Corolla Cross híbrido está na mira da Volks e da Stellantis
Volkswagen e Stellantis querem acabar com a vida fácil do Toyota Corolla Cross no segmento de SUVs híbridos
Os dias fáceis do Toyota Corolla Cross híbrido não devem se repetir por mais duas temporadas. Pelo menos duas grandes montadoras – a Volkswagen e a Stellantis – estão decididas a brigar no segmento de carros híbridos completos movidos a etanol. O Corolla Cross Hybrid deve ser a maior vítima do ataque que se anuncia para o futuro próximo.
Talvez não dê tempo de lançar alguma novidade em 2023, mas em 2024 tanto a Volkswagen quanto a Stellantis devem lançar seus primeiros carros híbridos a etanol no mercado brasileiro.
Como as duas montadoras praticamente desistiram dos sedãs médios, o Corolla Hybrid deve continuar sendo sobreano na categoria. Mas o Corolla Cross Hybrid navega no oceano azul do segmento SUV híbrido, longe dos tubarões que infestam outros nichos.
Embora não tenha conseguido tirar o Jeep Compass da liderança, o Toyota Corolla Cross se tornou imbatível nas vendas de SUVs full hybrid (híbridos completos ou HEV). Nesse sistema, o usuário não precisa se preocupar com o carregamento da bateria para rodar no modo puramente elétrico.
O Jeep Compass 4xe não concorre diretamente com o Corolla Cross Hybrid por ser plugável. O híbrido plug-in (PHEV) é uma alternativa interessante somente para uma parcela muito específica de usuários, que rodam pouco e somente na cidade durante a semana, mas que fazem viagens mais longas nos fins de semana. Além disso, é uma tecnologia caríssima, pois combina dois sistemas complexos, o que torna seu mercado muito limitado.
Já o híbrido leve (MHEV), que tem sido adotado com entusiasmo pela Kia e pela Caoa Chery, consegue apenas 10% de ganho na eficiência, o que atende algumas marcas, mas não resolve o problema de montadoras de grande volume, como a Stellantis, a Volkswagen e a própria Toyota.
Por isso, a Volkswagen e Stellantis vão mesmo desenvolver e lançar carros híbridos full, como o Toyota Corolla Cross Hybrid. Mas quais?
No caso da Volks, um dos carros cotados para receber o sistema híbrido com etanol é o SUV Taos, fabricado na Argentina, pois é concorrente direto do Corolla Cross. Porém, os dois SUVs compactos, T-Cross e Nivus, também surgem como ótimas opções, por serem mais populares. Mesmo sendo carros da categoria B-SUV, um T-Cross híbrido e um Nivus híbrido podem impedir a migração de clientes para o Corolla Cross, que é um C-SUV (médio).
No caso da Stellantis, a primeira coisa a decidir é a marca: Fiat, Jeep, Peugeot ou Citroën? Os Jeep Compass e Renegade são os favoritos, pois já têm versões híbridas plug-in desenvolvidas na Itália. Mas a Peugeot também pode surgir como opção, porque a Stellantis quer que ela seja a marca dos carros elétricos (e o híbrido também é um carro elétrico, mas não 100%).
Enquanto isso, a Toyota também se mexe. Um novo carro do segmento B será lançado em 2023 com a mesma tecnologia híbrida flex usada hoje no Corolla sedã e no Corolla Cross. O modelo está sendo guardado a sete chaves pela Toyota.
Finalmente, quando a Volkswagen e a Stellantis entrarem para valer no segmento de carros híbridos, talvez o façam sem a opção de abastecimento com gasolina, ou seja, apenas com etanol e eletricidade, para acelerar a descarbonização. Terão essa ousadia de abandonar o petróleo em seus sistemas híbridos? Façam suas apostas!