Jeep Compass, Renegade e Commander serão os primeiros Bio-Hybrid
Polo Automotivo Stellantis de Goiana receberá as novas tecnologias de mobilidade sustentável; Fiat Toro e Ram Rampage também estão no radar
Os três modelos da Jeep produzidos em Pernambuco – Compass, Renegade e Commander – serão os primeiros veículos da Stellantis a utilizar as tecnologias Bio-Hybrid, que combina motores flex a combustão com bateria e motor elétrico.
Outros dois modelos de outras marcas produzidos em Goiana – Fiat Toro e Ram Rampage – também podem estar entre os primeiros veículos a receberem a nova tecnologia, que visa reduzir as emissões de CO2 dos carros nacionais da Stellantis.
“A Stellantis vai alocar no Polo Automotivo de Goiana, no Nordeste, a produção dos primeiros veículos equipados com as tecnologias Bio-Hybrid, que associam eletrificação com motorização flex e a etanol, além dos 100% elétricos a bateria totalmente desenvolvidos e produzidos pela empresa no Brasil”, diz uma nota divulgada nesta terça-feira, 17.
A decisão de começar a eletrificação por Pernambuco – onde são fabricados os Jeep Compass, Renegade e Commander, o Fiat Toro e o Ram Rampage – pode ser resultado da recente transferência de Antonio Filosa, de CEO da Stellantis América do Sul para o cargo de CEO global da Jeep nos Estados Unidos.
Tudo indicava que a Stellantis começaria o programa Bio-Hybrid pela fábrica de Porto Real, RJ, que recebeu investimento para permitir que a eletrificação na plataforma CMP, em carros da Citroën.
O anúncio de que os Bio-Hybrid começarão por Goiana coloca a Jeep à frente da nova estratégia. Segundo Filosa, os carros da Jeep e da Peugeot eram os mais cotados para receberem as arquiteturas Bio-Hybrid Plug-in Hybrid e BEV (100% elétrica). Como a Jeep já produz o Compass 4xe e o Renegade 4xe na Itália, este deve ser o futuro desses carros, porém com tecnologia nacional.
Quanto às picapes Fiat Toro e Ram Rampage, é mais provável que a Toro ganhe a tecnologia Bio-Hybrid DCT (híbrido completo) e a Rampage ganhe a Bio-Hybrid básica (híbrido leve).
“Nossas tecnologias de descarbonização privilegiam as características e recursos do Brasil, como o etanol e a energia elétrica limpa”, afirma Antonio Filosa, presidente da Stellantis para a América do Sul. “Representam um esforço de nacionalização da produção. Nossa prioridade é descarbonizar a mobilidade, e queremos fazer isto de modo acessível para o maior número de consumidores, desenvolvendo tecnologias e componentes no Brasil”.
A Stellantis disse que avançará com a tecnologia de propulsão híbrida, que combina motores térmicos com eletrificação, em seus três polos automotivos brasileiros – Betim (MG), Porto Real (RJ) e Goiana (PE). “Este avanço simultâneo é possível porque a tecnologia Bio-Hybrid é de aplicação flexível e pode equipar vários modelos produzidos pela Stellantis”, diz a nota da montadora.
O fato de a planta de Pernambuco ter sido escolhida para iniciar a produção dos carros Bio-Hybrid tem a ver também com a chegada da chinesa BYD na Bahia. Ocupando o local que era da Ford, a BYD vai produzir dois carros elétricos (Dolphin e Yuan Plus) e um híbrido plug-in (Song Plus).