Novo Honda HR-V é apresentado no Brasil e terá missão ousada
Nova geração do Honda HR-V começará a ser vendida no Brasil com motor 1.5 aspirado flex, mas em outubro chegam as versões 1.5 turbo flex
O Honda HR-V foi apresentado em sua terceira geração no Brasil (a segunda com fabricação nacional). O carro começa a ser vendido em agosto somente nas versões com motor 1.5 aspirado flex, que é menos potente do que o antigo 1.8, porém é mais econômico. Em outubro a Honda inicia as vendas das versões turbinadas, também com motor 1.5 flex. A potência e o consumo do 1.5 turbo não foram divulgados. O câmbio é CVT de 7 marchas para todas as versões.
O novo Honda HR-V terá uma dupla e ousada missão no Brasil. As versões aspiradas tentarão disputar os clientes do segmento B-SUV (compactos), enquanto as versões turbinadas brigarão contra modelos de entrada do segmento C-SUV (médios). Isso significa que o HR-V 1.5 DI i-VTEC Flex briga no topo da linha. Por isso, o carro vem muito bem equipado até mesmo no nome: EX Honda Sensing e EXL Honda Sensing.
O objetivo é marcar que o SUV conta com os seguintes itens de série em todas as configurações: piloto automático adaptativo, frenagem automática de emergência, assistente de permanência em faixa, mitigação de evasão de pista e ajuste automático dos faróis.
O Honda HR-V adotou um design mais conservador nesta geração. Embora tenha a coluna C bastante inclinada, o que lhe dá um aspecto de cupê, as demais linhas do carro ficaram mais retas, enquanto no modelo anterior tinha mais curvas. A linha de cintura, por exemplo, não é mais ascendente e sim plana, do início ao fim do carro. O capô é mais alongado e quadrado, porém mais baixo, e a posição de dirigir foi elevada em 1 cm, para melhorar a visibilidade. Um detalhe interessante do novo Honda HR-V foi no deslocamento dos retrovisores externos para as portas – antes eram fixados junto à base das colunas A.
O novo HR-V será o primeiro modelo a oferecer o myHonda Connect, exclusiva plataforma de conectividade da marca. As versões EX e EXL utilizam o mesmo motor 1.5 aspirado do novo Honda City. A potência é de 126 cv a 6.200 rpm com gasolina ou etanol. O torque é de 152 Nm com gasolina e 155 Nm com etanol, ambos a 4.600 rpm.
Há, portanto, uma perda de 14 cv na potência máxima em relação ao antigo 1.8 de 139/140 cv da antiga geração do Honda HR-V. O ganho na economia de combustível, que melhorou bastante. Com etanol, o novo HR-V 1.5 aspirado faz 8,8 km/l na cidade e 9,8 na estrada; com gasolina, faz 12,7 km/l na cidade e 13,9 na estrada. O máximo que o antigo HR-V 1.8 conseguia era 12,3 km/l de gasolina na estrada.
A Honda não quis divulgar os números de aceleração. Como tivemos um contato breve com o carro, na pista de testes da fábrica de Sumaré (SP), ficamos devendo este número. Porém, o novo HR-V é mais pesado e tem relações peso/potência (10,3 kg/cv) e peso/torque (8,4 kg/Nm) piores do que o antigo 1.8, que acelerava de 0 a 100 km/h em 11,2 segundos. Com esses números, a aceleração do novo HR-V 1.5 aspirado deve ficar em torno de 12 segundos. Nas duas versões aspiradas, o vão livre é 5 mm melhor, ou seja, o carro ficou mais próximo do solo.
Mas a Honda acredita que servirá bem os clientes que desejam mais potência com as versões Advance e Touring, equipadas com o motor 1.5 DI VTEC Turbo Flex. No antigo Honda 1.5 turbo a gasolina havia 173 cv e 220 Nm disponíveis. Os números dessa versão ainda não são conhecidos.
Nas versões Advance e Touring, a grade é composta por múltiplos elementos. Já as versões EX e EXL têm grade com filetes horizontais. Os faróis são full led em todas as versões (com moldura interna cromada na Touring). Na traseira, todas as versões têm lanternas fumê com led nas luzes de posição e freio. Elas são unidas por uma barra horizontal também de led (com acabamento fumê na Touring).
O porta-malas ficou menor. São 80 litros a menos, pois passou de 437 litros para 354. Mas, segundo a Honda, dá para levar a mesma quantidade de bagagem de antes, devido ao formato do compartimento. Três rodas diferentes (sempre em alumínio e aro 17) equipam o novo HR-V. As versões EX (entrada) e Touring (topo de linha) têm rodas exclusivas, enquanto a EXL e a Advance (intermediárias) compartilham o mesmo modelo de roda.
Por dentro, o painel e o display multimídia estão na mesma altura, o que evita a necessidade de grande desvio do olhar do motorista. O carro traz novos bancos (todos com o sistema Magic Seat), antifadiga, como os do novo City, e maior espaço interno. São 3,5 cm a mais para as pernas e os pés dos passageiros do banco traseiro. Houve também um esforço da Honda na aplicação de aços mais resistentes, que melhoraram a rigidez torcional do HR-V em 10%.
Além do Honda Sensing, todas as versões do novo Honda HR-V trazem seis airbags , controle de tração e estabilidade, assistente para redução de ponto cego por câmera no espelho retrovisor do lado do passageiro (o que mais atrapalha do que ajuda na condução), assistente de partida em rampa, acionamento de luzes de emergência em frenagens severas, Isofix, alerta de baixa pressão dos pneus, câmera de ré multivisão e sensores de estacionamento, além de controle de descida em rampas entre 3 e 20 km/h.
Atualmente, o Honda HR-V está apenas em 19º lugar no ranking do segmento SUV. O carro registrou 3.241 vendas até maio. Isso porque a produção foi interrompida para a troca de geração, pois em 2021 o Honda HR-V ficou em 6º lugar com 38.406. Resta saber agora se ele cairá novamente no gosto do mercado a ponto de voltar a ser o SUV mais vendido do Brasil. Os preços ainda não foram divulgados.