Honda Civic Híbrido à venda por R$ 244.900; dirigimos e... uau!
Já rodamos 200 km com o Honda Civic e:HEV, que estreia no Brasil com um sistema híbrido totalmente diferente do Toyota Corolla Hybrid
O novo Honda Civic Híbrido já está à venda no Brasil. O sedã japonês chega importado da Tailândia em sua 11ª geração e apresenta um sistema híbrido totalmente diferente do conjunto usado pelo Toyota Corolla Hybrid. O Civic e:HEV custa R$ 244.900.
Desta vez o Honda Civic não quer briga direta com o Toyota Corolla. A Honda posicionou seu sedã médio num patamar superior de tecnologia, sofisticação e preço. O novo Civic Híbrido custa R$ 54.310 a mais do que o Corolla Hybrid topo de linha. Ao contrário do HEV (hídrido completo), no e:HEV (híbrido próximo do elétrico) o motor elétrico é usado na maior parte do tempo.
O novo Honda Civic Híbrido tem dois motores elétricos dentro do sistema e-CVT (que substitui a transmissão). Um dos motores é gerador e serve apenas para abastecer a bateria de 1 kWh. O outro motor elétrico é de tração e tem muita potência: 184 cv (ou 135 kW) e 315 Nm de torque.
Já o motor a combustão é um 2.0 aspirado a gasolina de 143 cv a 6.000 rpm e 187 Nm a 4.500 rpm. A Honda não divulga a potência combinada porque os dois motores de tração nunca funcionam com força total. O motor a combustão só entra em funcionamento em casos esporádicos, quando o carro está em velocidade de cruzeiro – portanto, ele funciona num regime de melhor eficiência , com pouca carga no pedal do acelerador.
Test drive de 200 km – Já dirigimos o Honda Civic Híbrido num roteiro de 200 km entre as cidades paulistas de São Paulo e Itu. Uau! Que belo carro! O Civic da 11ª geração teve um comportamento primoroso em nosso primeiro test drive. O carro é muito econômico, estável, confortável, espaçoso, silencioso e vibrante. Nenhum elogio é exagerado para o Honda Civic Híbrido.
Seu consumo oficial é de apenas 5,4 litros de gasolina a cada 100 km. Na medição que é padrão no Brasil, o novo Civic faz 18,3 km/l na cidade e 15,9 km/l na estrada. Conseguimos muito mais do que isso. No modo Eco (há também o Normal e o Sport), o Civic nunca baixou de 18 km/l de média, mesmo com fortes acelerações, e na maior parte do tempo ficou acima de 20 km/l.
A aceleração, aliás, é um dos grandes momentos que o Honda Civic Híbrido proporciona ao motorista. Mesmo só com o motor elétrico de tração funcionando, o carro emite um ronco de motor muito parecido com o real, inclusive com levíssimos "espasmos" que significam as trocas de marcha.
Mas não há trocas de marcha; no e-CVT o carro tem uma marcha no elétrico e uma marcha overdrive para o motor a combustão, que tem ótimo índice de 41% de eficiência térmica. E não se trata só de sensação sonora – o Civic Híbrido vai de 0 a 100 em 7,8 segundos e atinge 180 km/h (números não oficiais, pois a Honda não divulga).
Apesar de usar o motor elétrico na maior parte do tempo, o Civic e:HEV não é igual ao híbrido plug-in, por isso sua autonomia só com o motor elétrico é baixa (no máximo uns 5 km). O motor a combustão fica muito tempo em funcionamento apenas para gerar energia para a bateria.
O Honda Civic é produzido desde 1952 e já teve 27 milhões de unidades vendidas no mundo. Ele foi fabricado no Brasil de 1997 a 2021. Como ocorre de tempos em tempos, a Honda decidiu inovar na 11ª geração.
Design liftback – O novo Honda Civic não é tão cupê quanto o da última geração. Seu desenho é mais clássico e acentua mais o terceiro volume, que abriga o porta-malas de 495 litros (antes tinha 517 litros). A linha de cintura ficou mais reta, e as colunas A (do parabrisa) foram recuadas em 5 cm, o que deixou a frente mais proeminente.
Visto de lado, o Honda Civic ficou mais sedã; visto de ¾ de frente, ele ficou ainda cupê. Alguns especialistas o chamam de liftback, que é um meio-termo entre o hatch e o sedã. Sem dúvida, foi uma solução muito interessante encontrada pelos designers japoneses.
