Conheça 3 unidades raras do Fusca guardadas pela Volkswagen
Volkswagen comemora o Dia Nacional do Fusca e apresenta três unidades raras, que fazem parte de seu acervo interno na Anchieta
Quando a Volkswagen do Brasil produziu o primeiro Fusca nacional, em 1959, o carismático modelo criado pelo professor Ferdinand Porsche ainda se chamava Volkswagen Sedan. A marca alemã colocava nas ruas brasileiras um automóvel com características únicas de design e que seria um dos modelos mais icônicos não só da indústria global, mas também local.
Neste Dia Nacional do Fusca, 20 de janeiro, a Volkswagen celebra a história do seu mais tradicional modelo, recebe membros do Fusca Clube do Brasil e Fusca Club ABC, e apresenta em detalhes três unidades preciosas que compõem seu acervo de clássicos.
“A oportunidade de gerenciar um acervo de veículos clássicos traz um misto de desafio, ao preservar essa história pelos próximos anos, e também de muita nostalgia, por poder viver cada produto, pensando em como aquela unidade marcou a indústria do País”, diz André Drigo, Gerente Executivo do Desenvolvimento do Produto.
O Fusca que saía da linha de produção da Anchieta em 1959 já era diferente do CKD, montado no Ipiranga desde 1953. Uma das novidades para o fabricado foi a introdução de uma barra estabilizadora para o eixo dianteiro. Na ocasião, o Fusca tinha um índice de nacionalização de 54%.
Em seu primeiro ano de produção, o Fusca vendeu 8.406 unidades e, a partir de 1962, já era o grande líder do mercado, com um total de 31.014 unidades. E esse era só o começo de uma próspera história do modelo no Brasil. O Fusca foi líder do mercado por 23 anos!
Fusca 1986, o último antes do hiato
A unidade, que saiu diretamente da linha de produção, está entre os últimos fabricados na “primeira fase” do modelo, que foi de 1959 a 1986. Esse simpático Fusca vermelho é equipado com motor 1600 cm³ a álcool.
Fusca 1993, o Fusca Itamar
Fora de linha desde o fim de 1986, o Fusca voltaria a ser fabricado em 1993. O renascimento, inédito no mundo, veio de um pedido do então Presidente da República, Itamar Franco, que via na retomada da produção um caminho para a geração de empregos e um estímulo econômico. Um programa de isenção tributária foi especialmente moldado à motorização refrigerada a ar de Fusca e Kombi.
O exemplar que faz parte do acervo tem chassi número 9BWZZZ11ZPP00001, é o primeiro exemplar produzido na segunda fase de manufatura e o mesmo veículo apresentado a Itamar Franco na celebração do retorno da produção. Seu valor histórico é inestimável.
Cabelos ao vento no Fusca 1996
Em 1996, três anos após ter sua produção retomada a pedido de Itamar Franco, o Fusca deixaria novamente a linha de produção da Planta Anchieta. Para a aposentadoria definitiva, a Volkswagen criou a Série Ouro.
Foram 1.368 exemplares diferenciados dos demais Fuscas "Itamar" por faróis auxiliares, lanternas escurecidas, logotipo nas laterais e a plaqueta "Fusca", na tampa do motor, em dourado. No interior, bancos com revestimento de Pointer GTI, volante de Gol, painel com fundo branco e vidros verdes.
Encerrada a produção do Fusca Série Ouro, outros três exemplares foram convertidos em conversíveis pela Sulam (tradicional transformadora de veículos fundada em 1973). O último desses, chassi número 9BWZZZ113TP006623, pertence ao acervo histórico da Volkswagen do Brasil. Pintado na cor branca, com capota preta, o Fusca conversível do acervo traz o 1600 cm³ a gasolina, com motor injetado para o mercado mexicano.
Fusca, uma história que nunca acaba
Carro que iniciou as operações da Volkswagen no Brasil, em 1953, montado em um galpão no bairro do Ipiranga. Seu motor tinha 1.200 cm³. A partir de 1959 começou a ser fabricado no País, já na unidade Anchieta, até 1986.
Durante todo esse período o Volkswagen Sedan foi sempre equipado com diferentes versões do motor quatro-cilindros refrigerado a ar – o câmbio foi sempre manual de quatro marchas e a tração, traseira. Primeiro, o motor passou de 1200 cm³ para 1300 cm³, a partir de 1967, com 45 cv brutos.
Em seguida, ganhou a versão de 1500 cm³, introduzida em 1970, com 52 cv brutos. A potência veio associada à bitola traseira 62 mm maior, o que alterou o porte do modelo e lhe rendeu o apelido de "Fuscão".
A versão de 1600 cm³ viria em 1974, com dupla carburação, que rendia 65 cv brutos. Essa mudança veio acompanhada de aumento também na bitola dianteira, além de para-brisa maior, sistema de ventilação interna e pisca-alerta.
Ao longo dos anos foram sendo introduzidas melhorias como a coluna de direção bipartida, duplo circuito de freios independentes e comando do limpador de para-brisa na coluna de direção (1977), volante de polipropileno texturizado e as lanternas traseiras grandes e arredondadas apelidadas de "Fafá"(1979), aquecimento interno e ignição eletrônica (1983), entre outras. O modelo teve também várias reestilizações e séries especiais, como a Prata, de 1979.
Do original Volkswagen Sedan, o nome foi oficialmente substituído por Fusca em 1983. Em 1984, o modelo ganhou freios a disco na dianteira e passou a ser produzido apenas na versão 1.600 – no ano seguinte receberia versão 1.600 movida a etanol. Sua produção foi retomada em 1993 e durou até 1996.
"É um privilégio poder mostrar três unidades raríssimas e totalmente preservadas durante as comemorações do Dia Nacional do Fusca. Foram 30 anos de produção do carro no país e mais de 3,1 milhões fabricados por aqui. O Fusca não é só um queridinho nosso, mas do mundo inteiro", completa Drigo.