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Kia Sportage Hybrid em 2.000 km, de SP a Mato Grosso do Sul

Como as tecnologias do Kia Sportage Hybrid trabalham numa viagem de longa distância, ida e volta, entre São Paulo e Campo Grande

11 jan 2023 - 18h08
(atualizado em 18/1/2023 às 08h28)
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Kia Sportage Hybrid
Kia Sportage Hybrid
Foto: Jorge de Souza / Guia do Carro

A primeira coisa que é preciso dizer sobre o novo Kia Sportage Hybrid é que ele é um MHEV, ou seja, um híbrido leve. Ou seja: a energia elétrica só serve para dar potência extra ao motor a combustão, não para impulsionar o veículo.

Embora a propulsão elétrica não tenha o propósito de mover sozinha o veículo, ela atua, decisivamente, como suporte extra de potência nas arrancadas, acelerações e retomadas de velocidade, feito um “booster”. A potência combinada do motor 1.6 turbo e do motor elétrico é de 180 cv e o torque é de 265 Nm.

O motorista pode escolher três modos de condução em um botão no console central: econômico, normal e esportivo – este, capaz de fazer cantar pneus e arremessar cabeças para trás nas arrancadas mais abruptas. Mas, em números, não impressiona: 9,1 segundos para ir de 0 a 100 km/h.

Kia Sportage Hybrid
Kia Sportage Hybrid
Foto: Jorge de Souza / Guia do Carro

Avaliação em 2.000 km

Durante 10 dias usamos o Kia Sportage na cidade e na estrada. A maior parte do percurso de ida e volta entre São Paulo e Campo Grande (MS), foi na Rodovia Marechal Rondon, que tem longas retas, asfalto em bom estado e aclives e declives suaves. Como o Kia Sportage é um SUV com tração 4x2 (dianteira), foi a condição ideal para usá-lo.

Conforto e desempenho

O novo Sportage é espaçoso (sobretudo no banco de trás, com espaço de sobra para as pernas e encostos reclináveis dos bancos – sim, atrás também) e bastante ágil para um carro que pesa pouco mais de uma tonelada e meia, pois o torque é entregue já em 1.500 giros do motor. 

180 km/h e ainda com fôlego

Em um longo trecho vazio – e reto – da estrada, com o modo esportivo ativado (quando acionado, o painel muda de cor, para destacar a mudança de módulo), fizemos uma experiência e o velocímetro do novo Sportage chegou fácil em 180 km/h, e ainda havia acelerador a ser pressionado. Sua velocidade máxima é de 200 km/h. Foi uma condução vibrante e empolgante, embora ele esteja longe, muito longe, de ser um esportivo. 

Kia Sportage Hybrid
Kia Sportage Hybrid
Foto: Jorge de Souza / Guia do Carro

A única mácula neste aspecto é que o motor a combustão não é flex, já que o carro é importado. Em compensação, o câmbio automático, de 7 marchas e dupla embreagem, é tão suave que, aliado a um baixíssimo nível de ruído em geral, dá a sensação de se estar dirigindo um carro 100% elétrico: não se percebe as trocas de engrenagem.

Consumo não é lá essas coisas...

Mas nem tudo é digno de aplausos no novo SUV da Kia. Os níveis de consumo de combustível, por exemplo, estão longe de ser tão bons quanto o seu desempenho. Em nossas andanças com o carro, atingimos marcas apenas discretas: 12,2 km/l de média na estrada, e 8,5 km/l na cidade.

Oficialmente, segundo o Inmetro, o Sportage chega a fazer 11,5 km/l de gasolina na cidade. Parece difícil. Para conseguir os 8,5 km/l, entretanto, usamos o interessante recurso que o novo Sportage oferece: o “coasting”, ou avanço do carro com o motor desligado, o que só é possível dentro de alguns parâmetros, como velocidade de cruzeiro estável, piso plano etc.

