Já dirigimos: novo Citroën Basalt quer ser o seu primeiro SUV
O novo Citroën Basalt é o SUV mais barato do Brasil, mas será que ele convence? Testamos a versão Shine com o 1.0 turbo flex de 130 cv
Um dos lançamentos mais aguardados do ano, o novo Citroën Basalt chegou ao mercado na última semana. Lançado em quatro versões, o SUV cupê tem preços a partir de R$ 89.990 e tem opções 1.0 Firefly e 1.0 turbo flex de 130 cv. O Guia do Carro esteve presente no evento de lançamento do novo Basalt e testou o modelo na versão topo de linha Shine. Confira nossas primeiras impressões.
Ao guiar o novo Citroën Basalt por cerca de 200 km em um circuito de ida e volta entre as cidades de São Paulo (SP) e Itu (SP), é inegável o parentesco do novo SUV cupê com os demais modelos da família C-Cubed, C3 e C3 Aircross. No entanto, a Citroën parece ter dado uma atenção extra ao Basalt, que mostra pequenas características únicas.
Feito sobre a plataforma modular CMP – que também será base dos próximos lançamentos da Fiat no Brasil – o novo Citroën Basalt ganhou ajustes específicos de direção e suspensão. Assim como no C3 Aircross, a posição de dirigir é um pouco mais alta. O isolamento acústico, por sua vez, parece melhor do que o do SUV de 7 lugares, embora alguns ruídos ainda invadam a cabine. A visilibilidade é boa, até para a parte traseira.
Ao acelerar, o comportamento do Basalt é mais estável do que o do novo C3 You, que testamos recentemente. Isso permite mais segurança em velocidades mais altas, embora o ruído de vento lateral se faça presente nesses casos. A direção é bem leve em manobras e fica mais rígida conforme a velocidade aumenta.
Já a suspensão, que foi desenvolvida pelo time brasileiro de engenharia da Stellantis, foi pensada para os diferentes mercados onde o Basalt será vendido. No caso do Brasil – e da América Latina – a suspensão filtra bem os impactos e privilegia o conforto, sem batidas secas em vias asfaltadas e um ajuste tão firme. Para a Índia, por exemplo, o ajuste é diferente.
Sob o capô, a versão Shine que testamos traz o já conhecido motor 1.0 turbo flex de 125/130 cv (gasolina/etanol) e 200 Nm. Ele é associado a um câmbio automático do tipo CVT, com simulação de 7 marchas. Ao volante, não falta potência, apesar do comportamento privilegiar mais o conforto, e não a esportividade.
Pisando fundo no acelerador, o motor logo sobe as rotações. No entanto, na hora de ultrapassar e em retomadas, o torque é muito bom, e o carro desenvolve de forma rápida. Por outro lado, ficamos curiosos para descobrir o comportamento do novo Citroën Basalt Feel de entrada, que traz o motor 1.0 Firefly flex aspirado de 75 cv, sempre com câmbio manual de 5 marchas.
De acordo com o Inmetro, a versão consegue médias de até 14,6 km/l com gasolina na estrada, e possui alcance para mais de 680 km com um tanque cheio. Os preços do novo Basalt são os seguintes:
- Basalt Feel: R$ 89.990
- Basalt Feel Turbo 200: R$ 96.990
- Basalt Shine Turbo 200: R$ 104.990
- Basalt First Edition Turbo 200: R$ 107.390
Em relação ao acabamento, o padrão é o mesmo já encontrado no C3 Aircross e no segmento, com peças de plástico rígido e sem superfícies emborrachadas. Talvez por se tratar de um veículo pré-série, percebemos algumas rebarbas no encaixe de algumas peças. O painel de instrumentos é digital e tem 7", enquanto a central multimídia de 10,1" tem Android Auto e Apple CarPlay sem fio.
Ambos têm boa visualização e funcionamento intuitivo. Uma novidade é a estreia do ar digital, que é de série nas versões Shine e First Edition. Na versão Shine, os bancos e o volante contam com revestimento em couro sintético. Os bancos são confortáveis, e o volante tem boa pegada. Em relação aos itens de segurança, há quatro airbags de série em todas as versões, assim como freios ABS com EBD, controles de estabilidade e de tração. Nada de airbags de cortina e pacote ADAS.
