Citroën C3 vai mal e recebe nota zero em teste de segurança
Citroën C3 feito no Brasil recebe nota zero em avaliação do Latin NCAP; fraca proteção contra colisões frontais foi um dos pontos criticados
O Citroën C3 teve o seu nível de segurança e de proteção aos ocupantes avaliado pelo Latin NCAP (Programa de Avaliação de Veículos Novos para a América Latina e o Caribe) e mostrou desempenho ruim, recebendo nota zero da entidade.
De acordo com o comunicado do Latin NCAP, o resultado do Citroën C3 se deveu, entre outras coisas, à estrutura instável, à fraca proteção contra colisões frontais, à falta de proteção lateral para a cabeça e à falta de lembrete de uso do cinto de segurança.
O Citroën C3 é produzido no Brasil na fábrica do grupo Stellantis em Porto Real (RJ) e possui dois airbags e Controle Eletrônico de Estabilidade (ESC) como equipamentos de série.
Segundo a entidade de segurança, o Citroën C3 obteve 30,52% em Ocupante Adulto, 12,10% em Ocupante Infantil, 49,74% em Proteção de Pedestres e Usuários Vulneráveis da Estrada e 34,88% em Assistência à Segurança.
O resultado do teste de impacto frontal mostrou proteção fraca para o peito do motorista e proteção marginal para o peito do passageiro da frente, provavelmente explicada pela falta de pré-tensionadores dos cintos de segurança.
A estrutura e a área dos pés foram classificadas como instáveis. O impacto lateral de poste não foi realizado porque o veículo não oferece proteção lateral (airbags) como item de série ou opcional para a cabeça.
A proteção contra chicotada cervical (whiplash) apresentou desempenho ruim no pescoço do adulto. No ocupante criança, o modelo apresentou proteção quase total, mas os pontos dinâmicos foram afetados devido à sinalização deficiente das ancoragens Isofix para Sistemas de Retenção Infantil (SRI).
A sinalização de advertência do airbag no banco do passageiro dianteiro não cumpre com os requisitos do Latin NCAP e não pode ser desligada. Alguns dos SRIs que foram avaliados quanto à instalação falharam. O veículo não demonstra conformidade com a norma de proteção para pedestres UN127 ou GTR9.
A proteção passiva para pedestres apresentou proteção marginal boa para a cabeça e proteção fraca a ruim para as áreas próximas ao para-brisa e às colunas dianteiras. A proteção oferecida à pélvis foi de adequada a boa e a proteção às pernas foi marginal a boa.
O aviso de cinto de segurança está disponível apenas no assento do motorista, mas não atende aos requisitos do Latin NCAP e não está disponível para o passageiro dianteiro ou para a fileira traseira.
Alejandro Furas, Secretário Geral do Latin NCAP, disse:
“É alarmante como a Stellantis repetidamente desconsidera a segurança básica para os latino-americanos e é inaceitável que seus veículos alcancem um nível tão baixo de segurança quando eles sabem muito bem como produzir carros acessíveis e muito mais seguros”, declarou Alejandro Furas, secretário geral do Latin NCAP.
Stephan Brodziak, presidente do conselho de administração do Latin NCAP, também foi duro em suas críticas à fabricante: "É vergonhoso que a Stellantis, que sabe perfeitamente como desenvolver carros mais seguros a preços acessíveis, tenha projetado um carro de segurança tão ruim como o Citröen C3. Como consumidores latino-americanos, pedimos encarecidamente que a Stellantis pare de produzir carros que representam um risco tanto para seus ocupantes quanto para os outros usuários da via com os quais compartilham a estrada”, afirmou.