Neta chega ao Brasil com 3 carros e plano de fábrica
Com três modelos confirmados, chinesa Neta estreia no País no 2º semestre, prepara rede de concessionários e fala até em fábrica para 2026
Mais uma marca chinesa de carros chega ao Brasil. A Neta Auto, startup de veículos eletrificados, afirmou nesta terça-feira (28) os detalhes da operação que terá no país.
A montadora vai lançar seus três primeiros modelos no 2º semestre. Um deles é o Neta GT (foto), um esportivo elétrico com tração integral e aceleração de 0 a 100 km/h em 3,7 segundos. Além dele, a empresa planeja SUVs híbridos, como o Neta L.
Para dar início à operação, a Neta trabalha em duas frentes principais. Enquanto negocia e organiza a construção da sua rede de concessionários, a marca avança no processo de homologação dos carros para abrir as vendas nos próximos meses. "Vamos lançar três modelos de uma só vez", garante Henrique Sampaio, diretor de marketing e produto da marca no Brasil.
Neta GT chega no 2º semestre
Conforme antecipamos no fim de abril, os primeiros carros já chegaram para o lançamento da marca e o processo de homologação. Paralelamente, a montadora conversa com representantes para formar a rede.
As primeiras lojas serão nas regiões Sudeste e centro-oeste, mas, conforme disse Henrique Sampaio, há interessados no Nordeste e em outras regiões. Na China, os preços são os mesmos de BYD e GWM.
Aliás, o primeiro lançamento está definido: será o Neta GT, cupê elétrico que lembra um Chevrolet Corvette. O esportivo tem um coeficiente aerodinâmico de apenas 0,21 cx e números de supercarro.
A aceleração de 0 a 100 km/h, por exemplo, leva 3,7 segundos na versão mais poderosa, com tração integral e dois motores elétricos. Esta tem 462 cv, enquanto a versão com tração traseira tem 231 cv e faz o 0-100 km/h em 6,5 s.
Além disso, o cupê é moderno tem amplo espaço interno, com 2,77 metros de entre-eixos distribuídos em longos 4,71 m de comprimento. E tem autonomia robusta: na versão de entrada, a bateria de 64,2 kWh garante alcance de 562 km; no modelo AWD, com bateria de 74,4 kWh, a autonomia chega a 580 km no ciclo chinês CLTC. Por dentro, o destaque é a grande tela central de 17,6" da central multimídia.
Neta Aya será rival do Dolphin Mini
A Neta também planeja lançar o compacto Aya. O modelo, aliás, deve chegar ainda em 2024, no fim do ano, para concorrer entre carros elétricos de entrada. O foco será o BYD Dolphin Mini e outros modelos com preços próximos de R$ 120 mil, como o JAC e-JS1.
O carrinho tem 4,07 metros de comprimento, 1,69 m de largura, 1,54 m de altura, 2,42 m de entre-eixos e lugar para cinco passageiros.
Na versão de entrada, tem motor capaz de gerar 54 cv (40 kW) e 11,2 kgfm de torque. Já a configuração mais cara tem 95 cv (70 kW) e 15,3 kgfm de torque. As autonomias são de 318 km e 401 km, respectivamente.
Por dentro, o elétrico lembra modelos da BYD e tem tela central de 14,6". Na China, a versão topo de linha custa 88.800 yuans, o equivalente a R$ 63.300 na conversão direta.
Rival do Song Plus, Neta L chega em 2025
Tal qual BYD e GWM, a Neta também vai começar sua operação com um carro mais caro. Entretanto, logo a chinesa virá com outros produtos mais acessíveis e eletrificados.
São quatro modelos disponíveis atualmente no mercado chinês: Neta GT, Neta S, Neta U e Neta V. Mas, em breve terá uma linha mais ampla com elétricos e também híbridos.
A aposta para 2025 será o Neta L, um SUV do tamanho do Toyota Corolla Cross e tecnologia semelhante ao sistema e-Power da Nissan.
O carro é tracionado por um motor elétrico instalado no eixo traseiro e traz motor a gasolina na dianteira, que funciona como um gerador para alimentar a bateria do motor principal. Dessa forma, promete consumo baixíssimo e facilidade de abastecimento, já que não precisa ser recarregado em tomadas.
Fábrica CKD no Brasil
A Neta Auto nasceu há 10 anos, começou a produzir carros em 2018 já atua em 29 países. A Tailândia é atualmente seu maior mercado fora da China.
Lá, a montadora vendeu 13 mil unidades em 2023. Neste ano, contudo, a meta da fabricante, que tem três fábricas na China, é chegar a 50 países. No total, a empresa tem sete carros feitos em duas plataformas.
De acordo com os executivos a fábrica no Brasil está em estudo - uma equipe busca possíveis locais para a construção. Caso encontrem fábricas prontas, a conclusão será ainda mais rápida - à exemplo de BYD e GWM, que aproveitaram as estruturas das antigas plantas de Ford e Mercedes-Benz, respectivamente.
"O preço da energia (elétrica) é viável no Brasil, o que contribui para as vendas de carros eletrificados. O governo e a própria população dão preferência às energias renováveis, ou seja, em sintonia com as diretrizes da marca. Além disso, apostamos no pós-vendas. Assim que começarmos a emplacar, vamos inaugurar galpão de peças e centro de treinamento", afirma Wilson Sun, presidente da Neta e VP executivo do departamento de overseas.