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Motorista de carro menos potente deve evitar o sistema GNV

Especialmente em cidades com muita subida, o kit GNV deve ser evitado por carros de baixa potência

6 out 2022 - 15h12
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Inspeção de velas e cabos é fundamental no uso do kit GNV
Inspeção de velas e cabos é fundamental no uso do kit GNV
Foto: NGK / Divulgação

O kit GNV é uma adaptação realizada no motor que, quando utilizado, resulta na perda de rendimento. Nesse contexto, motores com a cilindrada muito pequena ou potência muito baixa devem ser evitados. Outro aspecto observado é o relevo da região em que o motorista mora. Cidades planas não costumam oferecer grandes problemas, porém em regiões com número elevado de serras é recomendável a instalação do sistema somente em motores mais potentes.

A afirmação é de Hiromori Mori, consultor de Assistência Técnica da NGK, multinacional japonesa especialista em velas e cabos de ignição. O especialista ressalta alguns pontos de atenção indispensáveis para os condutores de carros com GNV.

“Para veículos equipados com sistemas flex fuel original, o recomendável é fixar um combustível líquido, seja ele gasolina ou etanol”, alerta Mori. “Com o combustível líquido fixado, deve-se, então, realizar a regulagem do kit gás. Caso o usuário queira substituir o combustível líquido, será preciso efetuar uma nova regulagem no kit gás.”

Mori aconselha o usuário a seguir os planos de inspeção e homologação específicos dos veículos a gás: “Algumas inspeções, como teste de cilindros e homologação da instalação, são obrigatórias para a legalização do kit. Já a manutenção do redutor, injetores de gás, válvulas de abastecimento e cilindro dependem da qualidade do gás e postos de abastecimento”.

Os veículos a gás devem ter a sua manutenção abreviada, principalmente os utilizados para transporte individual, como táxis e carros de aplicativo e de entrega. “Essas condições são classificadas como de uso severo, o que exige uma manutenção mais detalhada do veículo realizada por profissionais especializados”, explica o consultor. 

Apesar do sistema gerar economia de combustível, a forma como o motorista utiliza o veículo interfere diretamente nessa questão. Boas práticas na condução, como evitar acelerações muito bruscas e velocidades incompatíveis com a via, devem ser incluídas no dia a dia de quem dirige. Outro cuidado fundamental é a manutenção: conservar o carro em boas condições, com pneus calibrados e alinhados, também gera economia para o bolso dos condutores.

Atenção para os desgastes nas velas de ignição

Uma das grandes vantagens dos carros a gás é a economia gerada por utilizarem esse combustível. Para a implementação do sistema é necessário fazer uma adequação no motor para que ele possa trabalhar com o combustível líquido e/ou o gás. Como o motor não foi construído especificamente para trabalhar dessa forma, o rendimento é um pouco menor do que no combustível líquido, quando comparado aos motores que trabalham exclusivamente com gás.

A desvantagem é que esta mistura mais pobre quando comparado com o combustível original, provoca um desgaste maior nas velas de ignição, sendo necessário um ajuste na recomendação da troca dos componentes. “Por se tratar de uso mais severo do motor, a indicação geral é cortar o plano de manutenção pela metade”, sugere Mori. “O uso do GNV requer um ajuste do kit gás com uma boa calibração da injeção. Esse cuidado evita danos ao sistema de válvulas, principalmente as de escapamento, que sofrem maior influência da temperatura.

No segundo semestre de 2021 quase 80% dos veículos abastecidos com gás natural veicular (GNV) estavam irregulares. Esse índice revela que a grande maioria dos motoristas não realiza nem mesmo a primeira inspeção veicular, que é obrigatória na instalação do cilindro – fator que interfere diretamente nos acidentes envolvendo veículos com sistema a gás. 

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