SUV médio da Mercedes, ML muda para GLE; e já guiamos
Nomenclatura da marca faz referência ao porte e preço dos modelos; GLE parte de R$ 312.900 no Brasil
A antiga Mercedes-Benz Classe M seguiu a tendência de outros modelos da marca e passa adotar uma nomenclatura que faz referência ao seu porte e preço. Agora a ML passa a se chamar GLE e ganhou um novo visual, com faróis mais afilados inspirados no Classe C. Inicialmente ele virá apenas com o motor V6 turbodiesel de 261 cv, associado ao novo câmbio automático de nove marchas e tração integral. Os preços partem de R$ 312.900 para a versão básica e vão até R$ 369.900 para o pacote Family. A versão Sport com visual diferenciado está confirmada para o país, mas ainda não tem valor definido.
Guiamos o Mercedes GLE 350d na região entre Sttutgart e Affalterbach, na Alemanha. A unidade avaliada tinha pacote de equipamentos similar ao que é oferecido no Brasil, incluindo a suspensão a ar regulável eletronicamente. Visualmente o GLE é idêntico ao antigo ML, sobretudo na traseira. Ainda que a atualização tenha mudado grades, faróis e para-choques, o SUV grande mantém o mesmo estilo de quando foi lançado, em 2011. E, assim como ocorreu no novo SLK (agora chamado de SLC), o DNA antigo segue à mostra no modelo, especialmente no interior.
O cada vez mais comum (e complicado) sistema multimídia da Mercedes também está no GLE, com sua boa tela de cristal líquido que segue incapaz de ter sensibilidade ao toque. E se em carros novos o acessório não é integrado ao painel, no GLE a desarmonia do item fica ainda mais à tona. O SUV segue com acabamento impecável, mesclando elementos escurecidos e apliques prateados no pacote brasileiro. Porém os diversos botões do rádio e o os grandes comandos giratórios do ar-condicionado digital deixam claro que estamos em um modelo que se aproxima do fim de seu ciclo de vida.
Além de destoar dos novos Mercedes-Benz, o GLE enfrenta uma concorrência já atualizada, com destaque para o moderno Volvo XC90. A seu favor o SUV alemão tem o status da marca e a vantagem do motor turbodiesel. O derivado de petróleo é o atual bicho-papão da conterrânea Volkswagen, mas sem enfrentar problemas de emissões, o motor V6 do GLE é o seu maior trunfo. Os ótimos 63,2 kgfm de torque chega ao seu pico em parcos 1.600 rpm, e o câmbio automático com duas marchas extras aproveita ainda mais essa força. Segundo a fábrica, são necessários 7s1 para acelerar de 0 a 100 km/h, 0s3 mais rápido que o antigo ML350. Se na tela esse valor não é tão empolgante, vale lembrar que estamos falando de um utilitário de 2.175 kg capaz de levar até sete pessoas.
Sensação nas curvas - No uso urbano e rodoviário o GLE não tem como objetivo cantar pneu a cada curva; isso é tarefa do Mercedes-AMG GLE 63, que chega este ano e que vem com o mesmo V8 de 525 cv da versão equivalente do Classe M. A suspensão a ar prioriza o conforto, mesmo no modo Sport. A unidade avaliada tinha opção de regular a altura de rodagem do carro, recurso atraente que não será ofertado no Brasil. O GLE 350d é capaz de cumprir curvas com eficiência próxima à um Classe E, mas a sensação de segurança é menor. Em algumas situações o modelo não parece que vai conseguir realizar mudanças repentinas de direção sem exigir a atuação do controle de estabilidade.
Em meio ao trânsito pesado o GLE compartilha com o rival BMW X5 o jeitão de "nave". Na prática ele se impõe em meio a carros menores, mas torna manobras e trocas de faixas mais difíceis. Claro que não é possível dar a agilidade de um hatch a um SUV médio, mas o novo XC90 mostrou que dá para fazer um automóvel grande entregar uma dirigibilidade próxima de um automóvel menor.
O GLE não teve mudanças em suas medidas e mantém o bom espaço para cinco adultos e duas crianças na terceira fileira de bancos. Seu porta-malas com abertura elétrica tem 690 litros de volume. As melhorias no jipão foram bem-vindas, mas não são suficientes diante dos rivais mais modernos. E este ano vem aí a segunda geração do Audi Q7...