Por que a Citroën não quer chamar o Ami de carro no Brasil
Citroën Ami é um microcarro que faz enorme sucesso na Europa e tem potencial para o Brasil, mas não pode ser chamado de carro
O Citroën Ami faz sucesso por onde passa. Lançado na França, o microcarro elétrico de dois lugares tem conquistado clientes de todas as idades. Dependendo do país, o Citroën Ami pode ser conduzido até por jovens de 14 anos. Não precisa ter carteira de habilitação. A Citroën quer fazer o mesmo no Brasil.
Mas, para isso, quer convencer as pessoas de que o Citroën Ami não é um carro e sim uma “solução de mobilidade” – se possível acrescentando os termos “elétrica e inteligente”. A empresa francesa sabe que o Ami não tem chances de sucesso se carregar nas costas os pesados impostos do Brasil.
Quem quiser conhecer o Citroën Ami pode vê-lo até domingo (27) no 29º Congresso e Mostra Internacionais de Tecnologia da Mobilidade SAE Brasil, na Fundação Bienal, em São Paulo. Com apenas 2,41 m de comprimento, o Ami comporta dois adultos em sua configuração de passageiros ou bagagens com até 400 litros de volume em sua versão de carga, para uma pessoa.
Seu design lúdico também é inteligente, usando os mesmos elementos visuais na dianteira e traseira (para reduzir custos de produção e reposição) e as portas são iguais em ambos os lados, com aberturas invertidas. Tudo muito simples. O carro lembra o cachorro Floquinho, da Turma da Mônica.
Seu motor de 6 kW (ou 8 cv) permite rápidos deslocamentos urbanos ou em áreas logísticas, com uma autonomia de 75 km (ciclo europeu). O Citroën Ami é pensado para aplicações onde agilidade e praticidade são essenciais. Segundo a Citroën, o Ami cumpre requisitos que permitem ser guiado pessoas sem CNH.
“Essa solução de mobilidade livre de emissões na condução também é simples para recarregar”, diz a Citroën. “O Ami tem seu próprio cabo, que pode ser conectado em qualquer tomada de 220V. A recarga de 0 a 100% leva somente três horas, tempo que será menor caso o Ami tenha energia residual.”
Uma boa solução, sim, desde que a Citroën convença os legisladores brasileiros de que o microcarro francês não é um carro. Na França ele roda como é: um carro. Mas lá a legislação também parece ser mais inteligente, não só os carros, sem tanta carga tributária que inviabiliza boas ideias para o trânsito urbano.