Fiat espera que nova fábrica impulsione lucros no Brasil
Empresa cortou sua estimativa de lucro para 2014 depois de um recuo de 80% nos resultados na América Latina no trimestre final de 2013
A Fiat Chrysler Automobiles (FCA) espera que uma nova fábrica no Brasil melhore sua rentabilidade no mercado até 2017, depois que corte de subsídios e efeitos cambiais afetaram seus lucros no país no ano passado, disse o presidente-executivo Sergio Marchionne nesta terça-feira.
A companhia, criada depois que a Fiat assumiu o controle da Chrysler em janeiro, em um acordo de US$ 4,35 bilhões para criar a sétima montadora do mundo, cortou sua estimativa de lucro para 2014 depois de um recuo de 80% nos resultados de seu negócio principal na América Latina no trimestre final de 2013.
O Brasil costumava representar cerca de 20% do lucro da Fiat, ajudando a compensar prejuízos na Europa, mas com o fim de incentivos fiscais a vendas de carros, maiores custos de produção e efeitos cambiais pesaram sobre a lucratividade na região.
"Eu estou absolutamente convencido que até 2017, que será o primeiro ano completo de produção da fábrica de Pernambuco, nós retornaremos a ter margens de dois dígitos no Brasil", disse Marchionne a jornalistas na feira do automóvel de Genebra. Ele não disse se as margens se referiam a lucro ou vendas.
A fábrica de Pernambuco, que será aberta no próximo ano, produzirá modelos que se encaixam melhor à demanda do mercado, disse o executivo. Lá será fabricado o pequeno Jeep Renegade que a FCA lançou em Genebra, e cuja produção na Itália já começou, entre outros modelos.
Marchionne disse que estava otimista sobre a recuperação do mercado europeu, mas adicionou que não acredita que os problemas de excesso de oferta estejam resolvidos, e que cortes na produção são necessários para a recuperação ganhar impulso.
"Questões de oferta continuarão a ser um grande problema na Europa e só os resolvemos parcialmente", disse ele.