Como é a produção dos novos Audi Q3 e Q3 Sportback no Brasil
Com capacidade para produzir até 4 mil unidades por ano, fábrica da Audi no Paraná retoma a produção com os novos SUVs Q3 e Q3 Sportback
A Audi do Brasil anunciou na última quarta-feira (29) a retomada das operações em sua fábrica de São José dos Pinhais (PR). Depois de um hiato de quase dois anos sem produzir carros no Brasil, a montadora alemã decidiu retornar com a montagem local, agora com os modelos Q3 e Q3 Sportback. Com um regime de produção SKD, a linha de montagem da Audi no Brasil terá capacidade para produzir até 4 mil carros por ano.
Para isso, a Audi afirma que realizou um investimento de R$ 100 milhões para a modernização da linha de montagem, que ganhou novos maquinários, ferramentais, equipamentos de controle de qualidade e sistemas de tecnologia da informação e infraestrutura logística. Esse valor se soma ao montante de R$ 446 milhões já investidos desde 2012 na fábrica paranaense.
No entanto, nenhuma peça dos novos Audi Q3 e Q3 Sportback será produzida no Brasil – ao menos no atual regime. Por se tratar de um processo SKD (da sigla Semi Knock Down, em inglês), os conjuntos de peças e partes chegam ao Brasil vindos da fábrica de Györ, na Hungria, para a montagem em solo brasileiro. No entanto, os novos Audi Q3 e Q3 Sportback nacionais pagam menos impostos, uma vez que a alíquota de 35% do imposto de importação convencional cai para 18% no regime SKD.
Dentre os processos realizados no Brasil – que pudemos ver durante nossa visita à fábrica – estão a instalação dos conjuntos de motorização, transmissão, suspensão, freios e rodas, além do sistema de direção e de gravação dos chassis, que terão numerações brasileiras. Na fábrica paranaense, também são feitos testes de qualidade e de aprovação dos novos Q3 e Q3 Sportback. Com isso, a produção dos novos modelos vai gerar até 200 novos empregos.
Inicialmente, os sistemas de motorização, suspensão e transmissão são conectados por funcionários com o auxílio de uma base que traz as medidas e o posicionamento exato de cada conjunto. Em seguida, esses componentes são unidos à carroceria, que já chega ao Brasil montada da Hungria. Logo depois, o modelo recebe os fluídos de freios, ar-condicionado e combustível, além de ajustes no sistema de direção e as rodas de liga-leve. Finalmente, os Q3 e Q3 Sportback passam por testes elétricos, mecânicos, de estanqueidade (resistência contra vazamentos e entrada de água) e de qualidade geral, antes da aprovação para a comercialização.
De acordo com a Audi, esse processo é uma alternativa eficiente, já que a dupla de SUVs terá um baixo volume de vendas. Até o fim de 2022, a Audi pretende produzir cerca de 1.500 unidades da dupla. Desse total, cerca de 70% das unidades serão da versão Q3 Sportback. Com apelo mais esportivo e carroceria estilo SUV cupê, o modelo terá aspecto aspiracional – e preços mais altos. Os 30% restantes da produção serão do modelo Q3 convencional.
Justamente para explorar esse aspecto aspiracional dos novos Q3 e Q3 Sportback, a Audi equipou todas as versões com o motor 2.0 turbo de 231 cv e 340 Nm e com a tração integral Quattro, e posicionou os modelos em uma faixa de preços iniciais abaixo (R$ 273.990) dos concorrentes diretos – BMW X1 (R$ 290.945) e Mercedes GLA (R$ 329.990). No entanto, os SUVs da Audi já contam com tração integral e um motor bem mais potente desde as versões de entrada.
A princípio, a Audi não comenta oficialmente se irá produzir novos modelos no Brasil. No entanto, a montadora alemã afirma que estuda a possibilidade de oferecer novos carros eletrificados em um futuro próximo. Isso porque a marca lançará apenas novos veículos híbridos ou elétricos a partir de 2026, inclusive no mercado brasileiro. Confira nossas primeiras impressões do novo Audi Q3 Sportback.