Preço médio dos carros passou de R$ 71 mil para R$ 137 mil em 6 anos
Estudo da Bright Consulting mostra que preço médio dos carros no Brasil foi de R$ 70.990 em 2016 para R$ 137.175 em 2022
Em 2016 o Brasil teve uma forte virada política e econômica com o impeachment da presidente Dilma Rousseff e sua substituição por seu vice, Michel Temer. Na ocasião, havia uma grave crise econômica e uma série de denúncias de corrupção. Os consumidores se queixavam dos preços elevados. O preço médio de um carro vendido no Brasil era de R$ 70.990.
Em 2022, agora sob o governo do presidente Jair Bolsonaro, o Brasil continua enfrentando uma forte crise econômica e o preço médio de um carro vendido no Brasil é de R$ 137.175. Em apenas seis anos, a troca de rumo na economia não resolveu o problema do alto preço dos automóveis vendidos no Brasil. O tíquete médio quase dobrou com um aumento de R$ 66.185.
Segundo uma pesquisa da Bright Consulting, a inflação é a principal causa de aumento dos preços dos carros. Porém, eles subiram mais do que a inflação em três dos cinco anos analisados. Somente em 2019 os automóveis subiram menos do que a inflação. “Pelo terceiro ano consecutivo, o volume dos emplacamentos de autos e leves no mercado brasileiro deverá ficar aquém dos 2 milhões de unidades e a principal razão é econômica: o consumidor não consegue mais manter suas compras com os atuais preços”, comenta o consultor Cássio Pagliarini.
ANO | PREÇO MÉDIO | AUMENTO | INFLAÇÃO |
2016 | R$ 70.900 | - | - |
2017 | R$ 75.626 | 6,7% | 2,90% |
2018 | R$ 79.870 | 5,6% | 3,75% |
2019 | R$ 82.258 | 3,0% | 4,21% |
2020 | R$ 92.442 | 12,4% | 4,52% |
2021 | R$ 116.718 | 26,3% | 10,06% |
2022 | R$ 137.175 | 4,9% | 4,8% |
Como se vê pela tabela acima, com dados da Bright Consulting, o grande salto nos preços dos carros ocorreu em 2020 e 2021, com aumento de 12,4% e 26,3% no tíquete médio, respectivamente. A principal causa foi a pandemia de Covid-19. Em 2022, quando o carro mais barato, Fiat Mobi, custa mais de R$ 63.390, os preços estão no nível da inflação, observa Pagliarini.
A tensão política influencia nos preços dos veículos? Sim. “Ofertas e anúncios de várias marcas com preços mais atrativos e subsídio de taxa de juros voltaram a aparecer na mídia e devem se perpetuar ao longo de 2022, uma tentativa de tomar a sopa quente pelas beiradas”, afirma Pagliarini. “Dizer que isto representa o fim da série anual de aumentos é prematuro. Pode ser que sim, se a guerra acabar logo, se o preço do petróleo recuar, se o nó logístico global afrouxar, se a agitação política diminuir – todas receitas improváveis nos próximos 18 meses.”