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Motorista dormindo em Tesla a 140 km/h é multado no Canadá

Sistema de condução semiautônoma Autopilot visa auxiliar o condutor, mas muitas vezes é utilizado de forma errada

18 set 2020 - 16h51
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Itens de segurança e tecnologia vem ganhando cada vez mais espaço no mercado, especialmente no nicho dos carros premium e de luxo. Como o nome revela, eles servem para trazer segurança ao motorista e também certo conforto. Mas algumas pessoas acabam utilizando a tecnologia de maneira errada, especialmente nos Tesla.

Motorista dormindo em Tesla a 140 km/h é multado no Canadá
Motorista dormindo em Tesla a 140 km/h é multado no Canadá
Foto: POLÍCIA DE ALBERTA/DIVULGAÇÃO / Estadão Conteúdo

O último desses casos aconteceu na província canadense de Alberta. A polícia da região flagrou um Tesla Model S rodando a 140 km/h com seu condutor tirando um cochilo. De acordo com as autoridades, os bancos dianteiros estavam totalmente reclinados e os dois ocupantes do veículo dormiam.

Assim que a viatura acendeu os faróis de emergência para alertar o veículo, o Tesla acelerou até os 150 km/h. No final, o condutor de 20 anos foi multado por excesso de velocidade e direção perigosa. Ele teve ainda a habilitação suspensa por 24 horas. Ele será ouvido no tribunal em dezembro e caso for condenado, poderá pegar até 5 anos de prisão. Além disso, sua habilitação pode ser apreendida por até um ano.

 

Sistema semiautônomo carrega polêmicas

O Autopilot, recurso semiautônomo que equipa os modelos da Tesla, é um pacote de sistemas. Ele inclui o assistente de permanência de faixa, alerta de saída de faixa, estacionamento e frenagem automatizados; controle de cruzeiro adaptativo, no qual o carro se adapta à velocidade do tráfego e direção automática, que visa auxilia o condutor na direção do veículo. Ou seja, o recurso serve como auxilio e não para substituir o motorista.

O marketing em torno do Autopilot já enfrentou algumas polêmicas em países da Europa. Em julho deste ano, um tribunal alemão alegou que a montadora enganou seus clientes em relação a funcionalidade do sistema de direção semiautônomo.

Contudo, a inteção da Tesla é caminhar em direção à condução autônoma. As novas atualizações do software já poderão detectar placas com limites de velocidades e emitir sons para alertar o condutor caso o esteja muito rápido. O mesmo alerta acontece quando o farol ficar verde.

Além disso, Elon Musk promete um novo sistema 4D para compreender o ambiente de tráfego do veículo e assim oferecer um sistema de condução autônoma mais precisa. As novidades ainda estão em fase de teste e deverão estar disponíveis entre outubro e novembro.

Atualmente, os carros da marca dispõem de oito câmeras com visão de 360 graus que alcançam até 250 metros, além de 12 sensores ultrassônicos e um radar.

Legislação não permite sistema 100% autônomo

Mesmo com a ofensiva para inserir carros autônomos no mercado, de empresas como GM e Uber, nenhuma legislação no mundo permite carros autônomos. Mundialmente, não há uma concordância sobre como seria uma legislação que pudesse introduzir os automóveis autônomos ao trânsito das grandes cidades.

A Alemanha, entretanto, está avançando com regulamentos para se tornar o primeiro país do mundo a ter carros autônomos. Uma conferência realizada no dia 8 de setembro que contou com a presença da chanceler Angela Merkel, bem como ministros, sindicatos, líderes estaduais e representantes de montadoras, estabeleceu a meta de que até 2022 caros autônomos terão operação regular no país.

Autopilot da Tesla já esteve 'envolvido' em outros acidentes

Em agosto do ano passado, um Tesla Model 3 se envolveu em uma colisão em uma rodovia em Moscou, pegou fogo e explodiu. Felizmente, os ocupantes conseguiram escapar antes que o carro e incendiasse. Segundo a polícia, o Autopilot funcionava no modo ?assistente de motorista? e não detectou o caminhão na frente do automóvel. O dono do veículo alegou que seguia as orientações da própria Tesla e não notou o caminhão estacionado.

Em março de 2018, uma colisão envolvendo um Tesla Model X gerou discussão devido ao uso do sistema semiautomático. O motorista tinha acionado o Autopilot e no momento da batida jogava em seu smartphone. O carro estava a 121 km/h quando o sistema de assistência de faixas direcionou o carro para a esquerda, onde estava o outro veículo, a 105 km/h. O freio autônomo e o sistema de alerta de colisão não funcionaram. A vítima acabou falecendo.

Estadão
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