GM: “Não há razão para não fabricar carro elétrico no Brasil”
Presidente da General Motors, Santiago Chamorro, explica em entrevista como a empresa pretende fabricar carros elétricos no país
O presidente da GM América do Sul, Santiago Chamorro, disse em entrevista ao site Use Elétrico que “não há razão para que não possamos fazer elétricos também no Brasil, isso é um mito”. A entrevista foi concedida ao jornalista Marcos Rozen.
“O nosso princípio é produzir onde vendemos, e nesse sentido claramente há uma possibilidade de que os elétricos, com o aumento de volume, estejam sujeitos a uma industrialização no Brasil”, disse Chamorro.
Segundo o executivo, “essa industrialização pode inclusive ser profunda” e explicou os motivos. “Todo o processo de estampagem das partes metálicas de um automóvel nós já fazemos, e isso é igual para um modelo elétrico e a combustão”, disse Chamorro.
O presidente da General Motors prosseguiu na explicação: “Todos os elementos comuns, como freios, suspensão, pneus, rodas, vidros, bancos etc. nós já fazemos. Todo o processo de usinagem que já temos para unidades de propulsão pode ser adaptado. Então é possível, sim, pensar nisso”.
Quando o assunto é a bateria do carro elétrico, entretanto, a situação não é tão simples. “Em termos das baterias pensamos que a fabricação é complexa, muito sofisticada e caríssima, e o volume a curto prazo provavelmente não será suficiente para justificar produção local”, explicou Santiago Chamorro.
Mas essa dificuldade, segundo o presidente da GM, não inviabiliza a produção do carro elétrico nacional, pois “a montagem das células, dos packs e dos módulos e sua instalação na plataforma é algo que também podemos fazer localmente, além da estampagem dos metais desse processo”.
E concluiu: “Comparando com os modelos atuais que fabricamos aqui não há razão para que não possamos fazer elétricos também no Brasil, isso é um mito”.
Na entrevista ao site Use Elétrico, Chamorro também fala sobre o prazo para que esse processo de produção ocorra no Brasil, uma vez que os carros da Chevrolet não terão versões híbridas durante o período de transição, ao contrário de modelos das marcas Fiat e Volkswagen, suas grandes rivais no mercado brasileiro.
“Os volumes é que vão definir a velocidade desse processo, e no caso da GM eles estão crescendo muito rápido”, disse Chamorro. “Acredito que será bem antes do que alguns estão dizendo.”