As colunas A agora apontam diretamente para o centro das rodas dianteiras. Por causa disso, os retrovisores saíram do pé das colunas e agora estão afixados nas portas. As maçanetas também ficaram mais limpas, sem a divisão e sem o buraco da chave (que fica escondido). Para abrir o carro basta estar com a chave e tocar o dedo no interior da maçaneta. Para travar, basta tocar uma discreta superfície com pequenas saliências.
O capô foi rebaixado em 2,5 cm e os faróis têm três luzes de cada lado. Os faróis altos ficam no meio. O desenho das luzes de condução diurna (DRL) é o mesmo das lanternas. Todo o sistema é de led. A linha lateral conecta visualmente os faróis e as lanternas. As rodas de 17” têm cinco furos, cor cinza escuro e acabamento diamantado. Os pneus são 215/50.
Percentual de potência – O interior do Honda Civic Híbrido também é totalmente diferente. Tão limpo, em termos de design, que até as saídas do ar-condicionado ficam escondidas, atrás de uma tela preta que atravessa todo o painel. O volante de direção tem ótima empunhadura, bem como os bancos acomodam facilmente, em posição baixa.
O display central é tátil, mas agora tem todos os botões necessários. A multimídia de 9” é completa, tem um design moderno e é muito fácil de operar. Android Auto e Apple CarPlay conectam sem cabo. O celular pode ser carregado por indução.
O painel de instrumentos é digital colorido de 10,2”, mas não abandonou o design clássico dos ponteiros girando sobre o fundo redondo. Excelente. No lugar do conta-giros há um relógio que marca a utilização percentual de potência, com escala de 25%, 50%, 75% e 100%. A Honda disponibiliza os serviços do myHonda Connect de forma gratuita para o plano Plus nos primeiros 12 meses.
O pacote de segurança Honda Sensing foi aprimorado. Graças a uma câmera instalada no vidro dianteiro, o sistema identifica melhor se o carro está numa curva, o que melhorou o funcionamento do assistente de permanência em faixa e do piloto automático adaptativo. Para além disso, o novo Civic tem 8 airbags – pela primeira vez, a Honda dispõe de airbags laterais na traseira.
Com 8% a mais de rigidez torcional, a carroceria tem o teto soldado a laser e oito pontos ocos cheios de espuma de poliuretano, para reduzir os ruídos. A capa do motor é de borracha, também para isso. O carro também cresceu 3,5 cm na distância entre-eixos e 1,2 cm na bitola traseira (distância entre as duas rodas).
Como vimos no test drive na estrada, o Honda Civic Híbrido ficou muito bom de dirigir e se coloca num patamar muito superior ao do Toyota Corolla, especialmente nos detalhes. Mas, embutido, veio o preço salgado, o que o torna um automóvel para bem poucos no mercado brasileiro. Por quase R$ 245 mil sai caro, mas ainda assim o Honda Civic custa R$ 71 mil a menos do que um BMW 320i.
O novo Honda Civic Híbrido está disponível em quatro cores: cinza, prata, branco e preto. Mas, em função das limitações de volume, o sedã começa a ser vendido em apenas 12 cidades: São Paulo, Campinas, Ribeirão Preto, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Goiânia, Brasília, Curitiba, Recife, Salvador, Fortaleza e Manaus.
Ficha técnica
Categoria: C-Sedan HEV (híbrido completo)
Motores: 2.0 aspirado + 1 elétrico de tração
Potência a combustão: 143 cv a 6.000 rpm
Potência elétrica: 184 cv (135 kW)
Torque a combustão: 187 Nm a 4.500 rpm
Torque elétrico: 315 Nm
Transmissão: e-CVT
Tração: 4x2 (dianteira)
Suspensão: independente (d/t)
Direção: elétrica
Freios: disco ventilado (d) e disco sólido (t)
Comprimento: 4,679 m
Largura: 1,802 m
Altura: 1,432 m
Entre-eixos: 2,735 m
Vão livre: 154 mm
Peso: 1.449 kg
Pneus: 215/50 R17
Porta-malas: 495 litros
Tanque: 40 litros
Bateria: 1 kWh
0-100 km/h: 7s8
Velocidade máxima: 180 km/h
Km/litro cidade: 18,3
km/litro estrada: 15,9
Consumo cidade: 5,4 litros/100 km
Consumo estrada: 6,3 litros/100 km
Emissão de CO2: 74 g/km