Jeep aposta no Renegade e investe R$ 150 mi em lojas no País
Na contramão do mercado, empresa aposta no aumento de vendas no segmento de SUVs
Na contramão da situação atual do mercado de automóveis no Brasil, que recuou 28% em fevereiro ante o ano imediatamente anterior, a Jeep anunciou a abertura de 75 concessionárias no País, totalizando um investimento de cerca de R$ 150 milhões. Em evento realizado para a imprensa nesta quarta-feira, a marca mostra que aposta na chegada do Renegade, que será lançado na próxima semana, e espera crescimento no segmento, apesar da situação atual do País.
Sérgio Ferreira, diretor geral da Chrysler Brasil e diretor da marca Jeep para América Latina, afirma que o Brasil é o segundo maior mercado da Fiat Chrysler - dona da marca Jeep -, no mundo, o que justifica o investimento. “Falamos que a Jeep está na contramão da crise. A empresa se prepara para um crescimento forte neste ano no Brasil e na América Latina”, disse.
De acordo com a Jeep, no total serão 120 pontos de vendas, contando os 45 já existentes, e todos estarão em pleno funcionamento a partir do dia 10 de abril. A expectativa da marca é estar com 200 concessionárias abertas no Brasil até dezembro deste ano.
Segundo Ferreira, 10 lojas abriram as portas em janeiro deste ano, outras 34 em fevereiro e 31 em março. Cada loja emprega em média 20 funcionários, gerando aproximadamente 1.500 empregos. A empresa ainda trouxe uma novidade ao Brasil, sendo o primeiro País a ter uma loja exclusiva da Jeep, na cidade de Chapecó, (SC).
“Abrimos em Chapecó a primeira loja 100% Jeep no mundo. Não temos isso nem na Europa, nem nos Estados Unidos, nossos maiores mercados. Com dois meses de operação, a região de Chapecó já se tornou o local com o maior número de vendas da Jeep no País. Isso não é coincidência”, afirmou Ferreira.
A aposta da marca é no mercado de SUVs. De acordo com dados divulgados pela Jeep, na média dos dez maiores segmentos de veículos no País, os SUVs representam apenas 9% das vendas - para comparação, a média mundial é de 18%. “Temos espaço e um longo caminho para percorrer”, ressalta Sérgio Ferreira.
Sobre as condições atuais do mercado nacional, o diretor se mostrou otimista. “Acreditamos no início de uma recuperação moderada no segundo trimestres deste ano e em uma recuperação forte a partir do segundo semestre”, disse. “Falando exclusivamente do segmento (SUVs compactos), ele tende a crescer entre 40 e 50% nesse ano”, completou. A Jeep comercializou 3.330 veículos importados em 2014 e espera vender 5 mil unidades neste ano. A expectativa de vendas do Renegade não foi divulgada.
Jeep Renegade
Primeiro veículo a ser produzido na fábrica da Jeep em Goiânia, Pernambuco, o Renegade chegará às concessionárias da marca no próximo mês. Segundo Ferreira, o SUV começa a ser faturado no dia 1º de abril e já estará disponível para o consumidor no dia 10.
O carro terá duas opções de motor no Brasil: o 1.8 E-torque flex de 132 cavalos de potência e 18,9 Kgfm de torque com etanol (que já equipa modelos da Fiat no Brasil ), e o 2.0 turbodiesel de 170 cavalos e 35 Kgfm de torque. Para acompanhar, contará com três opções de transmissão: manual de cinco velocidades e automática de seis ou nove velocidades.
A empresa está empolgada com o carro, que deve custar a partir de R$ 65 mil na versão 4X2 (a montadora não confirma o valor). Segundo dados da Jeep, a média de clientes interessados no Renegade (que entraram no site e demonstraram interesse na compra) era de 50 por dia em dezembro, passando para 260 por dia em fevereiro. No total, mais de 20 mil clientes já "pediram" o carro em três meses.
A montadora espera superar as vendas de concorrentes como Ford Ecosport, Renault Duster e do recém lançado HR-V. Para isso, terá de vender pelo menos 50 mil unidades, já que o Ecosport fechou 2014 com 54.236 emplacamentos. "Seja qual for o número do Ecosport nós vamos bater", garantiu Ferreira.
De acordo com a Jeep, a fábrica de Pernambuco terá 80% de índice de nacionalização das peças. A única fábrica da Jeep na América Latina será capaz de produzir até 250 mil veículos por ano. Até 2018, a empresa espera ter oito fábricas no mundo, sendo quatro nos Estados Unidos, uma na Índia e uma na China, além da que já está funcionando no Brasil.