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Funcionários da Chery fazem greve por salários e direitos

Sindicato dos Metalúrgicos afirma que a montadora não reconhece a convenção coletiva da categoria

7 abr 2015 - 09h58
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Trabalhadores paralisam a produção na montadora chinesa
Trabalhadores paralisam a produção na montadora chinesa
Foto: Sindicato dos Metalúrgicos / Reprodução

Os funcionários da fábrica da Chery, em Jacareí, iniciaram na segunda-feira uma greve por tempo indeterminado para pressionar a empresa a reconhecer a convenção coletiva da categoria, segundo informações do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos e Região. Os trabalhadores querem equiparar os salários e ter os mesmos direitos praticados no setor de montadoras da base do sindicato.

Segundo o sindicato, a produção está 10%% paralisada. Esta é a primeira greve desde a inauguração da fábrica, em agosto do ano passado. A planta de Jacareí é a primeira da Chery fora da China e produz atualmente o Celer nas versões hatch e sedã.

Desde que inauguração das atividades em Jacareí, o Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos e Região negocia a assinatura da convenção coletiva com a Chery. O sindicato afirma que “a empresa mantém a postura de se recusar a reconhecer os direitos da categoria e a própria legislação do País”.

A chery estaria praticando piso salarial inferior ao de outras empresas do setor. Segundo o sindicato, o piso salarial da montadora chinesa é de R$ 1.199 para montador, enquanto trabalhadores com a mesma função na fábrica da General Motors, por exemplo, tem salário inicial de R$ 3.500. “A empresa também se recusa a praticar a jornada de trabalho de 40 horas semanais e a assegurar estabilidade no emprego para vítimas de acidente de trabalho ou de doenças ocupacionais, como está previsto na Convenção Coletiva da categoria”, diz o sindicato.

“Dentre as práticas arbitrárias da empresa estão salários inferiores aos praticados no ramo de montadoras, terceirização ilegal, falta de equipamentos adequados para execução de tarefas, desrespeitos às normas de saúde e segurança no local de trabalho e péssima qualidade da comida”, completa a nota.

Em contato com o Terra, a Chery afirmou que se reuniu com o sindicato no dia 25 de março e, desde então, “estuda a apresentação de uma nova proposta, mas tem dificuldades para atender às exigências do Sindicato, que pede salários e benefícios similares aos de outras montadoras da região”. A montadora afirma que “propôs reajustes salariais que variam de 10 a 12,6%, maiores do que média praticada pelo mercado, que gira em torno de 8%” e ressaltou que é uma empresa recém-chegada ao País, “que começou a produzir para o mercado em fevereiro deste ano, com apenas um turno em funcionamento e cerca de 500 empregados, incluindo os administrativos”.

A Chery informou que tem mantido postura cautelosa para poder, entre outras coisas, continuar a gerar empregos na região do Vale do Paraíba, “isso, claro, sem desrespeitar a legislação ou pôr em risco a saúde e a segurança dos funcionários”. “Atender às exigências do Sindicato na íntegra, neste momento, seria colocar em risco a saúde financeira e o futuro da montadora no País”, completou a nota.

Fonte: Terra
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