Dirigimos o Citroën C3 Aircross Turbo na Bahia (sua família vai gostar)
Saiba como foi nossa primeira impressão a bordo do Citroën C3 Aircross, que chega com boas credenciais como SUV familiar
O novo Citroën C3 Aircross chegou e surpreendeu. Para quem esperava apenas um carro maior e mais espaçoso do que o C3, a surpresa foi boa. Leia aqui a descrição completa do SUV.
A surpresa começa pelo motor. Nada de 1.0 aspirado ou de 1.6 aspirado, que acabou sobrando para o mercado argentino. O C3 Aircross tem apenas o motor 1.0 Turbo 200 da Stellantis e transmissão automática CVT de 7 marchas.
Trata-se de um conjunto muito mais moderno e eficiente, que entrega boa potência (130 cv com etanol e 125 cv com gasolina), boas retomadas de velocidade (torque de 200 Nm a 1.750 rpm) e boas relações peso/potência e peso/torque: 9,2 kg/cv e 6,0 kg/Nm.
A grande vantagem é que o carro é leve (1.201 a 1.216 kg nas versões de 5 lugares) e, assim, tem força de sobra para as recuperações de velocidade, tanto na cidade quanto na estrada, para ultrapassagens, e até nas subidas (com algum ruído excessivo, é verdade).
Fizemos todas as simulações de dirigibilidade possíveis nas estradas do litoral baiano, na região da Praia do Forte. Ele arranca de 0 a 100 km/h abaixo de 10 segundos e tem firmeza nas frenagens de emergência – a 100 km/h, para na trajetória, apesar de uma levíssima tendência de desviar para a direita, quase imperceptível.
Tecnicamente, o Citroën C3 Aircross está muito bem dimensionado. Mas o grande destaque é a suspensão. Muito diferente dos Citroën fabricados pela antiga PSA, os Citroën produzidos pela Stellantis agora têm uma suspensão característica, sem jogar a traseira e muito (mas muito mesmo) confortável.
Para uma família em viagens, o C3 Aircross será bastante agradável. Mas, e para o motorista? A surpresa é que, apesar da maciez da suspensão, o carro é bem equilibrado. Ok, tem um pouco de rolagem da carroceria em curvas mais acentuadas a partir de 100 km/h, mas nada que assuste o motorista.
Melhor ainda: a direção é firme e direta, responde prontamente aos movimentos do condutor, algo que não se vê, por exemplo, em carros da moda como o Haval H6, da GWM, ou no BYD Seal. Para quem gosta, tem troca de marchas sequenciais pela alavanca (a Stellantis deixou a borboleta para o Fiat Pulse, para não “encavalar” os carros).
A posição de dirigir é bastante elevada, com ótima visualização do painel de instrumentos e da multimídia, bem como da área em torno do veículo. A multimídia de 10”, ótima e sem fio desde a versão de entrada, está posicionada um pouco acima da linha do quadro de instrumentos (bom também, de 7”), o que é um fator de segurança importante para o motorista.
Pena que, na questão da segurança, o C3 Aircross tenha apenas os dois airbags obrigatórios por lei na versão Feel (de entrada). Na Feel Pack (intermediária) e na Shine (topo de linha) há também os airbags laterais. Veja aqui todos os equipamentos do Citroën C3 Aircross, versão por versão.
A Citroën argumenta que a estrutura do carro é reforçada, mas, na visão do Guia do Carro, os seis airbags deveriam ser oferecidos pelo menos como opcional para o cliente decidir.
Por enquanto, o principal rival do C3 Aircross, Chevrolet Spin, oferece apenas dois airbags em todas as versões. Mas, quando a nova geração chegar, certamente terá seis airbags desde a versão de entrada, pois essa tem sido a oferta da GM em seus novos carros.
O espaço interno é outro aspecto positivo do novo C3 Aircross. O SUV compacto é quase do tamanho do Jeep Compass (SUV médio) e tem o entre-eixos maior. Isso é possível graças à plataforma mais moderna, a CMP da Citroën, que ocupa melhor os espaços. O motor 1.0 turbo, de apenas 3 cilindros, ficou perfeito para o C3 Aircross.
Na versão de 7 lugares o banco da segunda fileira é avançado para frente. Assim, é possível acomodar dois bancos traseiros, que são facilmente retiráveis. É na área desses bancos traseiros que o novo Citroën C3 Aircross revela uma certa pobreza no acabamento.
Todos os acabamentos internos são de plástico duro para que o carro seja competitivo em preço. Pelo menos visualmente a Citroën caprichou. Mas o tato em algumas áreas não é agradável como em carros sofisticados. Podemos considerar sofisticado o design, que ficou muito bom, especialmente na parte externa.
De uma forma geral, o Citroën C3 Aircross agradou bastante neste nosso primeiro contato, ainda que tenhamos sentido a ausência de um conta-giros. É um carro bonito, espaçoso, confortável, conectado, prático e com preço acessível. É muito mais do que um C3 maior, e isso é bom. A grande diferença está no conjunto motor/câmbio, inédito na linha Citroën.
Desempenho e consumo
- 0 a 100 km/h: 9s7 (e) e 9s9 (g)
- Velocidade máxima: 191 km/h (e/g)
- Km/l cidade: 7,4 (e) e 10,6 (g)
- Km/l estrada: 8,6 (e) e 12,0 (g)
Preços
- Citroën C3 Aircross Feel Turbo 200 AT - R$ 109.990
- Citroën C3 Aircross Feel Pack Turbo 200 AT - R$ 119.990
- Citroën C3 Aircross Shine Turbo 200 AT - R$ 129.990