Latin NCAP zera C3 Aircross e rebaixa o Corolla em crash test
Latin NCAP divulga nova rodada de testes com nota zero para o Citroën C3 Aircross e rebaixamento polêmico do Toyota Corolla para 4 estrelas
O Latin NCAP divulgou mais uma rodada de testes na última quarta-feira, 20. O Programa de Avaliação de Veículos Novos para a América Latina e o Caribe testou o Citroën C3 Aircross, que zerou a avaliação de segurança. Após uma auditoria, a entidade também reduziu a nota do Toyota Corolla – que foi testado originalmente em 2022 – de cinco para quatro estrelas.
O Citroën C3 Aircross, produzido no Brasil, ganhou zero estrela. O SUV foi testado na versão de entrada Feel Turbo, que oferece cinco lugares e dois airbags e Controle Eletrônico de Estabilidade (ESC) como equipamento padrão. Como é de praxe, o Latin NCAP sempre avalia a versão mais básica dos itens de segurança passiva dos modelos.
O Aircross obteve 33,01% de proteção para Ocupante Adulto, 11,37% em Ocupante Infantil, 49,57% em Proteção de Pedestres e Usuários Vulneráveis da Estrada e 34,88% em Assistência à Segurança. O veículo foi testado em impacto frontal, impacto lateral, chicotada cervical (whiplash), proteção para pedestres e ESC.
O teste de impacto lateral de poste não foi realizado e obteve zero pontos devido à falta de proteção lateral para a cabeça nas filas dianteira e traseira, que não é oferecida como opcional. Produzido em Porto Real (RJ), o Citroën C3 Aircross oferece nas versões mais caras quatro airbags de série, sendo dois frontais e dois laterais para os passageiros da frente.
“Enquanto outros concorrentes oferecem mais segurança e melhor desempenho, a Citroën continua a proporcionar uma segurança deficiente como padrão em seus carros. O Latin NCAP insta a Stellantis, a PSA e a Citroën a mudar seu enfoque, a melhorar o equipamento básico de segurança dos carros e a oferecer voluntariamente os carros ao Latin NCAP para mostrar aos consumidores seu desempenho”, afirma Alejandro Furas, Secretário Geral do Latin NCAP.
De acordo com o Latin NCAP, “o impacto frontal mostrou uma proteção fraca para o peito do passageiro da frente. O teste de impacto lateral apresentou uma intrusão relevante no habitáculo, aumentando os riscos de lesões aos ocupantes. O teste de chicotada cervical (whiplash) obteve proteção deficiente para o pescoço do adulto”.
Além disso, o Citroën C3 Aircross também perdeu pontos pelo lembrete do cinto de segurança e na proteção para crianças pelos dois recursos não atenderem aos padrões do Latin NCAP de sinalização das ancoragens Isofix, e por não ter sido possível desativar o airbag do banco do passageiro dianteiro ao colocar um SRI voltado para trás nessa posição.
O modelo não oferece Sistemas de Assistência à Velocidade, como padrão, Sistemas de Suporte de Pista e Frenagem Autônoma de Emergência, nem mesmo como opcionais. De acordo com o Latin NCAP, a classificação de zero estrelas seria a mesma para a versão com airbags laterais, pois o modelo não oferece proteção lateral para a cabeça ou airbags de cortina.
Com os airbags laterais de corpo, o teste de impacto lateral teria melhorado em pontos, mas a proteção do ocupante adulto permaneceria no nível de zero estrela. A classificação do ocupante infantil também teria permanecido no mesmo nível atual de zero estrela.
Toyota Corolla cai para quatro estrelas após teste de auditoria
O Latin NCAP também realizou um teste de auditoria no Toyota Corolla vendido no mercado mexicano, que é importado dos EUA e do Japão, dependendo da versão. O Toyota Corolla produzido no Brasil obteve cinco estrelas na avaliação de 2022.
De acordo com os requisitos dos protocolos de avaliação, o Latin NCAP tem o direito de auditar qualquer teste voluntário a qualquer momento. No teste de auditoria de 2024, o teste de impacto frontal teve um desempenho semelhante, mas a área de proteção dos airbags laterais de cortina apresentou menor cobertura do que na versão testada em 2022, resultando em uma penalidade de dois pontos.
Além disso, o Corolla auditado mostrou uma marcação de advertência de airbags no assento do passageiro dianteiro que não cumpre com os requisitos do Latin NCAP, derivando em uma redução de pontos para o ocupante infantil. Consequentemente, a classificação de segurança foi recalculada e resultou em uma queda para quatro estrelas.
Com isso, o Toyota Corolla vendido no México obteve 72,84% de proteção para o Ocupante Adulto, 71,57% para o Ocupante Infantil, 59,72% para a Proteção de Pedestres e Usuários Vulneráveis das Vias e 81,57% para a Assistência à Segurança. A nota do modelo foi atualizada no site do Latin NCAP, em uma decisão que promete gerar polêmica.
Isso porque o México é o único país da América Latina com esta variante do Corolla. Todos os demais países contam com o sedã produzido no Brasil ou com o mesmo padrão do Corolla brasileiro, que obteve cinco estrelas no teste. No entanto, o Latin NCAP não destacou que a nota vale apenas para o mercado mexicano, e sim para toda a região.
“À medida que as decepções da Toyota se acumulam, é hora de o fabricante voltar a produzir seus carros com foco em cinco estrelas, já que acaba de perder o único modelo cinco estrelas no protocolo atual do Latin NCAP. Embora quatro estrelas seja um bom nível de segurança, a Toyota é conhecida por liderar o caminho com resultados de classificação máxima”, finaliza Alejandro Furas, Secretário Geral do Latin NCAP.