Kia Sportage Hybrid
Kia Sportage Hybrid
Foto: Jorge de Souza / Guia do Carro

“Coasting” com motor desligado

O “coasting” (termo em inglês que remete à navegação com barcos à vela, já que eles não usam combustível), funciona mais ou menos assim. Quando o veículo atinge determinada velocidade, acima de 40 km/h, e o motorista tira o pé do acelerador, o motor “apaga”, mas tudo continua funcionando normalmente – não, não é velha e perigosa “banguela”. Para o motor voltar a funcionar, o que acontece de forma instantânea, basta um leve toque em qualquer dos dois pedais. 

O objetivo é economizar combustível e, segundo o fabricante, também reduzir a quantidade de poluentes lançados no meio ambiente, embora, nos dois casos, o resultado prático seja quase pífio.

Mais vantagens na cidade

O curioso é que a maior vantagem do “coasting” na economia (bem pequena) de combustível acontece nas cidades e não nas estradas, porque, como a velocidade nas ruas é baixa, o carro não sofre tanto com a “barreira” gerada pelo vento, percorrendo assim distâncias maiores "apenas no embalo", sem perder a velocidade. 

Já, nas estradas, como o arrasto aerodinâmico é maior, o carro logo perde ritmo, exigindo que o motorista volte a acelerar – o que praticamente anula as vantagens do avanço com o motor desligado, porque cada toque no acelerador impacta diretamente o consumo.

Piloto automático ajuda no consumo

Por esse mesmo motivo, usamos bastante o piloto automático (um dos vários benefícios que esse carro repleto de recursos oferece). É melhor do que manter o controle da velocidade no pedal do acelerador, porque a uniformidade da velocidade oferecida pelo piloto automático favorece a economia, além de ser muito mais confortável numa viagem de 2.000 km.

Kia Sportage Hybrid
Kia Sportage Hybrid
Foto: Jorge de Souza / Guia do Carro

Recursos tecnológicos

Conforto, praticidade e bem estar, também para quem dirige, e não só para os passageiros, é um dos pontos fortes do novo Kia Sportage. Isso fica claro na quantidade de recursos eletrônicos e tecnológicos que ele oferece. 

Entre outros equipamentos, alerta de fadiga do condutor, câmera de ré com visão também aérea (parece a imagem do carro feita por um drone), piloto automático adaptativo (faz o carro se movimentar sozinho no para e anda do trânsito), e uma profusão de sensores por todo o carro: contra colisão por ponto cego, colisão traseira em tráfego cruzado, colisão frontal, frenagem automática de emergência e controle de descida.

Segue as faixas do asfalto

O Kia Sportage 2023 possui três outros recursos de pilotagem que impressionam qualquer motorista – ou passageiro – menos avisado. Um deles é a capacidade que o carro tem de “ler” (através de sensores laterais) as faixas das ruas e estradas, a fim de se manter sempre no centro delas, se assim o motorista desejar. 

A rigor, dava até para tirar as mãos do volante (algo, no entanto, proibido, como uma mensagem no painel alerta, todas as vezes que os sensores no volante detectam isso). Ainda assim, o carro se mantinha firme no centro da faixa, e até poderia fazer curvas suaves, seguindo a marcação no asfalto. 

Kia Sportage Hybrid
Kia Sportage Hybrid
Foto: Kia / Divulgação

Mas convém não acreditar cegamente nisso, porque, se as faixas não estiverem bem visíveis, o que é comum no Brasil, ou forem interrompidas em cruzamentos, o novo Sportage pode, momentaneamente, ameaçar tomar um rumo indesejado. E, quando isso acontece, é susto na certa. 

Em nossa viagem, também notamos certa dificuldade do carro em “ler” faixas pintadas de amarelo (as brancas, ok), como as que dividem pistas duplas, nas ruas e estradas. Da mesma forma, nem sempre o recurso conseguia identificar as margens laterais do asfalto, embora a Kia garanta que o sistema faz isso também, com perfeição.

Retrovisor também no painel

A reprodução, através de câmeras laterais, das imagens dos retrovisores no painel do próprio carro (nos espaços destinados ao velocímetro, de um lado, e conta-giros, do outro, dependendo do lado para o qual se dá seta), é sensacional e funciona perfeitamente, sem restrições. 

O recurso não só desobriga o motorista de ficar olhando para os lados, como elimina os chamados “pontos cegos” dos retrovisores – que também exibem um alerta vermelho no espelho, quando algo está oculto nele.

