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Impressões: novo Countryman JCW é reserva emocional da Mini

Já dirigimos o Mini Countryman John Cooper Works em sua nova geração, que tenta ser cada vez mais familiar sem perder a essência

20 fev 2024 - 20h01
(atualizado em 21/2/2024 às 10h17)
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Mini Countryman John Cooper Works 2.0 All4
Mini Countryman John Cooper Works 2.0 All4
Foto: Sergio Quintanilha / Guia do Carro

O novo Mini Countryman John Cooper Works é uma reserva emocional da marca britânica. Num mundo ideal, ele nem seria mais fabricado, pois emite muito CO2 enquanto roda: de 177 a 187 g/km. Mas, enquanto tenta convencer seus clientes a comprarem carros elétricos, a Mini não abre mão de atender os consumidores que ainda preferem um motor a combustão 2.0 turbo na faixa dos 300 cavalos.

No recente test drive que fizemos nas ruas e estradas de Portugal com a nova geração do Mini Countryman, isso ficou evidente. Para começar, o carro disponível na Europa tem 17 cv a menos do que o que deve ser vendido no Brasil. Tudo para atender a legislação, cada vez mais rígida para reduzir as emissões de carbono.

Mini Countryman John Cooper Works 2.0 All4
Mini Countryman John Cooper Works 2.0 All4
Foto: Mini / Guia do Carro

Isso tornou o novo Countryman JCW europeu até um pouco dócil. Apesar de carregar o nome John Cooper Works, que remete a carros preparados pelo lendário piloto inglês, o Countryman JCW parece ter um ajuste de câmbio focado na economia. Rodando a 80 km/h, no modo Sport, ele se recusa a reduzir marchas num kick down que o levará até 120 km/h.

Não que o novo Countryman JCW seja “manco”; pelo contrário. Ele é capaz de acelerar de 0 a 100 km/h em apenas 5,4 segundos, um número digno. Mas o novo Countryman parece ter fica um pouco mais comportado, mais familiar, com um ajuste de motor e câmbio mais previsível. Pelo nome John Cooper Works cravado na carroceria, esperávamos um pouco mais de emoção nas retomadas de velocidade.

Mini Countryman John Cooper Works 2.0 All4
Mini Countryman John Cooper Works 2.0 All4
Foto: Sergio Quintanilha / Guia do Carro

Faz sentido, pois o SUV da Mini ficou mesmo mais familiar. Para início de conversa, ele cresceu 13 cm no comprimento e 6 cm na altura. O espaço interno melhorou bastante, bem como o porte do carro, que cada vez mais se afasta de sua origem: ser mini, ou seja, minúsculo. Poderia até se chamar Maxi Countryman.

A bem da verdade, desde que a BMW comprou a Mini, o Countryman surgiu para quebrar paradigmas. Na primeira geração (2010) era praticamente um hatch de 5 portas elevado e foi fabricado no Brasil. Na segunda geração (2017), passou a usar a plataforma do BMW X1 e cresceu. Agora ficou ainda maior e divide a plataforma com o BMW X2 na fábrica de Leipzig, Alemanha. Trata-se, portanto, de um SUV compacto superior (para não dizer médio).

Mini Countryman John Cooper Works 2.0 All4
Mini Countryman John Cooper Works 2.0 All4
Foto: Mini / Guia do Carro

Dentro do que a Mini se propôs, o novo Countryman ficou ótimo. Esta versão John Cooper Works é cheia de adereços que realçam a esportividade e tem respostas mais rápidas na direção, no câmbio e no freio. Só que nem de longe lembra os esportivos do passado, que eram duros e ariscos. O Mini Couyntryman JCW, ao contrário, é bastante dócil, com suavidade na curva de torque e potência.

Mesmo sendo mais “altinho” do que o Mini Hatch, o novo Countryman JCW oferece ótima posição de dirigir, rodar suave e muito conforto para quem está a bordo. O volante de direção é bem grosso e tem uma cinta no raio inferior. A borboleta para trocas de marcha é bem discreta, com aletas muito pequenas.

Mini Countryman John Cooper Works 2.0 All4
Mini Countryman John Cooper Works 2.0 All4
Foto: Mini / Guia do Carro

O melhor do novo Mini Countryman talvez esteja no display central Oled, que é sensacional. O carro oferece oito diferentes “experiências” pelo botão de comando na parte inferior do centro do painel. Aliás, também há botão físico para controle do áudio e a “chave” é de girar. Adoramos.

O motorista pode escolher desde o modo Green até o Go Karting, que emite um ronco de motor e solta um grito masculino (uhuuuu), passando pelo Vivido e pelo Heritage, que traz um visual dos anos 1950 e 1960. Sempre que o display muda, o projetor que substitui o quadro de instrumentos também muda.

Mini Countryman John Cooper Works 2.0 All4
Mini Countryman John Cooper Works 2.0 All4
Foto: Sergio Quintanilha / Guia do Carro

Aliás, um detalhe curioso e que não nos agradou muito, talvez por falta de costume: o Mini Countryman da nova geração não tem nem quadro de instrumentos nem Head-up Display. Os números de velocidade e outros são refletidos numa placa de acrílico à frente do vidro. 

Rodamos cerca de 75 km com o novo Mini Countryman JCW na região de Cascais e Lisboa, sendo metade dessa quilometragem como passageiro. Portanto, não podemos cravar uma opinião final e tampouco dar notas para o novo Countryman JCW, pois as condições de rodagem no Brasil são diferentes.

Mini Countryman John Cooper Works 2.0 All4
Mini Countryman John Cooper Works 2.0 All4
Foto: Mini / Guia do Carro

Nessas primeiras impressões ao dirigir, entretanto, podemos afirmar que o Countryman John Cooper Works, com seu motor 2.0 turbo a gasolina, é mesmo uma reserva emocional da Mini enquanto o Countryman elétrico não conquista todo seu espaço. Publicaremos as impressões do inédito Mini Countryman SE Electric no dia 27 de fevereiro.

A Mini não confirmou quando começará a vender o novo Countryman JCW. Se vier com o motor mais potente, terá consumo pior do que o divulgado na Europa. Veja abaixo os dados do carro que dirigimos em Portugal. 

Mini Countryman John Cooper Works 2.0 All4
Mini Countryman John Cooper Works 2.0 All4
Foto: Mini / Guia do Carro
  • Potência: 300 hp (304 cv)
  • Torque: 400 Nm
  • 0 a 100 km/h: 5s4
  • KML: 12,0 a 12,8
  • Emissão de CO2: 177 a 187 g/km
  • Preço: não divulgado

Guia do Carro
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