Peugeot vai queimar etapa do novo 2008 para vendê-lo no Brasil
Peugeot 2008 está defasado em relação ao SUV europeu e, por isso, Argentina recebe a missão de acelerar a atualização
Sempre que se fala em Peugeot no Brasil há emoção envolvida – para o bem ou para o mal. Nos últimos tempos, para o bem. Mas, agora, com o chefão global da Stellantis, Carlos Tavares, de olho no que o CEO da América do Sul, Antonio Filosa, pode fazer com a Peugeot, o processo de atualização do SUV 2008 terá que ser acelerado.
Já faz alguns anos que o Peugeot 2008 ficou defasado nos mercados brasileiro e argentino. No ano passado, a Stellantis resolveu dar um gás na comercialização do simpático SUV francês e conseguiu levantar suas vendas. Depois, lançou a segunda geração no Brasil somente na versão elétrica, o Peugeot e-2008 GT, um ótimo carro que já avaliamos. Mas isso não resolve o problema.
Deste ano não passa a chegada da segunda geração do Peugeot 2008. Porém, ela vai chegar quase ao mesmo tempo em que o Peugeot 2008 passa por uma reestilização de “meia vida” no ciclo de vida do produto na Europa. E a Stellantis América Latina não quer ficar muito defasada em relação ao modelo europeu.
Por isso, é bastante provável que o carro que sairá na fábrica argentina de Palomar traga elementos que já estarão presentes no renovado Peugeot 2008 europeu, queimando uma etapa. Porém essa missão não será fácil, pois a Stellantis não pode “furar” o lançamento do carro global, que está previsto somente para 2024.
Visualmente, o novo Peugeot 2008 será próximo ao que roda na Europa. Talvez a Stellantis receba autorização para utilizar o novo logotipo da marca, o que já seria um avanço. É possível que ele também tenha um sistema multimídia um pouco diferente do europeu e adote o sistema que vem sendo utilizado nos carros mais modernos da Jeep e da Fiat.
A questão da motorização também é um embaraço. Na Europa, o novo Peugeot 2008 terá versões híbridas com o motor PureTech de 100 cv ou 136 cv e um pequeno motor elétrico de 28 cv (ou 21 kW), segundo o site Motor 1. Isso está descartado para os mercados brasileiro e argentino. Entretanto, é certo que o atual motor 1.6 aspirado será substituído pelo 1.0 T200 de 3 cilindros da Stellantis (usado no Fiat Pulse).
Esse motor é menor, pesa menos e deixará o carro mais econômico e mais eficiente, com 130 cv. O câmbio pode mudar do automático de 6 marchas para o CVT de 7 marchas. Mas Filosa ainda tem uma carta na manga para fazer brilhar os olhos de Tavares.
Como a Peugeot está se posicionando muito acima da Citroën e da Fiat, como marca aspiracional, é possível que o motor 1.3 T270 de 4 cilindros equipe alguma versão esportiva no topo da linha com 185 cavalos e câmbio automático de 6 marchas. Essa versão reduziria o salto que a linha dá entre os modelos a combustão e o modelo totalmente elétrico.
O interior será sofisticado. Mas o uso de materiais deve ser mais criativo do que aquele usado na Europa, por questão de custos, de forma que a matéria-prima seja mais barata sem baixar o nível do carro. Uma coisa é certa: quando for lançado, ainda em 2023, o novo Peugeot 2008 vai provocar emoções – para o bem ou para o mal.