Acelera e freia por conta própria

Outro recurso bem interessante é o acionamento automático da distância que se deseja manter do carro da frente, o que exime o motorista de ter que frear ou reduzir, se ele parar ou diminuir a velocidade – porque o piloto automático adaptativo faz isso sozinho. 

O motorista, na prática, não precisa acelerar nem frear o novo Sportage, porque, mesmo que surja um imprevisto à frente (um pedestre ou animal cruzando a faixa), o carro freará sozinho. Este é só um dos inúmeros recursos de segurança do Kia Sportage Hybrid EX Prestige (versão topo de linha).

Painel e multimídia integrados

Tudo isso é exibido, de forma digital, na parte mais atraente do interior do carro: o painel – que, seguindo a tendência mundial, é integrado em uma só peça, elegantemente curva, com uma enorme tela de 12,3”, da central multimídia. 

Juntos, eles dão uma aparência de cockpit ao posto do motorista, repleto de luzes, informações e imagens coloridas, fazendo com que ele se sinta no comando de tudo – embora, na prática, ocorra o oposto disso, porque o carro executa boa parte das suas funções de maneira autônoma. 

Quer dizer: nem tudo. Não estaciona sozinho, por exemplo.

Kia Sportage Hybrid
Kia Sportage Hybrid
Foto: Kia Motors

Porta-malas abre sozinho

Para os amantes da arte de dirigir um automóvel, tantos recursos tecnológicos podem roubar um pouco o prazer da pilotagem, é fato. Mas não há como negar o bem-estar que eles proporcionam no novo Sportage 2023. 

Como o porta-malas que abre sozinho, ao pressentir a aproximação do motorista, sem que seja preciso passar a perna por baixo do para-choque ou fazer qualquer pirueta na rua. Ou o carregador de celular por indução, existente no console, embora ainda seja preciso ligar o cabo para conectar o aparelho com a central multimídia. 

Há, também, a opção de fazer brotar uma suave ventilação (ou aquecimento) de dentro dos bancos dianteiros, embora eles não memorizem os ajustes, ao trocar de motorista, recurso que um carro desse nível também poderia ter. 

Não tem estepe

Outro ponto questionável é que um gerador portátil, equipado com um reservatório de líquido reparador de pneus, substitui o estepe, que precisou ser eliminado para dar lugar à bateria do sistema híbrido, dentro do porta-malas. 

O equipamento é útil: se furar um dos pneus (235/50 R19), basta inflá-lo e seguir em frente. Mas não resolve o problema em caso de rasgos no pneu – e é aí que a ausência do estepe faz falta. O ideal seria ter as duas coisas. Mas, segundo o fabricante, falta espaço. E isso é um problema não só da Kia, mas de todos os carros.

Kia Sportage Hybrid
Kia Sportage Hybrid
Foto: Kia Motors

Quanto custa?

Na versão de entrada, EX, o Kia Sportage 2023 custa R$ 228.990 (cores metálicas encarecem o preço). Na topo de linha, EX Prestige, com bancos de couro, teto solar panorâmico e outros mimos, parte de R$ 269.990. 

Nos dois casos, o Kia Sportage é significativamente mais caro do que o seu concorrente mais direto, o Caoa Chery Tiggo 7 Pro Hybrid, que também é um híbrido leve, com motor 1.6 igualmente turbinado, 187 cv de potência e câmbio também automático de 7 marchas, mas com preços abaixo de R$ 200.000.

Vale a pena pagar a diferença? Depende, obviamente, do tamanho do seu bolso. Mas, se dinheiro não for problema, conforto e prazer também passam a não ter preço. Nestes dois aspectos, o novo Sportage Hybrid satisfaz plenamente – bem como no desempenho e na modernidade. Sem falar que é um carro, indiscutivelmente, bonito. 

Dimensões e capacidades

Comprimento: 4,515 m 

Largura: 1,865 m 

Altura: 1,650 m

Entre-eixos: 2,680 m

Porta-malas: 562 litros

Tanque: 54 litros

Guia do Carro
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