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Guerra na Ucrânia afeta projeções da Abeifa para o setor

Apesar do aumento de 5,2% na produção nacional, importadoras associadas à Abeifa registraram queda de 2,7% em relação às vendas de janeiro

8 mar 2022 - 06h00
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Guerra na Ucrânia pode afetar importação de carros
Guerra na Ucrânia pode afetar importação de carros
Foto: Divulgação

Em fevereiro, as onze marcas filiadas à Abeifa (Associação Brasileira das Empresas Importadoras e Fabricantes de Veículos Automotores) registraram o licenciamento de 4.707 unidades, considerando as vendas de veículos importados e produzidos localmente. De acordo com a entidade, o resultado representa um aumento de 3,1% ante janeiro de 2022, quando foram comercializadas 4.567 unidades. Comparado a fevereiro de 2021, a alta é de 10,5%: 4.707 unidades contra 4.258 veículos.

O crescimento foi puxado pelas vendas de veículos produzidos no Brasil. Com 3.506 unidades comercializadas em fevereiro, o aumento de vendas foi de 5,2% ante as 3.333 unidades do mês anterior e alta de 45,2% em relação a fevereiro de 2021. Já entre os importados, as 1.201 unidades vendidas significaram queda de 2,7% ante as 1.234 unidades de janeiro de 2022 e redução de 34,9% ante fevereiro de 2021. 

Com 184 emplacamentos, Porsche cresceu 40,5% em fevereiro
Com 184 emplacamentos, Porsche cresceu 40,5% em fevereiro
Foto: Porsche/Divulgação

Dentre as importadoras, a Volvo foi novamente a que mais vendeu, com 351 emplacamentos. Apesar disso, a marca sueca registrou uma queda de 21,1% em relação aos números de janeiro, quando vendeu 445 unidades. A queda só não foi maior do que a da inglesa Jaguar, que caiu 29,7% no último mês. Por outro lado, a alemã Porsche registrou o maior crescimento, com um aumento de 40,5%.

P.MARCAVENDAS
1Volvo351
2Kia337
3Porsche184
4Land Rover164
5JAC Motors79

Com o desempenho de fevereiro, as marcas associadas à Abeifa fecharam o primeiro bimestre com total de 9.274 unidades licenciadas, 1,2% superior às vendas dos dois primeiros meses do ano passado. Ao separar os números de importados e unidades de produção nacional, os importados amargaram baixa de 36,8% (2.435 unidades este ano x 3.854 veículos em 2021), enquanto a produção nacional apresentou um crescimento de 28,7% (6.839 x 5.312 unidades).

Apesar da recente valorização do real frente ao dólar, outros fatores preocupam o setor. “Na importação, o fortalecimento do real ajudou a estabilização de preços dos carros, o que tranquiliza o consumidor mas, de outra parte, por conta ainda do desabastecimento de insumos, da macroeconomia brasileira com tendência de inflação mais elevada, maior rigidez no financiamento de bens duráveis e, mais recentemente, das possíveis consequências da guerra da Ucrânia são fatores que nos impedem de fazer volumes mais expressivos”, avalia João Henrique Garbin de Oliveira, presidente da Abeifa.

João Henrique Garbin de Oliveira, da Abeifa
João Henrique Garbin de Oliveira, da Abeifa
Foto: Abeifa/Divulgação

Ainda de acordo com o presidente da Abeifa, diante do cenário atual, a entidade não vê possibilidade de fazer projeções de vendas para 2022. “Teremos de aguardar sinais de estabilidade macroeconômica do País e contar também com o quadro internacional, basicamente devido aos conflitos no Leste europeu”, conclui o executivo. Em fevereiro, 46,5% dos veículos importados das associadas da Abeifa foram produzidos na Europa.

Outro ponto destacado por João Oliveira durante a coletiva que apresentou o balanço de vendas no primeiro bimestre de 2022 foi a publicação do decreto 10.979 no Diário Oficial da União, na última sexta-feira (25), que reduz a alíquota do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) em 18,5% para veículos automotores. Na visão da entidade, essa medida pode ajudar a reaquecer e estabilizar o setor automotivo em 2022.

Segundo a Abeifa, com as 4.707 unidades licenciadas em fevereiro (importados + produção nacional), a participação das associadas à Abeifa foi de 3,9% do mercado total de automóveis e comerciais leves (120.192 unidades). Se consideradas somente as 1.201 unidades importadas, as associadas à entidade responderam por apenas 1% do mercado interno brasileiro, enquanto as unidades nacionais, com 3.506 veículos, representam um marketshare de 2,91%.

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