Peugeot 2008: testamos o SUV que chega ao Brasil neste ano
Crossover chega no final do semestre e terá versão turbo
A Peugeot do Brasil permitiu que alguns jornalistas acompanhassem um “teste de rodagem” com o crossover 2008, novo carro da marca que será produzido na fábrica de Porto Real, no Rio de Janeiro, a partir deste ano. Esse tipo de teste normalmente é realizado com absoluto sigilo e serve para que os engenheiros possam fazer os últimos ajustes antes que o modelo entre definitivamente em produção. Assim, o trajeto escolhido sempre inclui trechos urbanos e rodoviários, com diferentes tipos de piso e níveis de temperatura.
Em nosso caso, pudemos andar por mais de 300 quilômetros e com os carros praticamente sem disfarces. A região escolhida foi a da cidade de Porto Real e inclui trechos de cidades dos Estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais. Para esta ação a Peugeot levou quatro modelos do 2008 com duas opções de motor e duas de transmissão. O primeiro é o 1.6 flex aspirado de 122 cavalos – que já equipa o 208 – acompanhado da transmissão manual de cinco marchas. O outro é o novo 1.6 turbo THP flex de 173 cavalos de potência - que estreou no C4 Lounge 2015 – equipado com transmissão manual de seis velocidades. Esses dois conjuntos, aliás, já estão confirmados para o 2008 brasileiro.
Como se tratava de um teste do rodagem da fábrica, os modelos estavam com acertos diferentes de suspensão, relação de transmissão, peso do pedal de freio e da direção com assistência elétrica, sensibilidade do acelerador, entre outros. A proposta final era também poder ouvir os jornalistas e colher as impressões de cada versão do modelo. No meu caso, que já havia andando com o 2008 em 2013 na França, reconfirmei a boa impressão do visual deste crossover que, apesar de vir para entrar na praia dos SUVs compactos, tem um apelo forte de carro de passeio com vocação esportiva.
Feito a partir da plataforma do 208, fica fácil encontrar muitos pontos em comum, principalmente do lado de dentro. Esse é o caso do painel, conjunto de instrumentos e até do volante pequeno e posicionado mais abaixo do que estamos acostumados. Mesma coisa para o completo sistema multimídia com tela sensível ao toque e com navegador, além do cuidado geral com acabamento.
Neste teste, andei primeiro com a versão 1.6 e logo percebi que a receita ficou acertada, pois ele tem força suficiente para o tamanho do carro, não exagera no consumo e atende bem quem busca espaço confortável para família. Mas anote aí: o 2008, assim como o 208, é muito bom de guiar. Mais baixo do que Ecosport e Duster, por exemplo, se mostrou muito equilibrado com o acerto de suspensão feito pela engenharia da marca.
Por isso, a outra boa surpresa foi saber que o 2008 terá uma versão mais empolgante, equipada com o motor 1.6 THP flex de 173 cavalos de potência. Então, se o comportamento dinâmico com o motor menor já foi capaz de impressionar, a situação ficou muito melhor na versão com motor turbo flex e transmissão de seis velocidades. A sensação é de que o motor turbo sobra no 2008, mas é verdade que ele ajuda a confirmar a grande capacidade que esse crossover tem de se manter firme na trajetória.
Como acontece na Europa, o 2008 não terá versão com tração 4X4, mas vai oferecer o Grip Control, sistema eletrônico que atua nos freios e na rotação do motor pra controlar e distribuir o torque nas rodas em situações de baixa aderência. Como a previsão oficial de lançamento do 2008 é só para o final deste semestre, a Peugeot também não adiantou nenhum detalhe a respeito das versões para o modelo no Brasil. Mas o caminho natural é que tenha duas versões intermediárias com motor 1.6 de 122 cavalos e uma topo de gama com o motor 1.6 THP flex, essa última trazendo equipamentos como controle de estabilidade, assistente de partida em rampa, quatro airbags, teto solar, entre outros.
Mas, desde a primeira versão, isso também está confirmado, o 2008 será bem equipado. Portanto, não espere uma versão muito simples e barata só pra garantir volume de vendas. O 2008 vai em outro sentido, com preços competitivos sim, mas sem abrir mão de um certo padrão de refinamento. Pra arriscar uma faixa de preços, dá pra dizer que terá valores entre R$ 65 mil e R$ 80 mil. A aposta é boa, mas não dá pra esquecer que estão vindo aí novos concorrentes muito fortes, como Honda HRV e Jeep Renegade - e eles vão chegar antes do 2008.