Chineses abordam Stellantis para comprar marca ligada à Fiat
Durante o Salão de Paris, o CEO da Stellantis, Carlos Tavares, disse que rejeitou várias ofertas de fabricantes chineses
Enquanto o mundo discute barreiras fiscais, tentando dar tempo aos fabricantes ocidentais, a China continua avançando sobre o Velho Mundo automotivo. Durante o Salão de Paris, realizado de 14 a 20 de outubro, o CEO da Stellantis, Carlos Tavares, revelou que os chineses o abordaram para comprar uma das 14 marcas do grupo.
“Muitos fabricantes chineses bateram-me à porta para comprar marcas e eu recusei”, disse Tavares à revista francesa Auto Plus. “É um ativo intangível que tem valor, que representa um valor de marca com uma história.” Tavares não disse quais marcas interessam aos chineses. Mas pelo menos uma marca ligada à Fiat tem problemas.
Fundada em 2021, com a fusão das antigas PSA (Peugeot Citroën) e FCA (Fiat Chrysler), a Stellantis tem apenas uma marca em dificuldades financeiras, segundo Tavares: a tradicionalíssima Maserati. “É a única marca que está a perder dinheiro”, disse o executivo português ao jornalista Yann Lethuillier, da Auto Plus.
A gestão das italianas Maserati e Alfa Romeo passaram às mãos do executivo italiano Santo Ficili. Mas o próprio Tavares admitiu que não sabe qual é o atual posicionamento da Maserati, que estaria numa área cinzenta entre o alto desempenho e o alto luxo. Quanto à Alfa Romeo, o CEO já havia dito que a marca teria “dez anos para provar seu valor”.
O avanço dos chineses, entretanto, indepente de a marca estar ou não à venda. Nos últimos anos, a Gelly comprou a sueca Volvo e a SAIC comprou a inglesa MG. Portanto, para entrar no mercado europeu também com marcas europeias, os chineses compram qualquer marca que esteja à venda.
As 14 marcas de automóveis da Stellantis são: Fiat, Maserati, Alfa Romeo, Lancia, Abarth (Itália), Opel (Alemanha), Vauxhall (Inglaterra), Peugeot, Citroën, DS (França), Jeep, Ram, Dodge e Chrysler (Estados Unidos).
