Mesmo com ajuda do governo, fábrica da Volkswagen vai parar
Apesar da ajuda de R$ 500 milhões do governo, que baixou os preços dos carros, Volkswagen vai parar produção em três fábricas
Depois da General Motors, que teve paralisação nas fábricas de São José dos Campos e São Caetano do Sul em junho, agora foi a Volkswagen que anunciou uma paralisação na produção.
Três das quatro fábricas da VW do Brasil (São Bernardo do Campo, Taubaté e São José dos Pinhais) terão a produção paralisada. Em Taubaté, SP, onde é produzido o Polo Track, os dois turnos já estão interrompidos até o dia 30.
Em São José dos Pinhais, PR, que teve lay-off de dois a cinco meses em um turno desde o dia 5 de junho, o segundo turno também para até o dia 30 e afeta a produção do T-Cross. Na fábrica da Anchieta (ABC paulista) haverá 10 dias de férias coletivas a partir de 10 de julho, afetando a produção dos modelos Polo, Nivus, Virtus e Saveiro.
Segundo a Volkswagen, o motivo da paralisação é a “estagnação do mercado”. Embora tenha ajudado os consumidores no período de desconto, a medida do governo não incluiu as locadoras, pois elas acabariam comprando todo o estoque e o consumidor não seria beneficiado. Porém, as locadoras decidiram parar de comprar nesse período, o que acabou afetando as vendas do mesmo jeito.
Segundo o site AutoData, os sindicalistas de Taubaté e de Curitiba elogiaram a medida do governo, mas criticaram a manutenção da alta taxa de juros pelo Banco Central.
“As medidas foram importantes, mas precisavam ser complementadas com a redução da taxa de juros”, disse o presidente do Sindmetau, de Taubaté, Claudio Batista ao AutoData. “Infelizmente não ocorreu. Este índice de 13,75% dificulta a situação do setor automobilístico e a venda de produtos financiados.”
“Há algum tempo a gente vem protestando na porta das fábricas contra a alta taxa de juros, pois, se o crédito não for viabilizado, o consumo não aumentará, mesmo com a medida do governo de dar descontos nos carros”, afirmou o secretário geral do Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba, Jamil D’Avila, ao AutoData.