Peugeot 208 Road Trip é bom, sim, e vale os R$ 106 mil
Por que vale a pena comprar o Peugeot 208 Road Trip, mesmo perante rivais tão fortes como VW Polo, Chevrolet Onix e Hyundai HB20
O Peugeot 208 Road Trip é uma boa ideia da Stellantis. Com esta versão, o Peugeot 208 se meteu numa briga que tem nada menos que Volkswagen Polo, Chevrolet Onix e Hyundai HB20, simplesmente os três hatchbacks mais poderosos do mercado brasileiro na faixa de R$ 105 mil a R$ 109 mil (todos automáticos).
Muita ousadia entrar nessa briga com um polêmico motor 1.6 aspirado contra três motores 1.0 turbo? Sim. Mas, por que não? Desde que se tornou marca da Stellantis, o Peugeot 208 se movimenta com muito mais desenvoltura entre as várias faixas de posicionamento dos hatchbacks.
Bom o carro sempre foi. E bonito também. Mas a Peugeot forçava uma certa superioridade que simplesmente não combinava com um motor 1600 aspirado que está defasado em relação aos 1000 cm3 turbinados. Motivo para desistir do Peugeot 208 Road Trip? Não!
Se o vizinho tem, você pode ter
Rodamos uma semana com o Peugeot 208 Road Trip e devolvemos o carro à Stellantis com a sensação de que ele honraria nossa garagem. Por coincidência, um vizinho acabou de comprar um, igualzinho, só que é cinza – a cor preferida de quem compra carro para o próximo dono (mas isso é outra história porque ela ficou bonita neste carro).
Fato é que o vizinho fez uma boa compra e pagou R$ 105.990 por seu Peugeot 208 Road Trip. Ok, teria um carro mais rápido se optasse pelo Chevrolet Onix LTZ (R$ 107.750). Para ir de 0 a 100 km/h, o Onix gasta 10,1 segundos e o Peugeot 208 leva 12 segundos.
Estamos falando em 1,9 segundo a cada abertura de sinal no trânsito, mas que diferença faz se o trânsito está sempre congestionado? Faria diferença numa pista de corridas, mas não no dia-a-dia.
Se optasse pelo Hyundai HB20 Comfort, além de gastar menos (R$ 104.590), teria um carro mais potente quando abastecesse com gasolina. Afinal, o Peugeot 208 só é o mais potente dos quatro com etanol. Mas os 120 cv caem para 113 cv quando entra gasolina no tanque, enquanto o HB20 continua com 120 cavalos.
Mas, por outro lado, teria um carro um pouco menor em comprimento e na distância entre-eixos. E olha que o Peugeot 208 já é um carro bem apertado para quem vai atrás se estivermos falando de pessoas com 1,80 m. Além disso, o Hyundai HB20 não entrega o mesmo comportamento dinâmico do Peugeot 208 e está longe de ser tão bonito.
Mas, se o vizinho comprasse um Volkswagen Polo Comfortline (R$ 108.990), aí sim teria dado um xeque-mate no Peugeot 208 Rod Trip. Dos quatro carros citados, o único que é francamente superior ao modelo francês é o carro alemão. Mas custa R$ 3.000 a mais. Portanto, a Stellantis posicionou bem o seu hatch.
Considerando que, na média cidade/estrada/gasolina/etanol o Peugeot 208 faz 10,2 km/l e o VW Polo faz 11,8 km/l, estamos falando de 1,6 km/l de diferença a favor do carro alemão. É como se o Peugeot consumisse combustível em milhas e o Volkswagen consumisse em quilômetros. Uma boa diferença, mas é preciso fazer contas para saber quando os R$ 3.000 de diferença realmente contarão a favor ou contra.
O que é novo
O Peugeot 208 Road Trip tem i-Cockpit 3D, teto panorâmico, Visiopark 180, carregador por indução, Interior Dark (ambientação escura), bancos de couro/tecido/alcântara com pesponto laranja e etiqueta Road Trip, volante Sport Drive revestido de couro, adesivos Road Trip, aerofólio em Black Piano, faróis full led, rodas Kanobi 16” Black Diamond, tapete com bordado Road Trip e soleira Peugeot.
O que nós gostamos
O estilo do Peugeot 208 já é naturalmente superior ao dos rivais citados. Com os adereços Road Trip, então, o carro ficou muito mais charmoso e realmente se destaca na multidão, mas sem atrair olhares de inveja e sim de admiração pela compra diferenciada.
A posição de dirigir do Peugeot 208 é única, com o volante pequeno, achatado e bem baixo e o painel de instrumentos posicionado acima, sem contar o visor em 3D fácil de ler, o que passa uma sensação de alta tecnologia digital.
O comportamento dinâmico do Peugeot 208 é superior ao do Hyundai HB20 e do Chevrolet Onix, e ele tem a suspensão mais dura do que a do Volkswagen Polo. Para quem gosta de uma boa tocada esportiva, é mais legal (se a estrada for lisa, o que não é comum no Brasil).
Não parece, mas o Peugeot 208 é o hatch que tem maior distância do solo entre os quatro citados, o que significa menor possibilidade de raspar o fundo do carro em algumas situações.
O que pode melhorar
Com certeza é o motor. Se já consegue ser competitivo com o velho motor 1.6 aspirado da PSA, imagina como seria este Peugeot equipado com o moderno motor 1.0 turbo de 130 cv que a Stellantis (por enquanto) só usa nos SUVs da Fiat...
Um motor turbinado o deixaria mais competitivo em consumo e nas retomadas de velocidade. O Peugeot 208 1.6 aspirado perde velocidade nas subidas porque o torque máximo está disponível somente a 4.500 rpm, enquanto nos rivais 1.0 turbinados a força surge entre 1.500 e 2.000 rpm.
Notas [pela categoria]
Desempenho - 7 (muito bom)
Consumo - 6 (bom)
Dirigibilidade - 10 (ótima)
Conforto - 7 (muito bom)
Usabilidade - 9 (ótima)
Conectividade - 10 (ótima)
MÉDIA - 8,2 (MUITO BOM)
Veredicto
Vale a pena comprar o Peugeot 208 Road Trip se você valorizar o estilo, o comportamento dinâmico, os equipamentos diferenciados e o preço. Mas, se o foco for exclusivamente consumo e desempenho, há melhores opções no mercado. No conjunto da obra, como o 208 é R$ 3.000 mais barato do que o rival mais forte da categoria, é uma boa compra.
Os números
Preço: R$ 105.990
Motor: 1.6 aspirado flex
Potência: 113 cv (g) e 120 cv (e) a 6.000 rpm
Torque: 151 Nm (g) e 154 Nm (e) a 4.500 rpm
Câmbio: 6 marchas AT
Comprimento: 4,055 m
Largura: 1,738 m
Altura: 1,453 m
Entre-eixos: 2,538 m
Pneus: 195/55 R16
Peso: 1.177 kg
Porta-malas: 265 litros
Tanque: 47 litros
0-100 km/h: 12s0
Velocidade máxima: 190 km/h
KML cidade: 11,1 (g) e 7,7 (e)
KML estrada: 12,9 (g) e 9,1 (e)
Emissão de CO2: 112 g/km