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Embraer está otimista com pedidos de empresas americanas

13 mar 2013 - 16h46
(atualizado às 16h48)
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A Embraer, terceira maior fabricante de aviões comerciais do mundo, se mostrou otimista com possíveis pedidos de grandes empresas aéreas dos Estados Unidos e espera concluir campanhas de venda no país nos próximos meses, afirmou o presidente-executivo Frederico Curado nesta quarta-feira.

Em meio à disputa com a rival canadense Bombardier para renovar a frota da United Continental e das empresas em processo de fusão American Airlines e US Airways, Curado sinalizou que grandes pedidos podem ocorrer. "Há algumas campanhas importantes nos EUA que devem amadurecer logo... Há discussões em andamento e estamos confiantes de que vamos ter uma participação importante dessas oportunidades. Ao longo dos próximos meses esperamos ter confirmações", disse Curado em teleconferência com analistas.

O executivo se mostrou confiante com o desempenho da empresa nos EUA e afirmou que "vê algumas atividades na América Latina", destacando o plano de incentivo à aviação regional no Brasil. "Estruturalmente, isso é uma notícia boa para fabricantes de aviões regionais, incluindo nós". Questionado sobre o desenvolvimento do Legacy 500, Curado afirmou que a campanha de vendas "está melhor que o esperado".

Acordo com Força Aérea dos EUA

A empresa afirmou que está pronta para iniciar a produção do avião de ataque leve Super Tucano nos EUA para atender a contrato com a Força Aérea americana, e demonstrou confiança na resolução dos questionamentos sobre a licitação. "A produção começa tão logo tenha a confirmação do programa", afirmou o vice-presidente financeiro da fabricante brasileira de jatos, José Filippo, na teleconferência.

No fim de fevereiro, a Embraer bateu a Beechcraft na disputa para fornecer 20 aviões de apoio para a Força Aérea dos EUA que serão utilizados em missões no Afeganistão, mas a empresa americana rival já informou que vai contestar a licitação.

Em dezembro de 2011, a Beechcraft também protestou contra a primeira licitação, que acabou sendo suspensa e que também teve a Embraer e a parceira Sierra Nevada como escolhida. "O fato de ter sido refeito o processo deu mais robustez a toda a estrutura. Temos expectativa de que se resolva logo para iniciar (a produção) o quanto antes", disse Filippo.

Segundo o executivo, a Embraer já realizou investimentos na fábrica da Flórida, onde serão fabricados os Super Tucanos, mas que o valor aplicado na unidade até o momento "não é relevante".

Curado acrescentou que o acordo também está protegido contra possíveis cortes de orçamento do governo dos EUA. "Entendemos que esse contrato está protegido de qualquer redução de  orçamento", afirmou. No início de março, os cortes de 85 bilhões de dólares no orçamento foi oficializado pelo governo dos EUA, pela falta de um acordo político sobre um plano alternativo.

Expectativas para 2013

A Embraer divulgou na noite de terça-feira que encerrou o quarto trimestre com lucro de R$ 253,7 milhões, revertendo prejuízo de um ano antes, e totalizando lucro de R$ 698 milhões em 2012.

A margem operacional (Ebit) da empresa ficou em 10% no ano, enquanto a margem Ebitda ficou em 14,5%, ambas acima da previsão da empresa, de 9% a 9,5% e de 12,5% a 13,5%, respectivamente.

Para 2013, a Embraer espera margem operacional de 9% a 9,5%, enquanto para a margem Ebitda a expectativa é de 13% a 14%.  Questionado sobre as expectativas da empresa para 2014 e 2015, Curado evitou entrar em detalhes, mas afirmou que as margens podem ser pressionadas por mix de produtos diferente.

"Temos que lembrar que, embora possamos ter aumento nos volumes, o mix de produtos pode não ser favorável. Teremos muita demanda por regionais dos EUA. É um avião menor, com menor preço. É prematuro hoje ficar muito otimista com alta nas margens", disse Curado.

O executivo também comentou que espera queda na peso das despesas administrativas na receita, dos atuas 12%, para entre 10% e 11% neste ano, em meio à expectativa de que o volume de custos em 2012 não se repita em 2013.

Às 13h48, a ação da companhia na Bovespa tinha alta de 1,46%, cotada a R$ 17,40. No mesmo instante, o Ibovespa recuava 0,33%. Para o Bradesco BBI, os resultados do quarto trimestre foram encorajadores. "Em nossa visão, os resultados melhores são atribuíveis à melhora no Ebtida e nas margens, graças ao dólar mais alto e fortes entregas no quarto trimestre", afirmaram os analistas liderados por Edigimar Maximiliano Jr em relatório.

Por outro lado, eles consideraram que a carteira de pedidos não mostra sinais de recuperação. "O baixo nível da carteira é nossa principal preocupação, principalmente se comparada com a boa performance de sua principal rival, a Bombardier".

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