevrolet S10 2025, sua picape “de bandeira” na disputa de mercado contra modelos como Toyota Hilux e Ford Ranger. Na primeira avaliação, em Goiás, a Nova S10 mostrou que ficou mais confortável do que todas as versões anteriores da picape. Agora experimentamos a caminhonete numa viagem de 2.300 km.
O percurso começou em São Cateano do Sul (SP), exatamente na fábrica da General Motors, passou por Londrina (PR), enfrentou estradas ruins até chegar a Foz do Iguaçu (PR), pertinho da tríplice fronteira do Brasil com Argentina e Paraguai, voltou a Londrina, passou por São Paulo, desceu ao Guarujá e Santos (cidades litorâneas), subiu a Serra do Mar e encerrou em São Caetano do Sul.
Se na primeira avaliação a picape estava vazia, neste review ela esteve quase sempre cheia – tanto de passageiros quanto de malas e outras bugigangas. Mas o interessante é que os passageiros não foram os mesmos, de forma que conseguimos ter informação mais diversa sobre o conforto e a vida a bordo da versão topo de linha High Country, que já subiu de R$ 302.900 para R$ 307.990.
O que nós gostamos
O melhor lugar do Chevrolet S10 2025 é o do motorista. A picape recebeu aumento das bitolas, novos amortecedores, nova calibração do conjunto de suspensão, nova coluna de direção e revisão do sistema de fixação, o que melhou muito sua dirigibilidade.
O consumo melhorou e oficialmente a Nova S10 faz 11,4 km/l na estrada. Nossa melhor média foi de 18 km/l, mas conseguimos 12,7 km/l com dois a bordo em trecho de 400 km e apenas 11 km/l num "long run" de 1.750 km, pois houve também vários trechos de cidade. Como o diesel S10 estava muito caro no trajeto (entre R$ 5,60 e R$ 6,50), gastamos cerca de R$ 1.200 somente com combustível.
Já fizemos esse mesmo trajeto com um Mercedes EQE 300 elétrico e o custo gasto com energia foi… zero. E ainda sem emitir um grama de CO2 na atmosfera. Então reflita.
O desempenho agradou bastante. Com muito torque (507 Nm) e boa potência (207 cv), o motor 2.8 turbo diesel trabalhou sem muito ruído e sempre em boas rotações, graças à nova transmissão automática de 8 marchas. A potência foi importante para ultrapassagens no trecho de pista simples próximo a Cascavel (PR), que tem um cansativo trânsito de caminhões lentos e raras oportunidades de ultrapassagem.
A nova multimídia MyLink de 11”, com tela integrada ao painel de instrumentos, foi excelente, com ótima conectividade do Android Auto e boa visibilidade no alto do painel. A busca de aplicativos como Deezer e Spotify também foi bem fácil e a conexão foi sempre sem fio.
O conforto na frente ficou ótimo. Na traseira, as opiniões se dividiram. A turma que viajou no trajeto Londrina-Foz-Londrina não reclamou, mas eram apenas duas pessoas atrás. Já a turma que fez o trajeto Londrina-Guarujá reclamou da “dureza” do assento traseiro – mas vale dizer que estavam em três pessoas.
Os sistemas de segurança funcionaram muito bem, com algumas intervenções em situações que sugeriam uma colisão frontal (mas, na real, estava tudo sob controle). A picape mostrou-se bastante equilibrada nas curvas e não decepcionou quando enfrentou forte chuva, seja com tração 4x2 ou 4x4.
A caçamba com capota marítima funcionou muito bem como porta-malas. Não houve nenhuma entrada de água na chuva e a poeira foi pequena. A capota é fácil de manejar e o espaço para carga é excelente. Da mesma forma, a tampa da caçamba não é muito pesada.
O que pode melhorar
O consumo não é nada brilhante. Talvez fosse melhor deixar a picape com apenas 200 cv e melhorar o consumo, pois o diesel está muito caro. Longas viagens pesam no bolso do usuário do Chevrolet S10 2025.
O quadro de instrumentos não é feio, mas está longe de ser tão bonito e completo como uma picape desse porte merece. O novo painel digital estreou no Chevrolet Spin 2025. Ficou bom no SUV crossover, mas pareceu modesto no Chevrolet S10 2025. Além disso, para ver o consumo médio é preciso entrar no display central.
A posição do botão de tração é péssima, escondida embaixo do volante, à esquerda, num local que é impossível enxergar enquanto se dirige.
Veredicto
Depois dessa viagem de 2.300 km com o Chevrolet S10 2025 High Country, não há dúvidas de que a GM se esforçou bastante parta melhorar sua picape média-grande. E conseguiu, especialmente em termos de design (ela ficou linda vista de frente) e de conforto. É uma compra segura para quem gosta de picape grande com carroceria sobre chassi. O consumo melhorou, mas o combustível ainda pesa em viagens longas.
-1iv73ca3neb78.png)
-qxw3d50dj60j.jpg)