Vale lembrar que, na Índia, o Basalt oferece seis airbags de série em todas as versões, assim como faróis full-led com projetor, saídas de ar na traseira e comandos de todos os vidros elétricos na porta do motorista. De acordo com a Citroën, as diferenças de equipamentos e de estilo de cada modelo variam conforme o posicionamento da marca em cada mercado.
No caso da Índia, a Citroën possui um posicionamento mais premium do que no Brasil, uma vez que a Peugeot não está presente no país asiático. Nada impede, por outro lado, dos itens chegarem ao mercado brasileiro após alguns meses ou na mudança de linha de um ano para o outro. É o caso do ar digital, que também passou a equipar o C3 Aircross recentemente.
Embora não tenhamos viajado no banco de trás, o espaço traseiro é excelente. Mérito dos 2,64 m de entre-eixos, número quase igual ao do Volkswagen Virtus (2,65 m). Além disso, o novo Citroën Basalt mede 4,34 m de comprimento, 1,82 m de largura e 1,58 m de altura. O porta-malas de 490 litros também é bem espaçoso.
Produzido em Porto Real (RJ), o novo Citroën Basalt é o terceiro modelo de uma família que inclui o C3 hatch e o SUV C3 Aircross. Por fora, o design traz muito do que já foi visto com o conceito Basalt Vision, que foi revelado no início deste ano. Pessoalmente, o design agrada, e parece mais proporcional do que o do Fiat Fastback, por exemplo. No entanto, pode dividir opiniões e desagradar a alguns consumidores mais conservadores.
Na dianteira, o visual lembra o C3 Aircross. Os faróis são bipartidos, e contam com luzes diurnas em LED na parte superior. As luzes principais ficam logo abaixo. O para-choque, no entanto, conta com uma grade mais fina, e entradas de ar mais pronunciadas. Elas trazem pequenos retângulos na parte interna. Outro destaque é a nova cor Cosmo Blue.
Ela é exclusiva do novo Citroën Basalt, e faz sua estreia no mercado brasileiro. Além disso, o Basalt também conta com as cores Vermelho Rouge Ruby, Prata Artense, Cinza Grafito, Preto Perla Nera e Branco Banquise. A edição especial First Edition ainda traz exclusivamente o tom perolizado Branco Nacré. Como opcional, há pintura bitom do teto em preto.
Na lateral, as rodas são sempre de liga-leve e de 16". Na versão Shine, elas contam com acabamento diamantado, enquanto a First Edition o acabamento é na cor preta. O entre-eixos é de 2,64 m, e a carroceria adota um caimento suave do teto a partir da coluna B. Na coluna C, ainda há um elemento chamado de Color Touch.
Ele pode ser pintado em vermelho (Feel) ou dourado (Shine), dependendo da versão. Na traseira, as lanternas têm efeito 3D e são inspiradas no C4 X europeu. A tampa do porta-malas abre como em um hatch, trazendo vincos bem marcantes e um spoiler integrado. Num geral, as linhas do novo Citroën Basalt são bem modernas.
A placa traseira fica localizada no para-choque. Também há elementos típicos de SUVs, como skid plates prateados na parte inferior dos para-choques, e apliques de plástico preto nos para-lamas e na parte inferior da carroceria. Se não fosse por isso e pela suspensão elevada, o novo Citroën Basalt se passaria facilmente por um sedã compacto.
E é justamente esse segmento que o lançamento da Citroën deseja atacar. Posicionado entre R$ 90 mil e R$ 110 mil, o novo Basalt quer conquistar os consumidores que também buscam um sedã compacto. Então, respondendo à pergunta do título: sim, o novo Citroën Basalt convence, ao menos nas versões turbo. Principalmente ao consumidor que busca o seu primeiro SUV.
Se por um lado, ele peca na simplicidade do acabamento ou na falta de um ou outro item de série, o comportamento do carro, o desempenho – com motor turbo – e o visual são pontos fortes do modelo, que tem qualidades para fazer sucesso no Brasil.