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Por que o Renegade deve ser o 1º elétrico da Jeep no Brasil

Entre o Jeep Avenger e o novo Jeep Renegade elétrico, a Stellantis tende a optar pela plataforma mais barata, para não dar espaço à BYD

25 out 2023 - 08h00
(atualizado às 10h55)
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Jeep Renegade é favorito para ter versões 100% elétrica e híbrida plug-in
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Foto: Stellantis / Guia do Carro

O Jeep Renegade tem maiores chances do que o Jeep Avenger de ser o primeiro carro elétrico da griffe SUV da Stellantis no Brasil. Duas fontes ligadas à Stellantis já disseram que o Renegade é um projeto mais viável. 

Os dois principais executivos da Jeep no Brasil, entretanto, preferem deixar a questão em aberto, pelo menos publicamente. O Guia do Carro conversou sobre o tema recentemente com Antonio Filosa (novo CEO global da Jeep) e Alexandre Aquino (vice-presidente da Jeep América do Sul).

Aquino falou sobre a utilização das novas arquiteturas Bio-Hybrid e BEV da Stellantis, que serão utilizadas na fábrica de Goiana, PE. Ele disse que ainda é preciso considerar todos os custos envolvidos. Filosa disse que “o Avenger não parece uma ideia ruim”, mas essa frase pode ter sido dita para despistar os jornalistas e a concorrência.

De acordo com as fontes consultadas, o Jeep Renegade, por enquanto, é o favorito para ser o primeiro carro elétrico da marca no país. Isso porque ele faria uma transição já feita por dezenas de outros carros no mundo, que é a troca do motor a combustão por um motor elétrico e o tanque de gasolina por uma bateria de alta voltagem.

Arquiteturas de mobilidade da Stellantis para o mercado brasileiro até 2030
Arquiteturas de mobilidade da Stellantis para o mercado brasileiro até 2030
Foto: Stellantis / Guia do Carro

Há ainda uma terceira hipótese, ainda não definida, que é a utilização da nova plataforma BEV do Jeep Avenger para a produção de uma nova geração do Jeep Renegade elétrico. “Não tem por que trazer o Avenger para o Brasil porque ele concorreria com o próprio Renegade”, disse uma das fontes.

A Stellantis trabalha com a data de 2027 para o lançamento de seu primeiro carro elétrico. Mas, como o CEO global da Volkswagen, Thomas Schaeffer, disse que lançará o primeiro VW elétrico produzido no Brasil em 2026, é possível que a Stellantis tente antecipar seu cronograma.

O Jeep Renegade tem algumas vantagens sobre o Jeep Avenger. A primeira é que já é um produto consolidado no segmento SUV, inclusive com títulos de mais vendido em duas temporadas. A segunda é que ele pode manter a atual plataforma Small Wide se for aprovada a opção mais econômica.

Jeep Avenger tem uma plataforma mais moderna, porém é cara para o Brasil
Jeep Avenger tem uma plataforma mais moderna, porém é cara para o Brasil
Foto: Stellantis / Divulgação

Além disso, com a atual plataforma Small Wide, a Jeep não precisa investir na modificação da fábrica de Goiana para eletrificar seus carros. Ela já está adaptada pela receber as arquiteturas Bio-Hybrid e BEV da Stellantis.

Com isso, o Jeep Renegade pode ter não apenas uma versão totalmente elétrica a bateria (BEV) como também uma versão Bio-Hybrid Plug-in, utilizando as vantagens do etanol no ciclo de plantio para a redução de emissão de CO2. Atualmente, o Jeep Renegade emite 114 g/km de CO2 com gasolina e 133 g/km de CO2eq com etanol.

O Guia do Carro também apurou que a Stellantis se convenceu de que precisa de um veículo elétrico de volume para atender às exigências de emissões que estão vindo no programa Mobilidade Verde, bem como para não deixar todo o mercado de BEVs aberto para a BYD.

O Jeep Renegade é o modelo com mais potencial para isso, pois não é tão caro quanto o Jeep Compass e o Jeep Commander, e não é tão barato a ponto de inviabilizar o projeto. Ainda é cedo para dizer quanto pode custar um Jeep Renegade 100% elétrico (a preço de hoje).

Jeep Renegade terá que ser transformado para receber as arquiteturas BEV e Bio-Hybrid Plug-in
Jeep Renegade terá que ser transformado para receber as arquiteturas BEV e Bio-Hybrid Plug-in
Foto: Stellantis / Divulgação

Um Renegade elétrico teria que ter uma potência entre 100 kW e 115 kW (entre 136 cv e 156 cv) e uma bateria de pelo menos 50 kWh (utilizáveis) para permitir uma autonomia entre 350 km e 450 km com uma carga. De qualquer forma, mesmo utilizando o espaço do tanque de combustível, seria necessária uma elevação da carroceria para instalar a bateria no piso do SUV.

Para o atual estágio do mercado brasileiro, um Jeep Renegade elétrico utilizando a plataforma Small Wide com a arquitetura BEV da Stellantis seria muito mais racional em termos de preço, pois o maior volume virá mesmo das versões Bio-Hybrid Plug-in. Até o final da década a Jeep não precisa brigar em tecnologia com a BYD, mas sim em preço.

Guia do Carro
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